Com mais de 100 anos de história, a Arte Naïf ainda batalha por mais visibilidade, reconhecimento, presença no dia a dia de espaços das artes visuais e da dita "contemporaneidade", mas que muitas vezes deixam de fora artistas incríveis, não alcançados por algumas escolhas curatoriais e de política cultural.
O próprio termo "Arte Naïf", ou arte popular, com a palavra francesa, é ainda desconhecido por muitos, mas contribuiu bastante para destacar a arte que costuma ser realizada em cores várias e vivas, valorizando temas do dia a dia do povo, manifestações culturais e até contando histórias. Muitos dos artistas naïf são autodidatas. Outros também possuem formação acadêmica e conhecimentos formais e técnicos de outras expressões artísticas, mas se dedicam ao naïf, como sua grande paixão, seu caminho de vida e de arte.
Procurando contribuir para mudar o paradoxo de pouco acesso ou visibilidade limitada, para o povo, da arte popular, o Festival Internacional de Arte Naïf surgiu há seis anos, em Guarabira-PB. A inspiração veio de um festival do qual participamos, na Polônia. Na bagagem de volta, uma responsabilidade e um sonho: realizar no Brasil um festival capaz de despertar outros olhares para esses inúmeros artistas.
O sonho se tornou real há seis anos, com o apoio de um grande incentivador, o então prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano, e de outros colegas de tintas e de esperanças, que abraçaram a ideia do Festival Internacional de Arte Naif, o FIAN. Hoje, graças à apresentação do Ministério da Cultura, da Caixa Residencial e da Caixa Cultural, este sonho chega a Fortaleza, pela primeira vez, com exposição na Caixa Cultural até 14 de setembro. Obras de 96 artistas, de 20 estados e 15 países. A força da arte popular, insiste, resiste, persiste. Que possamos juntos continuar escrevendo e pintando essa história.