Nas últimas horas do fim de semana no Pacoti, onde a família desde sexta-feira esteve reunida entre caminhada numa trilha em meio à exuberante vegetação, churrasco, vinho, música e muita conversa, agora de volta, na estrada entre curvas, casas interioranas alpendradas, se vê pouco ou quase nenhum movimento de seus moradores. As lembranças familiares de quem viveu essa experiência manifestam-se diante de placas denominando lugarejos: Areias, Serrinha Bela, Olho D'Água, Guassi, no alto da Rodovia-CE 253, sinuosa e bem estruturada que liga Redenção a Pacoti, podemos apreciar pequenas comunidades rurais com minúsculas praças e igrejinhas, permeados ora por um bananal, mata atlântica, porções de água, passando pelo belo casarão ponto histórico e turístico, o Café São Luís.
Tardes de domingo quase sempre são nostálgicas. Quando menina, esse era o dia de feira, missa, manhãs alegres, cheias de novidades e encontro de amigos. Na segunda parte do dia, o movimento findava e aquele ar festivo diferente e movimentado, transformava-se em tarde quieta, maçante e de despedidas, quando os que estudavam na capital tinham que retornar.
Esses povoados rurais nos trazem a ideia de pertencimento, nos são familiares. A mata, os riachos e as construções simples são para nós referência, embora hoje façamos parte de ruas asfaltadas, edifícios e praças organizadas. Não tem como negar a presença forte do simples, da ruralidade vinda dos nossos ancestrais e vivida por nós. Descemos mais e chegamos a Redenção; as lembranças juvenis afloram entre festas, paqueras, quermesses e, olhando para o morro do Cruzeiro, a imagem de Santa Rita abençoa e parece confirmar o que penso. Dois quilômetros à frente está o Acarape, terra natal, infância, danações, peraltices. E vai encerrando o domingo já na estrada tantas vezes percorrida quando vínhamos pra capital cheios de saudades, mas também de esperança e expectativa. Não queira que sintam com você essa saudade, nesse momento ela é só sua!