A Defensoria Pública do Ceará tem vivido um tempo de profundas transformações. Em pouco mais de dois anos, vimos a instituição chegar a lugares onde antes não havia defensores, inauguramos novas sedes, criamos projetos inovadores e, sobretudo, passamos a ocupar territórios onde antes não estávamos. Essa presença não é apenas simbólica: ela se traduz em acesso a direitos, em escuta qualificada, em atendimento próximo de quem mais precisa.
Um bom exemplo disso é que batemos recordes de atuações chegando a marca de dois milhões em 2024, número que será superado neste ano, uma vez que já chegamos a um milhão de procedimentos no primeiro semestre de 2025. Isso é fruto de um trabalho responsável e inovador.
Projetos como o Pipa, o Pilar, o Defensoras Populares, o Ceará com Direitos e o Amar Defensoria não nasceram ao acaso. Eles respondem a demandas concretas da população e dos próprios defensores e defensoras, representando a coragem de construir políticas inclusivas. Quando a Defensoria se instala em cozinhas populares, em escolas públicas, em comunidades indígenas ou quilombolas, está reafirmando sua missão de estar onde a desigualdade é mais dura e onde a cidadania precisa ser fortalecida.
Ao mesmo tempo, avançamos em algo que parecia impossível: a reestruturação da carreira. Hoje, há mais defensores com titularidade, mais presença no interior e uma interiorização que vai além de inaugurar prédios. Estamos falando sobre consolidar equipes, firmar parcerias e criar raízes. É esse compromisso que transforma promessas em realidade e garante continuidade.
Os propósitos da gestão foram convertidos em políticas de interiorização, inclusão e ações afirmativas que precisam de tempo para serem cada vez mais reafirmados. Não se trata de acelerar para mostrar resultados imediatos, mas de sustentar com coragem e responsabilidade o que está dando certo, respeitando o ritmo das transformações sociais.
O maior risco de uma instituição como a Defensoria é ceder à lógica do imediatismo, do protagonismo pessoal, da pressa em marcar gestões. O que se constrói com compromisso e seriedade precisa ser consolidado, não substituído. É assim que uma instituição de Estado se fortalece: garantindo estabilidade, colhendo frutos no tempo certo e servindo, sempre, à sociedade.