Vivemos um momento decisivo para o futuro logístico e econômico do Brasil. A reforma tributária em curso, que unificará impostos até 2033, representa uma reestruturação profunda do modelo de arrecadação nacional, encerrando a chamada "guerra fiscal" entre os estados e exigindo novas estratégias de competitividade. Assim, a logística e o ambiente de negócios serão os grandes diferenciais para atrair e manter investimentos regionais, tendo o Ceará uma oportunidade única de se posicionar como protagonista no novo mapa econômico do País.
Como Diretor de Logística da Câmara Brasil-Portugal (CBP-CE), tenho acompanhado de perto os esforços da Câmara no desenvolvimento do Corredor de Negócios Brasil-Portugal, uma iniciativa que visa conectar o Brasil ao mercado europeu - e futuramente à África - por meio da estrutura logística de Portugal, aproveitando benefícios como a isenção do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA). O projeto propõe ainda o uso da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) como hub de distribuição para o Mercosul e para o Norte e Nordeste do Brasil.
Para garantir a eficácia desse modelo, é fundamental fortalecer nossa logística interna. A integração dos modais rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo será chave para consolidar o Ceará como hub logístico do País. Projetos como a expansão da BR-020 e a homologação do Aeroporto Pinto Martins para remessas e e-commerce são ações estruturantes que precisam de atenção prioritária.
No campo internacional, destaco com orgulho a consolidação do hub da China no Ceará para cargas gerais, resultado direto do nosso esforço em internacionalizar a estrutura logística do Estado. Essa conexão fortalece ainda mais a posição do Ceará no cenário global e amplia a oferta de serviços a exportadores e importadores. O Ceará tem ativos valiosos: dois portos estratégicos, um aeroporto internacional com enorme potencial, e uma posição geográfica privilegiada para integrar o Brasil ao mundo.