A resposta lógica e quase consensual é: sim. Se a pergunta for "quando?", vale a metáfora: "Custo é como unha: precisa ser cortado com frequência." O problema é "onde cortar?". Como faltam propostas concretas, segue uma contribuição cidadã ao debate sobre o equilíbrio fiscal
do Brasil.
É possível corrigir distorções cruzando CPFs de beneficiários do Bolsa Família e BPC com chaves Pix que movimentam acima de R$ 5 mil mensais. Também é urgente revisar desonerações e incentivos fiscais. A redução anual de 10% nesses benefícios ajudaria as contas públicas.
No Executivo, medidas simples fariam diferença: reduzir o número de servidores no GSI (de 1.007 para no máximo 100); revisar lotações nos ministérios; restringir viagens de servidores; priorizar reuniões virtuais; racionalizar o uso de aviões da FAB, otimizando deslocamentos.
No Legislativo, é necessária corresponsabilidade: cortar pela metade verbas e auxílios parlamentares; reduzir emendas em 10% ao ano; cortar 50% dos fundos partidário e eleitoral; extinguir a "morte ficta" nas Forças Armadas; ajustar a LRF para limitar despesas com pessoal (30% União, 40% Estados, 50% Municípios); proibir propaganda com dinheiro público; e limitar os gastos com juros e amortizações da dívida a 10% do PIB.
No Judiciário, seria simbólico reduzir o recesso de juízes e promotores para 30 dias, como qualquer trabalhador.
Além de cortes, é urgente corrigir a injustiça tributária. A maioria paga muito e a minoria paga pouco ou quase nada. É preciso tributar lucros mensais acima de R$ 50 mil, dividendos, remessas ao exterior e especulação financeira. Também cobrar IPVA de jatinhos, helicópteros e iates, e regulamentar o Imposto sobre Grandes Fortunas.
Para ajuste fiscal duradouro e justo, é preciso coragem, compromisso e consciência democrática — sem corda no pescoço de ninguém.