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Marney Eduardo Ferreira Cruz: Professor e aluno: a relação que transforma
Opinião

Marney Eduardo Ferreira Cruz: Professor e aluno: a relação que transforma

A aprendizagem é um processo coletivo, onde a troca de saberes e a humildade em se colocar na posição de aluno são essenciais. Nada, dentro dele, substitui a interação humana, o diálogo e a orientação de um professor
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Marney Eduardo Ferreira Cruz . Formado em filosofia pela UFC, mestre em educação pela UnB, pesquisador pela UVA / SECITECE e professor e tutor EaD. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Marney Eduardo Ferreira Cruz . Formado em filosofia pela UFC, mestre em educação pela UnB, pesquisador pela UVA / SECITECE e professor e tutor EaD.

Recentemente, tive a oportunidade de participar de um lançamento no auditório da reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde reencontrar meu ex-professor e atual reitor, Custódio Almeida, foi uma experiência marcante. Ele fez uma apresentação sobre o prólogo que escreveu para a obra clássica "O Banquete", de Platão.

Ao receber um exemplar do livro, não pude deixar de refletir sobre a importância da figura do professor na formação de um estudante. Mesmo já tendo lido essa obra em várias ocasiões, a forma como Custódio abordou o tema do amor trouxe uma nova perspectiva, fazendo com que eu enxergasse nuances que antes me escapavam.

A sensação que tive ao ouvir suas palavras foi semelhante àquela que experimentava nos tempos de graduação. Lembrei-me da ansiedade e do entusiasmo de um estudante que busca, com fervor, alcançar o conhecimento e se aproximar dos gigantes do pensamento. A presença de um professor que não apenas ensina, mas também inspira, é fundamental para essa jornada. Sem o auxílio de um educador, muitos de nós ficamos limitados em nossa capacidade de compreender e interpretar obras que moldaram o pensamento humano.

Atualmente, estou imerso em outro clássico: "O Capital", de Karl Marx. Participando de um grupo de estudos virtual com mais de 700 inscritos, tenho aprendido a importância da mediação de professores que nos ajudam a interpretar essa obra monumental. A complexidade de Marx é tamanha que percebo que, mesmo após várias leituras, ainda não havia alcançado nem mesmo uma fração do que o autor tem a oferecer.

Essa experiência reforça a ideia de que a aprendizagem é um processo coletivo, onde a troca de saberes e a humildade em se colocar na posição de aluno são essenciais. Vivemos em uma era dominada pela tecnologia, onde temos acesso a uma infinidade de recursos, como vídeos, inteligência artificial e plataformas de aprendizado online. No entanto, nada substitui a interação humana, o diálogo e a orientação de um professor.

A educação se torna mais rica quando se estabelece uma relação de respeito e admiração entre professor e aluno, onde ambos aprendem e crescem juntos. A reflexão sobre o papel do professor na formação de cidadãos críticos e conscientes é mais relevante do que nunca. Em tempos de desinformação e superficialidade, é imprescindível valorizar a figura do educador, que vai além da transmissão de conteúdos e se torna um guia na busca pelo conhecimento.

Ao revisitarmos os clássicos, como Platão e Marx, somos lembrados de que o verdadeiro aprendizado se dá por meio da curiosidade, do questionamento e, principalmente, da relação que estabelecemos com aqueles que nos ensinam. Que possamos sempre lembrar que, na sala de aula da vida, o professor é um farol que ilumina o caminho do saber.

 

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