O ministro Alexandre de Moraes mandou prender a deputada Carla Zambelli (PL-SP), bloquear seus bens e incluí-la na lista de difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Agora ela tem o selo oficial de fugitiva da Justiça brasileira, podendo ser presa pela polícia de qualquer um dos 196 países que fazem parte da Interpol.
Talvez ela não se importe com isso, pois desafiou a Justiça ao declarar-se “intocável”, por ter dupla cidadania — e pretende morar na Itália.
Mas seria bom não confiar muito nessa possibilidade, pois juristas lembram não haver impeditivo formal na legislação italiana quanto à extradição de nacionais. Depende do caso. E o caso da deputada é greve: ela foi condenada por invadir, com ajuda de um hacker, o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir documentos falsos.
Em entrevista, Zambelli reclamou que no Brasil vigora uma “ditadura” (ué, essa turma não gosta?) e diz que fará nos países europeus a mesma jogada que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está fazendo nos Estados Unidos. Qual seja, o de atacar as instituições, ofender a soberania brasileira e espalhar mentiras no atacado, no varejo e no atacarejo.
A citação a Eduardo talvez seja um pedido de socorro de Zambelli à família Bolsonaro para voltar a acolhê-la. Deixaram-na só. As relações estão estremecidas desde que Jair Bolsonaro a culpou pela derrota para Lula na eleição presidencial. O lance atrapalhador teria sido aquele de Zambelli correndo atrás de um homem, arma em punho, às vésperas da votação, como se fosse uma Katy Mahoney do mal. (Vixe, quem lembra?)
Definitivamente, Zambelli não tem, nas hostes da extrema direita, o mesmo prestígio de Eduardo. Chegou ao ponto de o deputado bolsonarista Evair de Melo (PP-ES) não ter vergonha ao propor à Presidência da Câmara uma autorização especial para Eduardo exercer seu mandato nos Estados Unidos, desobrigado de comparecer ao parlamento.
Talvez ele pudesse criar um avatar com inteligência artificial, cujo titereiro seria Donald Trump, para atuar no lugar dele. Eduardo ganharia a fama de ter sido o primeiro deputado remoto do mundo, uma revolução na política.