"Estátuas e cofres e paredes pintadas, ninguém sabe o que aconteceu. Ela se jogou da janela do 5º andar, nada é fácil de entender... Meu filho vai ter nome de santo, quero o nome mais bonito. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há... Você me diz que seus pais não lhe entendem, mas você não entende seus pais. Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo! São crianças como você, o que você vai ser quando você crescer."
A palmatória e a chinela há muito se foram como instrumentos de punição na educação dos filhos, o que no meu entender está corretíssimo, pois a educação começa pelo exemplo, passando por frequentes diálogos, aconselhamentos e acolhimento para uma boa formação da infância e do adolescente, que devem encontrar no lar familiar o amálgama para a formação sadia de sua personalidade e de seu caráter, enquanto projeto de adulto que ali se desenvolve, não havendo o menor espaço para o uso da violência, como forma de educar.
Entretanto, por fatores múltiplos, a consciência da atenção e reverência que se tinha pelos pais há muito desapareceu por grande parte dos filhos, quer enquanto crianças, jovens e até quando adultos. O respeito e consideração, bem como a busca de não ser peso, muito menos de explorar os pais já não estão presentes nas derradeiras gerações, em sua grande maioria, salvo honrosas exceções.
A ideia de honrar pai e mãe já não faz parte do firme propósito filial. Ao reverso, como dito acima por Renato Russo, o filho "culpa seus pais por tudo, isso é absurdo!", pois são falíveis e, muitas vezes, no afã de acertar, acabam errando, sendo crianças como os filhos.
Rui Barbosa já dizia que "A família é a célula mater da sociedade." Sem que se queira tomar postura conservadora, pois outra é minha ala, é de fato no âmbito do lar donde se retiram os valores que hão de acompanhar o futuro adulto e cidadão pelo resto de sua vida. Que esperar no âmbito social do filho que, enquanto criança e jovem, não guardou respeito e consideração por quem lhe deu o dom mais precioso: sua vida?