O ataque dos Estados Unidos ao Irã em 21 de junho de 2025 coloca a República Islâmica diante de uma encruzilhada perigosa. Confrontado com o exército mais bem treinado, experiente e tecnologicamente avançado do mundo, o Irã tem opções limitadas. A superioridade militar americana é inegável, e o ditado financeiro "nunca aposte contra a América" ganha um tom sombrio na geopolítica, ecoando um poderio que vai muito além da economia.
Os parceiros tradicionais do Irã, Rússia e China, dificilmente se arriscarão a uma escalada que leve a um confronto direto com os Estados Unidos e seus aliados ocidentais. A Rússia, que viu o regime de Bashar al-Assad cair em dezembro de 2024, enfrenta dificuldades profundas devido ao conflito na Ucrânia, iniciado em 2022. Esse conflito consumiu vastos recursos russos e expôs perdas graves em suas capacidades de defesa.
A exaustão da Rússia a torna um parceiro menos confiável para aventuras de grande escala, e sua dependência de recursos internos impede apoio substancial ao Irã. A China, por sua vez, concentra-se em desafios internos e na ambição de "reunificar Taiwan". Embora sua diplomacia tenha sido fundamental na região, como o acordo histórico entre Irã e Arábia Saudita mediado por Pequim em março de 2023, é improvável que a China coloque tudo a perder por Teerã.
O Irã é uma peça importante na Rota da Seda, mas Pequim prioriza sua estabilidade econômica e metas estratégicas, evitando conflitos diretos que possam prejudicar seus interesses comerciais e sua ascensão global. A situação do Irã é precária. Diante da máquina de guerra americana, suas opções são limitadas. Uma resposta militar direta seria suicida, dada a disparidade de forças.
O país poderia recorrer à guerra assimétrica, utilizando proxies e ataques cibernéticos, mas mesmo essas ações teriam um custo elevado e dificilmente alterariam o cenário de superioridade americana. A comunidade internacional, embora preocupada, parece impotente para intervir contra os interesses americanos. As sanções econômicas, já pesadas sobre o Irã, podem ser intensificadas, estrangulando sua economia e aumentando o descontentamento interno.
O cenário mais provável é que o Irã seja forçado a recuar e aceitar as condições impostas pelos Estados Unidos: desnuclearização completa, fim do apoio a grupos considerados terroristas e redefinição de sua política externa. A lição deste confronto é clara: o poderio militar americano continua sendo fator preponderante na geopolítica global. Mesmo potências como Rússia e China hesitam em desafiar Washington quando os riscos são altos. A ideia de que "nunca se aposta contra a América" parece mais verdadeira do que nunca. A Terceira Guerra Mundial não chegou, mas o mundo testemunha um rearranjo de forças onde a hegemonia americana é reafirmada. O Irã está aprendendo essa lição da maneira mais dura.