Hugo Motta rejeitou de plano o passa-moleque que a extrema direita queria aplicar-lhe, nomeando como líder da minoria na Câmara o ex-brasileiro Eduardo Bolsonaro. O objetivo da manobra seria evitar a perda de seu mandato por excesso de faltas.
É que o regulamento interno prevê que líderes partidários podem se ausentar das sessões, sem a necessidade de justificar as faltas. Um privilégio por si um absurdo. Porém, não causa surpresa quando se sabe que a benesse das faltas sem justificação foi instituída por canetada da mesa diretora da Câmara, em 2015, quando o presidente era o famigerado Eduardo Cunha.
Pois bem, dessa vez Motta não apelou para sua desculpa recorrente de “consultar os líderes partidários” — e assumiu a única decisão aceitável no caso.
Motta ficou certamente impressionado com as manifestações de domingo. Descobriu que, para além dos palácios, existe o povo — e dá sinais de que resolveu, de fato, assumir a presidência da Câmara.
A próxima tarefa agora é dar urgência à cassação do mandato do fujão. É inaceitável que ele continue impunemente recebendo dinheiro dos contribuintes para operar, a partir dos Estados Unidos, contra os interesses brasileiros.
Nessa nova toada, Motta disse que é “o momento de tirar da frente todas essas pautas tóxicas”. Mas a questão é que foi o próprio Motta a permitir que a pauta da Câmara fosse envenenada por interesses corporativos — e da bandalha bolsonariana. Portanto, é preciso acompanhar seu comportamento, pois não seria surpresa uma recaída.
Quanto a Eduardo Bolsonaro, ele levou outra lapada, com seu comparsa, Paulo Figueiredo. Eles foram denunciados pela Procuradoria Geral da República por ajudarem os EUA a promoverem “graves sanções” contra o Brasil, com o intuito de pressionar o STF para não condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista.
Agora, Eduardo vai ter de decidir se continua seu autoexílio na terra do Pateta ou vai enfrentar a Justiça brasileira.