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Padre Rino Bonvinni: O IFCE celebra o seu primeiro doutor bonjardinense
Opinião

Padre Rino Bonvinni: O IFCE celebra o seu primeiro doutor bonjardinense

O Movimento Saúde Mental realiza o Sim à Vida, um projeto de prevenção da dependência química que está inovando as políticas públicas, inserindo atividades de autoconhecimento, fortalecimento da autoestima, artesanato, aprendizagem da língua Tupi, cantos, danças, pinturas corporais e trilhas ecofílicas na Mata Sagrada
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Padre Rino Bonvinni

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No dia 25 de junho, foi realizada a defesa de tese do primeiro doutor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), o agora dr. José Gleison Gomes Capistrano. O título da tese é "A Abordagem Sistêmica Comunitária no ensino de ciências em escolas indígenas com foco na saúde mental".

O título carrega uma história de participação do dr. Gleison nas atividades do Movimento Saúde Mental (MSM) que desde 1996 atua ao serviço dos mais pobres abandonados e excluídos. O dr. José é morador do Bom Jardim, bairro tristemente famoso pelas suas problemáticas socioeconômicas. Gleison participou da Pastoral da Juventude e de várias atividades organizadas pelos Missionários Combonianos.

Foi professor voluntario do cursinho de pré-vestibular e sempre foi muito prestativo com os jovens menos favorecidos. Se formou em nutrição e em biologia e terminou o mestrado em nutrição na Uece. Mas sempre ficou fascinado pela Abordagem Sistêmica Comunitária do MSM. Assim iniciou uma reflexão que o levou a conectar esta metodologia socioterapêutica multidisciplinar com o ensino das ciências, aceitando o desafio de realizar sua pesquisa inovadora no contexto da escola indígena do Povo Pitaguary na aldeia do Santo Antônio em Maracanaú.

Nesta escola, o MSM realiza o Sim à Vida, um projeto de prevenção da dependência química que está inovando as políticas públicas, inserindo atividades de autoconhecimento, fortalecimento da autoestima, artesanato, aprendizagem da língua Tupi, cantos, danças, pinturas corporais e trilhas ecofílicas na Mata Sagrada.

O dr. Gleison com suas entrevistas observou a potência das atividades e os resultados positivos que o Sim á Vida gera nas crianças e adolescentes. A escola municipal indígena Povo Pitaguary estava no último lugar no diagnóstico do sistema de avaliação externa do Ceara (Spaece) e, depois da experiencia do projeto do Movimento Saúde Mental, alcançou o quarto lugar entre mais de 80 escolas do Município. O dr. Gleison abre um novo caminho para que o Bom Jardim e o Povo Pitaguary continuem gerando novos mestres e doutores.


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