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Cuidados paliativos: um olhar necessário
Opinião

Cuidados paliativos: um olhar necessário

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Os cuidados paliativos representam uma abordagem essencial para a promoção da dignidade e do bem-estar dos pacientes com doenças graves e progressivas. Mais do que o controle da dor e dos sintomas físicos, são cuidados que envolvem atenção integral, acolhendo também os aspectos emocionais, sociais, culturais e espirituais dos pacientes e dos seus familiares. Entre os profissionais de saúde há uma crescente preocupação em oferecer o serviço aos seus pacientes, pois já não é mais admissível a frase: "não há mais nada o que fazer." Na perspectiva de abordagem da morte digna, procura-se relacioná-la com a ortotanásia, proporcionando a prática do cuidado paliativo.

Dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), os cuidados paliativos estão diretamente ligados ao princípio da integralidade do cuidado, que reconhece o ser humano em sua totalidade, considerando suas múltiplas necessidades e respeitando sua autonomia. Esse princípio orienta a atuação das equipes de saúde para além do tratamento da doença, buscando cuidar da pessoa em todas as suas dimensões (física, social, emocional e espiritual). Infelizmente, ainda há muitos desafios no acesso e na implementação efetiva dos cuidados paliativos no Brasil. A falta de formação específica dos profissionais, a escassez de serviços especializados e o preconceito em torno do tema dificultam a consolidação dessa prática no cotidiano dos serviços de saúde.

Em muitos casos, o cuidado paliativo ainda é confundido com o abandono terapêutico, quando na verdade se trata de um cuidado ativo, compassivo e ético. Portanto, integrar os cuidados paliativos à lógica da integralidade do cuidado é reconhecer que viver com qualidade até o fim da vida é um direito. É acolher a dor e o sofrimento com respeito, escuta e humanidade, reafirmando que cada vida importa — até o último instante.

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