A boa construção requer uma fundação firme e segura. A regra elementar que vale para a engenharia também é certeira para as relações humanas: somente o sólido alicerce do compromisso com a ética é capaz de sustentar, ao longo do tempo, a confiança entre as partes. Do mesmo modo, a credibilidade, assim como as edificações, requer manutenção contínua.
No setor da construção civil, essas condições podem ser atestadas pela qualidade técnica dos empreendimentos e pelo respeito às leis. Para garantir que tudo seja feito com total segurança, inclusive jurídica, a legislação brasileira dispõe, por exemplo, sobre a obrigatoriedade do Registro de Incorporação (RI) para a comercialização de imóveis na planta. Não se trata de inconveniência ou mera burocracia, mas de compromisso com a transparência.
Como o mercado é um ecossistema, é fundamental que todos respeitem as boas práticas de cada segmento. Tanto é que o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) adotou o selo “Juridicamente Perfeito” para certificar o cumprimento dessas obrigações, resguardando clientes e empreendimentos imobiliários.
Vez por outra, reforço essas questões, com a preocupação de preservar um ambiente de negócios confiável, indispensável para o crescimento da construção civil no Estado. Esses cuidados devem ser constantes porque, em última instância, as reputações das empresas estão intrinsecamente ligadas à integridade da indústria como um todo.
É como no sistema financeiro: entidades com problemas de confiabilidade podem gerar um risco sistêmico, caso não haja observância adequada sobre as suas responsabilidades. Instituições de fiscalização, como o Ministério Público, e de supervisão, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula a Bolsa de Valores, são essenciais para a manutenção da integridade do mercado, coibindo práticas desleais para proteger investidores e o próprio setor em toda sua amplitude.
As tentações do lucro fácil e rápido, da competição desleal, dos atalhos e jeitinhos podem até gerar resultados a curto prazo, mas são extremamente prejudiciais para todos os que a fazem, porque, mais cedo ou mais tarde, sem os devidos alicerces, um dia a casa cai.