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Ivan Melo: Professores sem fronteiras
Opinião

Ivan Melo: Professores sem fronteiras

.Estamos em outubro e o Programa Professores Sem Fronteiras paira no esquecimento. É o mês do professor, momento ideal para salvá-lo e os governantes entenderem que a atuação do professor transcende a sala de aula
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Ivan Melo

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Inicio esta prosa com uma indagação: dinheiro aplicado na educação é um gasto ou um investimento? Para respondê-la, retomo o Programa Professores Sem Fronteiras (PSF), uma ação realizada pela prefeitura de Fortaleza nos anos 2023 e 2024.

O PSF consistiu num intercâmbio pedagógico de 15 dias, na Europa, oferecido a professores de escolas municipais de Fortaleza. Selecionados pelo currículo, os intercambistas recebiam passagens e uma ajuda de custo em moeda estrangeira.

O programa lançou quatro editais. Cada um enviava vinte e cinco professores e dois coordenadores de grupo para um país europeu. Portugal e Irlanda, no primeiro edital e Espanha e França no segundo. Em 2024, um terceiro edital enviou cem diretores e coordenadores de escolas, a Portugal. Ao todo, foram mais de trezentos profissionais beneficiados. Um vultoso investimento na formação de professores que dificilmente a realizariam com recursos próprios.

Por 15 dias, os intercambistas visitariam escolas, universidades, equipamentos culturais e conheceram um pouco da cultura e do sistema educacional da cidade europeia escolhida. Um curso preparatório lhes ofereceu instruções, recomendações e os propósitos de sua estada no exterior.

Um político se eterniza por seus feitos. Em 2013, um prefeito de Fortaleza decidiu fechar bibliotecas e laboratórios de informática, encerrar o Simbe, um premiado programa de formação leitora nas escolas municipais. O motivo? Algo comum na política miúda: o apagamento do legado de seu antecessor.

Em 27 de outubro de 2024, dia da eleição municipal, eu retornava do intercâmbio em Salamanca (Espanha). Na memória, as boas lembranças e as descobertas que compartilharíamos na escola. No coração, a certeza de que as urnas implicasse a continuidade ou não do PSF.

Estamos em outubro e o Programa Professores Sem Fronteiras paira no esquecimento. É o mês do professor, momento ideal para salvá-lo e os governantes entenderem que a atuação do professor transcende a sala de aula. Que recursos aplicados na educação, não são um gasto, mas um valioso investimento. n

 

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