A COP 30 representa um momento único para o Brasil mostrar ao mundo a sua pujança na sustentabilidade, o que além de dar visibilidade, poderá atrair investimentos tendo em vista as metas alcançadas na área climática, na preservação da Amazonia, no multilateralismo e enfim, no desenvolvimento sustentável.
Um encontro desta magnitude, à nível turístico poderia dar ao país um reforço em sua imagem, como perfeita estratégia de marketing, divulgando o Pará, a Amazônia e o Brasil. Como observador do desenvolvimento turístico nacional e analista de suas políticas públicas, afirmo com toda segurança que existe uma elevada discrepância nos avanços alcançados nos segmentos correlatos ao evento em relação ao atraso no setor turístico, tanto no aspecto do planejamento, da promoção, da infraestrutura, da tecnologia, da segurança e principalmente da estratégia operacional.
Por exemplo, enquanto no Agro, cientistas do mais alto gabarito da Embrapa recebem, anos seguidos, premiação tipo Nobel no setor, na Embratur e no Ministério do Turismo o que se vê é uma gestão feita por leigos e despreparados, além de serem órgãos verdadeiros cabides de emprego e de há muito denunciado por corrupção e destituídos de total controle de produtividade por resultados pífios.
Como admitir que um país que tem a maior biodiversidade do planeta, incomparável patrimônio cultural e artificial aparece na humilhante escala da OMT com os piores índices de receptivo? Esta lanterna na estatística do turismo internacional retrata perfeitamente a incapacidade de transformar este precioso recurso em um produto altamente rentável. O turismo representa 12% do PIB mundial e gera quase meio bilhão de empregos diretos e outros bilhões em seu cluster econômico.
O descaso com o turismo é tamanho que as Nações Unidas sugeriram transferir do Pará para outro lugar, tendo em vista que o Brasil não fez o básico: planejamento (estudo de capacidade de carga, acerto prévio de preços e reservas de hospedagem, serviços de receptivo e segurança, controle e tabelamento da área de alimentação etc.).
O desconhecimento da psicologia social e da antropologia cultural do empresário e de sua falta de ética no Brasil que adota a famosa¨lei do Gerson¨, blindou a visão de Marina Silva e Celso Sabino que veio apagar o fogo quando e estrago estava feito: Empresas cobrando até 20 vezes mais que o preço de mercado, um absurdo! Colasuonno (1980) disse; ¨Explorem o Turismo não o turista¨.