Em outubro, a Amazônia se tornará o epicentro do debate por um futuro sustentável ao sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). Não será apenas mais uma conferência climática reunindo chefes de Estado e especialistas em Belém (PA), mas um chamado à ação para reinventarmos a economia, colocando os pequenos negócios no coração dessa transformação.
Afinal, os pequenos negócios respondem por 98% das empresas do país, são responsáveis por quase 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No contexto global, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), as MPE representam cerca de 90% das empresas e geram 50% da riqueza mundial.
A relevância das micro e pequenas empresas transcende as fronteiras nacionais. Sua capilaridade e capacidade de adaptação as tornam agentes fundamentais na geração de empregos, na promoção da inovação e no fomento do desenvolvimento local. Ao impulsionarem a economia de suas comunidades, elas contribuem para a estabilidade e o crescimento econômico global.
É fundamental considerar, entretanto, que, apesar de numericamente expressivas e terem um peso importante na economia, as MPE enfrentam obstáculos maiores que as grandes empresas no processo de transição para uma economia descarbonizada. A falta de recursos para investir em soluções inovadoras coloca em risco a competitividade e até mesmo a sobrevivência desses negócios.
Por essa razão, o Sebrae vem atuando em várias frentes para garantir aos empreendedores brasileiros as condições necessárias para uma transição justa à economia de baixo carbono. Esse processo pressupõe acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente em áreas como bioeconomia; ampliar o acesso das pequenas empresas ao financiamento climático e propiciar o desenvolvimento de competências que permitam às MPE participarem dessa resposta global às ameaças cada vez mais presentes.
Hoje, 32,7% dos donos de pequenos negócios afirmam já adotarem práticas relacionadas à economia circular, numa oposição ao modelo produtivo caracterizado pelo desperdício e poluição. As micro e pequenas empresas podem se tornar referência de uma produção pautada na reutilização, reparação, reciclagem e recuperação de materiais.
Assim, a COP 30 representa uma rara oportunidade para que o Brasil lidere a construção de uma alternativa de futuro, onde a prosperidade econômica e a preservação ambiental caminhem juntas. O Sebrae estará presente na Conferência para mostrar ao mundo os avanços que o país já alcançou, apresentando programas e histórias de empreendedores de todos os cantos do país que estão conseguindo aliar resultados financeiros, sustentabilidade e inclusão social.