O artigo “A vergonha do mundo”, assinado por Rosemberg Cariry e publicada no jornal O POVO, ultrapassa o limite da crítica política legítima: trata-se de uma manifestação disfarçada de antissemitismo. Ao acusar Israel de genocídio e omitir o papel central do Hamas na tragédia palestina, o autor contribui para a disseminação do ódio contra o povo judeu.
Cariry tem trajetória destacada na cultura brasileira, assim sua opinião pública deveria ser exposta com responsabilidade. A esta opinião aqui me contraponho.
Em 7 de outubro de 2023, o Hamas executou um dos ataques mais bárbaros da história recente: civis foram massacrados, muitos queimados vivos; bebês, sequestrados de seus berços; mulheres, estupradas; cadáveres, profanados. Essas ações não foram excessos em combate — foram parte de um plano meticuloso para espalhar o terror. Ignorar tais fatos é se aliar à barbárie.
O Hamas não é resistência: é terrorismo. Usa civis como escudos humanos, instala arsenais em escolas e hospitais e executa opositores. Seu objetivo declarado é a destruição de Israel. Relativizar isso é legitimar o terror.
O antissemitismo não se limita a Israel. Cresce em todo o mundo. Em Washington, uma diplomata israelense foi assassinada. Sinagogas foram atacadas. Judeus, agredidos nas ruas. A retórica de ódio, alimentada por textos como o de Cariry, encoraja a perseguição global aos judeus.
Israel é uma democracia plena, com Judiciário independente, liberdade religiosa e representantes árabes eleitos. Nenhum outro país do Oriente Médio oferece a mesma liberdade a judeus, muçulmanos, cristãos e LGBTQIA+. Ainda assim, espera-se que Israel seja a única nação proibida de se defender.
O que se exige dos judeus é que aceitem morrer em silêncio. Que permaneçam vítimas, sem o direito à autodefesa. Essa expectativa é uma expressão moderna do antissemitismo histórico.
Não se trata de defender governos, mas de reconhecer o direito de um povo à existência segura. Israel não apenas pode se defender — deve fazê-lo.
Basta de textos que minimizam o terror e amplificam o ódio. O verdadeiro escândalo é o silêncio diante disso.