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Liziany Medeiros: Primeiras-damas em ação
Opinião

Liziany Medeiros: Primeiras-damas em ação

Nesses 38 anos, a Associação tem construído pontes com diferentes setores; criou projetos que formaram gerações de leitores; lançou dezenas de livros etc. Mas, ainda há muita coisa por fazer
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Liziany Medeiros. Primeira-dama de Itapipoca e presidente da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE). (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Liziany Medeiros. Primeira-dama de Itapipoca e presidente da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE).

Há 38 anos, em 22 de setembro de 1987, em um contexto histórico de redemocratização política do País e de reorganização da sociedade, foi criada a Associação das Primeiras-Damas do Ceará (APDMCE) que, em 2011, passou a se chamar Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará.

Fundada por 17 primeiras-damas, a APDMCE nasceu para contribuir com a transformação do perfil dos municípios cearenses, contando com o protagonismo dessas mulheres que, embora não eleitas, exercem papel relevante.

Aquelas pioneiras - como nós, ainda hoje - enfrentaram preconceitos resultantes da representação social construída ao longo do tempo sobre as primeiras-damas e o incômodo causado quando nos recusamos a ser mera figura decorativa na gestão e agimos, de forma consciente, séria e comprometida, discutindo e implementando ações nos municípios, seja nas secretarias as quais assumimos, seja na escuta qualificada das demandas da população.

E foi assim, enfrentando estereótipos e com disposição para aprender e trabalhar pelos municípios, que a APDMCE estabeleceu parcerias com universidades, órgãos internacionais, fundações, dentre outros e atuou ativamente na criação dos conselhos municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente; da Pessoa Idosa, e da Mulher. Hoje temos assento em todos os conselhos estaduais da área da Assistência, e somos a entidade parceira do UNICEF na implementação do Selo UNICEF nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Nesses 38 anos, construímos pontes com diferentes setores; criamos projetos que formaram gerações de leitores; lançamos dezenas de livros; trabalhamos a qualidade de vida na terceira idade; mobilizamos; articulamos; dialogamos. Mas ainda há muito o que fazer, porque embora as mulheres estejam conseguindo alcançar espaços de decisão, é preciso seguir desconstruindo a imagem e os discursos distorcidos e superficiais que afastam a mulher do fazer político, como se esse não fosse um espaço a ser ocupado por nós, além de estigmatizar as primeiras-damas. Não somos "bibelôs" dos prefeitos; somos agentes de transformação e a história da APDMCE é prova viva disso.

 

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