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Ernesto Antunes: O mal da polarização política
Opinião

Ernesto Antunes: O mal da polarização política

Na divisão com a qual temos convivido, que envolve ideologias e até a forma de se relacionar com o mundo, a prioridade não é a nação em que vivemos, mas as ideologias partidárias ou sistemas de governo
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Ernesto Antunes

Consultor, administrador e escritor

Lendo o significado de polarização política, defino como uma crescente divergência de opiniões e atitudes em extremos opostos, resultando em conflitos e divisões na sociedade. No Brasil, essa polarização é oriunda e associada a grupos que apoiam Lula e Bolsonaro, e que pode afetar a forma como os cidadãos percebem a política e o sistema partidário como um todo.

Essa divisão que atualmente temos convivido, envolve ideologias e até a forma de se relacionar com o mundo, onde a prioridade não é a nação em que vivemos, mas as ideologias partidárias ou sistemas de governo. Tenho percebido que essas atitudes conflitantes têm prejudicado principalmente a economia do nosso país.

Lembro que na época que Michel Temer assumiu a presidência da República, setores da esquerda, incentivaram e vibraram com a greve dos caminhoneiros, que durou cerca de 15 dias, gerando prejuízos e desabastecimentos para todos os setores da economia, impactando diretamente no consumidor final. Na ocasião, grupos se enfrentavam, entre os que apoiavam a referida greve, enquanto outros eram terminantemente contra a paralisação total. No final dessa greve, fiquei com a sensação de que perdemos todos, com prejuízos incalculados para as empresas e o próprio país.

Mais recentemente por ocasião da pandemia, ocasionada pela Covid 19, iniciada em março de 2020, também vimos grupos ideológicos claramente definidos e atuando de forma agressiva, principalmente nas mídias sociais, se atacando mutualmente, pois determinados grupos ideológicos, desejavam que o Brasil parasse totalmente e fechasse todas as portas do comércio, em detrimento ao receio de contaminação e ao mesmo tempo, atingir de forma mais efetiva a economia do país. Outros grupos de apoio ao presidente da época, Jair Bolsonaro, questionavam a ciência e não desejavam a paralisação total dos negócios, sugerindo um fechamento parcial do comércio.

Essa queda de braço foi claramente entendida como uma disputa política, onde os governadores de estados ligados ao PT, prolongavam os lockdowns, pois na visão de alguns, “quanto pior melhor”, enquanto os governadores que apoiavam o referido governo, abrandavam os lockdowns e os efeitos da pandemia. Isso foi tão verdadeiro que em abril de 2021, resolvi viajar para a cidade de Bonito em Mato Grosso do Sul e ao contrário da nossa Fortaleza, o comércio e os restaurantes, estavam abertos ao público, com algumas restrições. Coincidentemente o Governador de lá era do PL e o do Ceará do Partido dos Trabalhadores.

Infelizmente essa falta de padrão ideológico e visão única, compromete a vida de nós cidadãos e o nosso direito de ir, vir e decidir. Para provar que essa polarização é maléfica, após algumas declarações impensadas do nosso presidente da República em relação aos Estados Unidos, estamos na eminência de sofrer um grande dano para a nossa economia, com impacto significativo para as nossas exportações e até para a nossas importações, caso o nosso governo aumente os impostos dos produtos americanos.

Nesse momento, também vivemos outra grande polarização que tem refletido nas nossas vidas, pois tem pessoas radicais comemorando o caos que a nossa economia pode ter em detrimento as decisões do rigoroso presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por outro lado, tudo isso tem antecipado as eleições de 2026, com defesas e ataques a todos os pretensos candidatos a presidência da república, afetando sobremaneira uma agenda positiva desse atual governo para o futuro.

Como consultor empresarial, comungo com o ponderado deputado estadual Acrísio Sena, que afirma que, “tenho fugido desse debate doentio, pois os extremos são nocivos’. Essa mesma visão tem um empresário do setor de ótica, Aderson Tavares, que como exemplo, cita um trecho da música de Altemar Dutra, “Brigo eu, você briga também...e ao morrer é que se vê que quem morreu foi eu e foi você, pois sem amor, estamos sós, morremos nós...Brasileiros”.



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