Vivemos um dos momentos mais desafiadores da história recente para organizações que desejam manter relevância. Disrupções tecnológicas, mudanças geracionais e novas pautas de sustentabilidade e governança estão redesenhando o que significa ser competitivo. Nesse cenário, uma pergunta-chave se impõe: como garantir a continuidade e renovação dos negócios, da cultura empresarial e das próprias instituições?
Três pontos críticos merecem atenção:
1. Transição geracional sem plano
Mais de 77% das empresas familiares brasileiras não têm plano sucessório (PwC, 2022). Em Portugal, 60% dos empresários apontam a sucessão como seu maior desafio estratégico. Essa lacuna ameaça não apenas a sobrevivência das empresas, mas também as redes comerciais binacionais e a transmissão de valores entre gerações.
2. Afastamento dos jovens das instituições
As novas gerações valorizam ambientes horizontais, colaborativos e com propósito. Sem espaços reais de pertencimento e protagonismo, o afastamento das estruturas tradicionais se torna inevitável, o que compromete sua renovação institucional.
3. Descompasso com as novas pautas do mercado
Inovação, ESG e economia digital são os principais vetores de investimento global. No entanto, grande parte do setor produtivo binacional ainda opera com mentalidade pré-pandemia. Sem jovens capacitados para enfrentar essas transformações, há perda de competitividade e visão de longo prazo.
É nesse contexto que nasce a Câmara Jovem, iniciativa estratégica da Câmara Brasil-Portugal. Mais que um projeto, é uma ponte entre gerações. Acreditamos que apenas somando experiências o legado de quem construiu com a ousadia de quem chega é possível garantir continuidade com inovação.
Essa geração conectada, que cresce imersa em tecnologia e diversidade, traz consigo o potencial de transformar paradigmas e acelerar mudanças estruturais. Integrá-la às tomadas de decisão e aos processos institucionais é fundamental para que as organizações não apenas sobrevivam, mas prosperem em um mundo cada vez mais dinâmico e interconectado.
É preciso construir o futuro!