Assim começa a reportagem publicada no jornal americano The New York Times (9/9/25) a respeito da gigantesca bandeira dos Estados Unidos desfraldada na manifestação bolsonarista no Sete de Setembro, dia que marca a independência do Brasil.
É “um novo símbolo da direita brasileira”, registrou o título da reportagem, assinada pelo jornalista Jack Nicas. Para ele, usar a bandeira “foi uma mensagem de agradecimento ao presidente Trump por tentar intervir no caso de Bolsonaro".
O verde e amarelo, digo eu, fez pálida figuração, apenas para disfarçar a atitude genuflexa dos lacaios de Donald Trump. Os “patriotas” acharam por bem clamar por uma intervenção estrangeira justamente quando se comemora a data em que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. Ficou tão feia a situação, mesmo entre militantes da direita, que o organizador do ato, Silas Malafaia, considerou um “absurdo” o que aconteceu.
Afirmou que nas próximas manifestações a bandeira americana seria probidade (e a liberdade de expressão, pastor?). E acrescentou, em entrevista ao portal Metrópoles, desconfiar que a iniciativa teria sido da “esquerda infiltrada” (mentir é pecado, pastor). A lembrar que o chefe de Malafaia, Jair Bolsonaro, já bateu continência para a bandeira do Tio Sam.
Sobre a “desconfiança” de que teria sido a esquerda a introduzir apoteoticamente o símbolo americano na passeata, seria preciso conhecer os destemidos “esquerdistas” com coragem para enfrentar a gangue fanatizada.
Além disso, os líderes do PT e do PSB pediram à PF para investigar o uso da bandeira americana na manifestação bolsonarista. Suspeita-se que foi a mesma utilizada durante um jogo no Brasil da NFL, a liga de futebol americano. Segundo os deputados, a Constituição proíbe a vinculação de partidos políticos a governos ou entidades estrangeiras.
O correspondente cita ainda um protesto na Coreia do Sul, onde a bandeira dos EUA foi agitada contra suposta fraude em eleições. Ou seja, a bandeira do Tio Sam é o mais novo símbolo da extrema direita, mundialmente.
Os fascistoides tupiniquins quiseram testar a experiência de seus colegas da extrema direita, mas foram obrigados a recuar. A verdade é que os bolsonaristas humilharam a pátria na avenida Paulista. Eles querem que o Brasil, mais de 200 anos após a independência, volte a ser colônia, agora, dos Estados Unidos.