A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025 representa um desafio significativo para o comércio exterior do Brasil. Essa medida pressiona setores estratégicos da nossa economia e exige reflexão sobre os próximos passos da política comercial nacional.
Segundo dados do Comexbase da Einship, no primeiro semestre de 2025, o Brasil importou dos EUA cerca de US$ 21,7 bilhões, um crescimento de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram registrados 67 mil embarques marítimos e 167 mil TEUs movimentados, mostrando a intensidade da relação comercial.
Se o Brasil optar por medidas de reciprocidade, os fluxos comerciais poderão ser diretamente afetados. A região Sudeste, responsável por mais de 70% das exportações brasileiras para os EUA, será a mais impactada. São Paulo, sozinho, representa 31,9% desse total, enquanto portos como Santos, Rio de Janeiro e Vitória são os mais expostos. Setores como siderurgia, aviação, petróleo e manufatura já revisam suas projeções com apreensão.
Apesar da recente regulamentação da Lei da Reciprocidade permitir resposta proporcional, o governo brasileiro tem privilegiado o diálogo diplomático, evitando retaliações automáticas. Contudo, observa-se uma movimentação intensa das empresas para mitigar riscos. Há uma corrida por diversificação, focando mercados como China, Índia, União Europeia e blocos do sul global.
Diante desse cenário, é fundamental que as empresas revisem estoques, consolidem cargas, invistam em inteligência comercial e avaliem rotas logísticas alternativas. Além disso, estratégias tributárias inteligentes são essenciais para aumentar a competitividade diante das barreiras tarifárias.
A guerra comercial impõe desafios, mas também estimula transformação estratégica que amplia autonomia e resiliência dos exportadores brasileiros. Com planejamento e inovação, nossas empresas estarão preparadas para enfrentar esse novo cenário e aproveitar as oportunidades.