A fotografia constitui uma forma significativa de expressão, especialmente relevante para indivíduos que enfrentam dificuldades na comunicação verbal. Essa linguagem visual pode ser explorada por meios digitais e artesanais. Tais práticas ampliam as possibilidades de criação, promovendo o envolvimento ativo do sujeito na construção de narrativas visuais.
A oferta de oficinas e cursos acessíveis voltados a pessoas neurodivergentes, como indivíduos no espectro autista, é fundamental. Essas práticas favorecem o desenvolvimento de aspectos como memória, afetividade e linguagem imagética, proporcionando outras formas de interação com o meio que vivem. Temple Grandin (2010), em sua abordagem sobre neurodiversidade, salienta: "O mundo vai precisar que todos os diferentes tipos de mente trabalhem juntos. Temos que desenvolver essas mentes".
O Museu da Fotografia Fortaleza realiza semestralmente o Projeto Ampliando Olhares em parceria com Instituições que acompanham neurotípicos, buscando proporcionar essa fotografia mais acessível. De acordo com Temple o Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange diferentes níveis de suporte, com variações significativas nas habilidades comunicativas, sociais e comportamentais, para a cientista é uma forma diferente de pensar e processar informações.
A fotografia possibilita novas experiências perceptivas, contribuindo para o reconhecimento de si e do outro, e promovendo conexões mais profundas com o ambiente. A câmera, nesse contexto, atua como mediadora entre os mundos interno e externo, construindo realidades subjetivas. Segundo Boris Kossoy (2016), a fotografia é um processo interpretativo que revela um olhar particular sobre o mundo, estabelecendo uma ponte entre percepção e emoção. Dessa forma, ela se torna uma possibilidade de conexão e ferramenta de aprendizado.