O Ceará, outrora reduzido a um sertão de subsistência, marcado pelo arado arcaico e pela dependência do ciclo das chuvas, hoje se insere no cenário nacional e internacional como modelo de gestão pública transformadora. A partir da segunda metade da década de 1980, sob a ruptura com o coronelismo, o novo modelo de desenvolvimento, adotado a partir de então, tinha como filosofia principal a consolidação de um parque industrial coeso no Estado, que ancorou-se na industrialização, na descentralização dos serviços e, sobretudo, na valorização do capital humano, pilares que se consolidaram em políticas sociais inovadoras.
Esse movimento significou o resgate da dignidade coletiva, ao oferecer à população historicamente marginalizada a possibilidade de inserção produtiva e de ascensão social. O enfrentamento do êxodo rural e das desigualdades da região metropolitana à capital, mediante a criação de polos industriais e programas a longo prazo, demonstrou que a administração pública, quando dotada de racionalidade técnica e continuidade institucional, é capaz de inverter o destino trágico de um povo condenado a migrar. Hoje, o Ceará se projeta para além de suas fronteiras, com a aposta no hidrogênio verde, combustível do futuro, cuja matriz energética dialoga com a vocação natural do Estado: sol e ventos abundantes.
Eu, o leitor que vos escreve, na condição de amante do Ceará, apresento em meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com a contribuição acadêmica de quatro ex-governadores, a análise de que nem o algoritmo da inteligência artificial poderia prever: um sertão simplório, incapaz de forjar suas próprias ferramentas, transforma-se em realidade pela força da administração pública. Um "Terral" que é exemplo de coragem histórica para um Brasil em convulsão.