A cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin, realizada no Alasca em agosto de 2025, marcou um passo importante na política externa dos Estados Unidos e sinalizou a tentativa de recuperar o papel histórico do país como mediador global. O encontro buscou reduzir tensões entre as duas maiores potências nucleares e projetou uma imagem de Washington como ator indispensável na construção de um equilíbrio internacional.
Entre os desdobramentos mais significativos de sua atuação destaca-se o atraso no programa nuclear iraniano. Esse resultado não foi fruto apenas da diplomacia, mas sim de um ataque direto às instalações nucleares iranianas, uma demonstração de força militar que reafirmou a capacidade dos EUA sob a liderança de Trump de impor limites concretos às ambições nucleares de Teerã.
No campo da mediação, Trump trabalhou em cessar-fogos importantes, incluindo negociações que envolveram diretamente o Hamas e Israel. O ápice de sua atuação nesse eixo foi alcançado em 23 de junho de 2025, quando o então presidente anunciou o fim oficial da guerra entre Israel e Irã, declarando um cessar-fogo "completo e total" após doze dias de intensos combates. Essa decisão foi recebida como um marco histórico, encerrando oficialmente um conflito que ameaçava a estabilidade de toda a região.
No Cáucaso, sua diplomacia também desempenhou papel crucial. O estímulo à celebração de um acordo entre Azerbaijão e Armênia representou um golpe na influência russa sobre a região, reforçando a presença dos EUA como alternativa viável de estabilidade e liderança geopolítica em áreas tradicionalmente disputadas.
Apesar desses avanços, a política global de Trump não esteve isenta de contradições. Suas medidas tarifárias geraram instabilidade econômica e tensões comerciais com aliados e rivais, projetando incertezas no cenário internacional. Ainda assim, ao combinar demonstrações de força militar com iniciativas diplomáticas, Trump construiu uma imagem paradoxal: a de um líder que, apesar do estilo confrontativo, buscou reduzir conflitos armados e reposicionar os Estados Unidos como pacificador em um mundo marcado por rivalidades crescentes.
Esses esforços de paz, no entanto, inserem-se em um contexto em que Trump faz ecoar uma imagem de líder forte, em constante antagonismo com Vladimir Putin e Xi Jinping. O atual cenário das relações internacionais, cada vez mais propício ao surgimento de "lideranças de homens fortes", reforça esse perfil e reabre debates sobre os rumos da ordem global. Diante disso, resta a provocação: se Trump for bem-sucedido em resolver esses conflitos, poderá se tornar um sério candidato ao Prêmio Nobel da Paz?