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Alfredo Pessoa: O Ceará que não para...
Opinião

Alfredo Pessoa: O Ceará que não para...

O Ceará, em 2024, apresentou desconcentração de renda maior que Brasil e Nordeste. Diante dos dados estou com dificuldade em enxergar estagnação e imobilismo
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Alfredo Pessoa

Diretor Geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)

O debate científico é a melhor vacina contra o pensamento reducionista. Analisar indicadores isoladamente não é recomendável. Em nome da boa ciência consideramos um conjunto de variáveis ao longo do tempo para não cair em armadilhas monocausais. Enxergar o Ceará em imobilismo hegemônico e estagnado parece não reconhecer a complexidade da realidade social, dinâmica e multifacetada.

O IBGE divulgou expressiva redução da pobreza e da extrema pobreza em 2024: 624 mil pessoas no Ceará. Diante dessa evidência, a tese da estagnação não se sustenta e não considera programas sociais como o Ceará sem Fome, Mais Infância e outros que transformam vidas e promovem inclusão social.

O IDH do Ceará subiu de 15° para 12° em 2012-2021. Dados da PNAD-C para 2022 indicam que o percentual da população cearense com ensino superior completo cresceu 41% entre 2016-2022, acima da média nacional. Em 2024, 24.403 alunos da rede estadual ingressaram no ensino superior, recorde histórico.

A desigualdade de renda pelo índice de Gini mostra consistente tendência de queda. Assim, o Ceará, em 2024, apresentou desconcentração de renda maior que Brasil e Nordeste. Diante dos dados estou com dificuldade em enxergar estagnação e imobilismo.

As políticas promovidas pelo Estado permitem acesso a segurança hídrica (Malha D´água e duplicação do Eixão das Águas), transporte (VaiVem estudante e trabalhador), saúde (atendimento de oncologia no interior e construção de hospitais regionais), infraestrutura (Transnordestina), internet (Cinturão Digital) e educação (escolas em tempo integral e ampliação do ensino universitário para todos os municípios).

Os resultados econômicos e sociais das políticas públicas do Ceará, até agora, incluem o maior crescimento do PIB em 15 anos, o menor desemprego desde 2012, pobreza e extrema pobreza em queda com menores taxas desde 2012, o melhor IDH do Nordeste, desconcentração de renda, o melhor resultado da indústria dos últimos 20 anos e investimento recorde com quase R$ 4 bilhões. As estatísticas reforçam uma marca: desenvolvimento com redução das desigualdades. As políticas públicas estão em movimento, não param, mas há quem prefira “estagnação e imobilismo”.

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