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Alimentação escolar: um prato cheio de futuro
Opinião

Alimentação escolar: um prato cheio de futuro

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é um dos maiores do mundo: quase 40 milhões de alunos brasileiros atendidos em 150 mil escolas, com 50 milhões de refeições servidas diariamente
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Fernanda Pacobahyba

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Nos dias 18 e 19 de setembro, Fortaleza será palco da 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, encontro que reunirá ministros, líderes governamentais e parceiros de todos os continentes em torno de um tema que parece simples, mas é fundamental: garantir que cada criança tenha, todos os dias, um prato de comida saudável na escola.

Não falamos apenas de nutrição. Falamos de dignidade. Uma refeição escolar pode ser a diferença entre permanecer ou abandonar os estudos, entre a ansiedade da fome e a energia para aprender e sonhar.
O Brasil sabe bem disso.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), coordenado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pelo Ministério da Educação (MEC), é um dos maiores do mundo: quase 40 milhões de alunos atendidos em 150 mil escolas, com 50 milhões de refeições servidas diariamente. Cada prato representa um investimento em cidadania e futuro. Essa experiência se tornou referência global e hoje inspira mais de 80 países.

Desde 2009, o Brasil desenvolve parcerias de cooperação técnica internacional voltadas a fortalecer a alimentação escolar ao redor do planeta. Em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e com a Agência Brasileira de Cooperação Internacional (ABC/MRE), foi criada, em 2018, a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), apoiando países da América Latina e do Caribe. Já em 2011, a criação do Centro de Excelência contra a Fome, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), estabeleceu uma ponte entre o Brasil e nações da África e da Ásia.

A partir de 2023, o Brasil assumiu a copresidência da Coalizão para a Alimentação Escolar, ao lado da França e da Finlândia, ampliando sua atuação também para países europeus e reafirmando o compromisso de compartilhar soluções em que todas as crianças tenham acesso a refeições escolares de qualidade. Ainda no mesmo ano, na presidência do G20, o país integrou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, reforçando a urgência de enfrentar desigualdades estruturais.

Não é coincidência que Fortaleza seja a cidade-sede desta Cúpula, uma vez que o Ceará tem se destacado pelo avanço de políticas públicas consistentes, especialmente na educação. O Brasil celebra sua saída do Mapa da Fome, mas reconhece que a luta não termina aqui.

A alimentação escolar não acontece apenas em cúpulas globais. Ela está diariamente nos refeitórios de cada escola, onde merendeiras, nutricionistas, gestores e professores unem esforços para que a refeição chegue ao prato. São essas mãos que sustentam a grandeza do programa e fazem dele um exemplo de política pública que nasce no cotidiano, mas reverbera no futuro de todo um país.

 

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