Escrever tem sido meu abrigo, a forma que encontrei de acolher minhas fragilidades e sentimentos mais íntimos. Transformar em palavras aquilo que atravessa a alma tem funcionado como um remédio.
Sou ansiosa e controladora. Faço acompanhamento terapêutico e psiquiátrico, mas a pandemia escancarou minhas vulnerabilidades. Em poucos meses, perdi meus pais e minha avó, e precisei lidar com a doença do meu irmão. Engoli os lutos, forçada a ser a "pessoa forte", mas logo percebi que estava adoecendo.
Na sociedade acelerada, marcada por redes sociais e pela busca incessante por vidas perfeitas, escrever me traz alívio e acolhimento. Sempre escrevi apenas para mim, mas este ano decidi compartilhar meus sentimentos.
Escrevo para desacelerar, para registrar meus problemas, medos, afetos e até sonhos confusos. Minha cabeça e meu coração vivem cheios, e a escrita me permite transbordar.
Desejo que cada um encontre sua forma de acolher suas fragilidades, desacelerar e se perdoar. Minha escrita é livre de julgamentos e transborda sentimentos.