Nos últimos meses, Jericoacoara um dos destinos mais encantadores e emblemáticos do Brasil tem sido alvo de reportagens negativas. Por trás das manchetes tendenciosas, escondem-se interesses econômicos que ameaçam não apenas o futuro da vila, mas seu modo de vida, sua essência.
O embate é real. De um lado, a tentativa de privatizar o Parque Nacional, impondo barreiras ao livre e gratuito acesso à vila. De outro, a pressão de grupos imobiliários sobre terras públicas que hoje protegem o equilíbrio ambiental e cultural da região.
Mas há algo que os ataques não conseguem tocar: a magia de Jeri. Ela não se apaga com inverdades. Pelo contrário quanto mais tentam depreciar, mais forte ela brilha. A nossa comunidade reage com união. Os Conselhos Comunitário e Empresarial, junto à nova gestão da Autarquia de Jericoacoara (ADE-JERI), escolheram um futuro onde a vila é para pedestres e não para buzinas.
Antes circulavam por aqui cerca de 1.500 veículos por dia. Hoje, a sensação ao caminhar na vila nos lembra a Jeri de 30 anos atrás. A sinalização já melhorou e um projeto maior está em andamento. Outro avanço simbólico foi a revitalização da ADE-Jeri, antes esquecida. O local ganhou pintura, banheiros, sala com Wi-Fi, lanchonete, quadras de beach tênis e vôlei, e estacionamento arborizado. Um novo espaço com fluxo organizado e bem-estar.
A limpeza da vila também tem novo ritmo: agora é feita de forma sistemática algo inédito. Existe ainda uma campanha de embelezamento com paisagismo e reforma de becos, como também um planejamento de iluminação com luzes quentes e baixa potência privilegiando a beleza do céu. Além disso, o primeiro calendário de eventos sazonais foi implantado, garantindo movimento mesmo na baixa estação para impulsionar a economia local.
Os resultados já aparecem: junho nos trouxe uma ocupação hoteleira acima do esperado. Mas precisamos seguir refletindo sobre um debate que atravessa o planeta: Como conciliar turismo, preservação e justiça social? Jeri escolheu seu lado. E convida a todos para resistir com ela. Porque Jericoacoara é do mundo e o mundo precisa olhar por ela.