A Geração Z tem demonstrado uma aversão crescente ao regime de trabalho da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), buscando modelos alternativos como o empreendedorismo digital ou o trabalho informal. As tradicionais garantias da CLT, como férias remuneradas e 13º salário, perderam a atratividade.
Essa situação impulsiona a juventude a optar por um formato de negócio digital ou pelo meio de trabalho informal, buscando flexibilidade de horários, maior controle de vida e, supostamente, salários mais altos. A rejeição à CLT se baseia na busca por mais autonomia e qualidade de vida, também evitando a "bronca do chefe" e longos deslocamentos.
Apesar do sonho de sucesso fácil vendido nas redes sociais, poucos jovens no empreendedorismo digital alcançam retorno financeiro razoável e mantêm boa gestão organizacional. Na verdade, o principal motivo de descontentamento no trabalho celetista é a baixa remuneração (50,5%), superando a alta carga horária (21,9%) e a saúde mental (18,7%), conforme a Sondagem do Mercado de Trabalho da FGV IBRE (2025).
A preferência dos mais jovens é por ambientes flexíveis, empresas com propósito genuíno e oportunidades de crescimento acelerado, o que leva ao sacrifício da segurança do emprego formal. Críticos apontam que essa aversão é alimentada por uma ideologia pós-moderna que incute a ideia que todo trabalhador deve ser um "empreendedor de si próprio", enfraquecendo a proteção da lei trabalhista. Essa estratégia neoliberal visa aumentar o lucro das corporações, que economizam em encargos sociais.
O fenômeno reflete uma tensão entre o desejo por autonomia, flexibilidade e qualidade de vida, e a necessidade de direitos, proteção social e estabilidade do emprego formal. O trabalho autônomo, embora possa gerar ganhos, traz consigo desafios assecuratórios no início da carreira. O desafio é manter a atratividade do regime celetista perante este público.