Vivemos novamente os efeitos de uma nova pandemia, com efeitos nefastos sobre a economia mundial, desta vez a pandemia do vírus "tarifaço Trump" que surgiu nos Estados Unidos com o governo do presidente Donald Trump, no início deste ano e, rapidamente, se espalhou por toda economia mundial numa velocidade nunca vista, afetando principalmente o multilateralismo comercial que havia sido construído nos últimos oitenta anos, resultado das últimas duas guerras mundiais que afetaram a geopolítica mundial.
Sua contaminação está tão abrangente, conseguindo afetar todo processo de globalização mundial que levou as "cadeias produtivas" a se desintegrarem, caso sua disseminação continue na mesma proporção que se iniciou. Nem mesmo os analistas têm uma avaliação concreta dos seus efeitos na economia mundial, tamanha é a incerteza que as tarifas Trump ocasionaram e ainda vão ocasionar, tanto nas economias de países considerados "inimigos", como a China, quanto nas nações amigas e aliadas como Canadá, México, Japão e União Europeia.
O mundo vinha no pós Guerra-Fria comandado unilateralmente pelos Estados Unidos, pelos mecanismos geopolíticos e econômicos, proporcionado pelas decisões do encontro de Bretton Woods, de 1944, que definiu as regras do sistema financeiro internacional e estabeleceu a moeda americana, o dólar, como moeda padrão para o comércio internacional e criou o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e posteriormente a Organização Mundial do Comércio.
Todas essas Instituições foram criadas com hegemonia americana, para enfrentar as novas regras da geopolíticas pós Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, confronto ideológico entre o capitalismo e o comunismo, este sob o domínio da União Soviética.
Com a queda do regime soviético em 1991, o liberalismo econômico voltou à sua hegemonia transformando as economias, globalizando os mercados produtivos e financeiros. Seu objetivo maior tem um cunho nacionalista de reindustrialização da economia americana, desconstruindo todo processo de globalização existente.
O mundo está diante do desafio de desglobalização, ao destruir as cadeias produtivas internacionais, alimentando um novo nacionalismo, justificando as tarifas como um mecanismo de reconquista do poder econômico americano com o lema "Make America Great Again", gerando um processo de incertezas na economia mundial.