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Alexandre Pinheiro: IA no varejo, do futuro para o carrinho de compras
Opinião

Alexandre Pinheiro: IA no varejo, do futuro para o carrinho de compras

A Inteligência Artificial pode prever comportamentos, automatizar tarefas, reduzir desperdícios e até sugerir qual produto colocar na ponta de gôndola. Não é magia, é matemática com propósito
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Alexandre Pinheiro. Diretor executivo do Supermercado Pinheiro, rede com 23 lojas no Ceará.  (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Alexandre Pinheiro. Diretor executivo do Supermercado Pinheiro, rede com 23 lojas no Ceará.

A inteligência artificial (IA) chegou ao varejo alimentar para ficar, e não estamos falando de robôs nos corredores dos supermercados. Falamos de uma tecnologia que entende, aprende e ajuda a decidir.
Hoje, o cliente muda rápido, o mercado muda mais rápido ainda. Entre inflação, promoções, concorrência acirrada e consumidores cada vez mais exigentes, quem não se adapta, fica para trás. É aí que entra a IA, não como um modismo, mas como uma ferramenta poderosa de sobrevivência e crescimento.

De forma simples, a IA é a capacidade de máquinas aprenderem padrões e tomarem decisões a partir de dados. Ela pode prever comportamentos, automatizar tarefas, reduzir desperdícios e até sugerir qual produto colocar na ponta de gôndola. Não é magia, é matemática com propósito.

No Supermercado Pinheiro, temos aplicado a IA de forma muito prática. Algumas ações já estão em andamento e fazem diferença no dia a dia. É possível fazer recomendações de compras e promoções personalizadas com base no histórico de consumo do cliente, indicando ofertas que realmente fazem sentido para ele.

A experiência do cliente pode ser medida com a análise de sentimentos, a partir da ajuda de algoritmos, que levam a uma identificação de padrões nas respostas dos clientes, categorizando problemas e oportunidades por loja, setor ou tipo de atendimento. Somam-se a isso um melhor planejamento de demanda e abastecimento inteligente, com a IA ajudando nas vendas em cada loja, considerando variáveis como clima, feriados, comportamento passado e até o jogo de futebol da rodada.

Outro uso importante da IA é na chamada prevenção de rupturas. Ao cruzar dados de vendas, estoque e calendário promocional, conseguimos prever quando um produto está prestes a acabar na prateleira - e agir antes que isso aconteça. Da mesma forma ocorre no apoio à tomada de decisão com dados. Com o uso da IA já se consegue monitorar diariamente vendas, margem, perdas e estoques por loja, categoria e até produto. O gestor deixa de agir só pela intuição e passa a ter um "radar" inteligente para guiar suas ações.

A IA não é só para empresas gigantes ou de tecnologia. No varejo alimentar, ela pode estar em ferramentas simples que ajudam a analisar vendas, automatizar sugestões de compra ou entender melhor o comportamento do cliente. O mais importante é ter dados e usá-los com intenção. E ter gente preparada para interpretar o que a tecnologia entrega. A IA é potente, mas o fator humano ainda é - sempre será - insubstituível.

A tecnologia pode parecer distante, mas ela só tem valor se servir à vida real. No fim do dia, o que importa é a dona Maria achar o que precisa, pagar um preço justo, ser bem atendida - e querer voltar. Se a IA ajudar nisso, então ela cumpre seu papel.

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