É comum que, nos primeiros meses de vida, pais reparem em características diferentes no formato da cabeça de seus bebês. O que nem todos sabem é que, em alguns casos, essas alterações podem indicar uma condição chamada cranioestenose — o fechamento precoce de uma ou mais suturas do crânio, que pode afetar o crescimento cerebral e o desenvolvimento neurológico.
O crânio do bebê é formado por placas ósseas separadas por suturas, que funcionam como zonas de crescimento. Essas suturas devem permanecer abertas nos primeiros anos para permitir a expansão do cérebro. Quando uma ou mais se fecham antes da hora, o crânio cresce de forma irregular. Isso pode causar deformidades visíveis e, em alguns casos, levar a aumento da pressão ou atrasos no desenvolvimento.
O diagnóstico é clínico, com apoio de exames de imagem. O tratamento é cirúrgico e, quanto mais cedo feito, melhor o resultado. A cirurgia corrige a forma do crânio e garante espaço para o cérebro crescer com segurança.
Muitos casos ainda são identificados tarde, o que pode exigir cirurgias mais complexas. Por isso, é essencial que pediatras e famílias fiquem atentos a assimetrias, achatamentos ou alongamentos incomuns. Observar o formato da cabeça pode fazer toda a diferença.
Há também formas sindrômicas de cranioestenoses, associadas a alterações em outras regiões do crânio e da face, que exigem cuidado especial. É importante também diferenciar as cranioestenoses verdadeiras das condições de assimetrias posicionais, mais frequentes e geralmente sem necessidade de cirurgia. O tratamento deve ser feito por equipe multidisciplinar, com neurocirurgião, pediatra, geneticista e outros especialistas.
No dia 22 de novembro de 2025, acontecerá o I Simpósio de Cranioestenoses de Fortaleza, na Universidade de Fortaleza, reunindo especialistas do Brasil e do exterior, além de famílias de pacientes. O evento será um marco para difundir conhecimento, trocar experiências e reforçar a importância do diagnóstico precoce. Divulgar o conhecimento é essencial para ampliar o saber, gerar empatia e qualificar o cuidado com essa condição.