Em um momento em que o mundo enfrenta crises sobrepostas - fome, deslocamentos forçados, guerras e desastres climáticos - não podemos ignorar o impacto da pobreza global. Embora pareçam distantes da vida em Fortaleza, essas questões afetam a economia local, o custo de vida e o fluxo migratório, como já vimos com imigrantes venezuelanos acolhidos no Ceará. A pobreza global não é um problema isolado; ela molda relações comerciais, políticas e a estabilidade de países inteiros.
Como jornalista, escritora e voluntária do The Borgen Project, uma organização sem fins lucrativos dos EUA que defende políticas públicas para erradicar a pobreza extrema, acompanho de perto o papel vital da ajuda internacional na promoção da dignidade humana. Investir em desenvolvimento global é investir em estabilidade, saúde, educação e oportunidades sustentáveis que beneficiam todos. Cada ação solidária que cruza fronteiras contribui para evitar conflitos, reduzir desigualdades e fortalecer comunidades.
Segundo reportagem da revista Veja (2025), em 2023, a Usaid - agência do governo americano responsável pela cooperação internacional - destinou cerca de US$ 72 bilhões em ajuda humanitária, sendo responsável por 42% de toda a ajuda global rastreada pela ONU. Esses recursos financiam vacinas, educação para mulheres, segurança alimentar e resposta a desastres em países críticos. O impacto é imenso: vidas salvas, oportunidades geradas e barreiras quebradas diariamente.
Infelizmente, cortes recentes propostos à Usaid colocam esses avanços em risco. Em um dos meus artigos publicados, abordei como ONGs vêm assumindo esse protagonismo diante da redução de verbas públicas, garantindo que a solidariedade internacional continue viva e eficaz onde mais importa. Essas organizações estão frequentemente na linha de frente, oferecendo apoio direto a quem mais precisa, onde governos não chegam.
Também escrevi sobre os sistemas alimentares no Brasil, destacando como práticas agrícolas, decisões políticas e acesso à alimentação estão profundamente conectados à luta contra a pobreza.
Além da produção de conteúdo, participo de campanhas de arrecadação para o The Borgen Project, engajando pessoas de diferentes países a contribuírem com ações reais. Acredito que combater a pobreza é uma responsabilidade coletiva, urgente e possível. Comunicação e informação têm o poder de mobilizar, inspirar e transformar.
Convido os leitores a conhecerem mais sobre o projeto em www.borgenproject.org. Quando nos importamos com o que acontece além das nossas fronteiras, também fortalecemos nossa própria humanidade. A empatia, quando combinada com ação, é uma das ferramentas mais poderosas para mudar o mundo.