Logo O POVO+
Tales Matos: São Gonçalo, primeiro lugar em gestão fiscal
Opinião

Tales Matos: São Gonçalo, primeiro lugar em gestão fiscal

É fundamental estimular estratégias que fortaleçam a arrecadação própria, aprimorem o planejamento orçamentário, reduzam desperdícios e abram espaço para novos investimentos
Edição Impressa
Tipo Opinião Por
Foto do Articulista

Tales Matos

Secretário de Finanças de São Gonçalo do Amarante (CE)

O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) 2025 trouxe um retrato relevante das contas públicas do estado: dos 181 municípios avaliados no Ceará, apenas 4,4% alcançaram gestão de excelência, enquanto a maioria, cerca de 60%, encerrou 2024 em situação fiscal difícil ou crítica. A média cearense foi de 0,5491 ponto, abaixo da média nacional de 0,6531, o que mostra o tamanho do desafio coletivo que temos pela frente.

Nesse contexto, São Gonçalo do Amarante alcançou uma marca histórica ao obter a nota máxima (1.0000) em todos os indicadores, ocupando o 1º lugar do Ceará e também do Brasil. Esse resultado deve ser visto não como um ponto de chegada, mas como um exemplo que pode enriquecer o debate sobre caminhos para fortalecer a gestão pública municipal em nosso estado.

O IFGF avalia quatro dimensões: autonomia, gastos com pessoal, liquidez e investimentos. Em cada uma delas, São Gonçalo buscou equilíbrio: planejamento financeiro realista, controle rigoroso das despesas, gestão criteriosa da folha e prioridade para investimentos capazes de gerar impacto social e econômico.

A experiência mostra que a excelência fiscal nasce de práticas consistentes, transparentes e sustentadas por escolhas de longo prazo. Não se trata de competir, mas de provar que é possível avançar quando há responsabilidade e visão estratégica.

Ao mesmo tempo, o desafio vivido pela maioria dos municípios merece atenção especial. É fundamental estimular estratégias que fortaleçam a arrecadação própria (com inovação, tecnologia e valorização de pessoas), aprimorem o planejamento orçamentário, reduzam desperdícios e abram espaço para novos investimentos. Só assim os resultados fiscais se transformarão em benefícios concretos para a população. Nesse processo, um corpo técnico qualificado é peça-chave para garantir consistência e sustentabilidade.

A conquista de São Gonçalo do Amarante projeta o Ceará no cenário nacional como prova de que a boa gestão fiscal é possível e inspira a esperança de que mais municípios possam trilhar esse caminho, elevando a credibilidade e o futuro de todo o nosso estado.

O que você achou desse conteúdo?