Em 20/11/2000, o advogado, professor e contador Luiz Carlos da Silva, aos 82 anos de idade, deixou esse mundo menor e voltou à Casa do Pai.
Agora se completam 25 anos da sua partida e, por todo esse período, seus filhos e netos depositaram suas lembranças, de forma concreta, em dois livros em sua homenagem: um, para marcar os 90 anos, se vivo fosse; e outro, para celebrar o seu centenário de nascimento.
A sua consorte Elda Gurgel e Silva, da duradoura união de mais de 53 anos, apenas desfeita por seu falecimento, após 21 anos de viuvez, partiu em 9/4/2022 para reencontrá-lo, espiritualmente, nos páramos celestiais. Enquanto viúva, ela foi muito amada e vivenciou a condição de matriarca pela prole numerosa, que gravitava em seu entorno, e postumamente a reverenciou em um livro.
Nossos genitores não constituíram um patrimônio familiar, disposto em bens físicos ou materiais, que amiúde aportam escaramuças entre herdeiros; contudo, nos legaram, como herança maior, algo imaterial, e. quiçá, intangível: a educação de seus filhos, que vem se transmitindo aos descendentes, na sequência de gerações, atingindo seus netos e bisnetos.
Nosso pai, como educador, se jubilava com a graduação, ano a ano, de todos os seus filhos, em instituições públicas, que, em seguida, cursaram pós-graduação e se engajaram no magistério superior, e ainda pode acompanhar a chegada dos primeiros netos ao ensino superior.
Ele, como advogado, estaria radiante de orgulho, se conosco estivesse, em saber que todos os seus netos estão hoje formados e atuantes em diversas ocupações, com destaque para os sete deles operadores do Direito.
Como beletrista e cultor da última flor do Lácio, atributos adquiridos ao tempo aluno marista, nosso genitor estaria fartamente realizado por ver tantos filhos, e até alguns netos, com pendores literários, manejando a pena com arte e primor.
Dono de preciosa oratória e provido de conhecimentos enciclopédicos, ele ainda não mereceu homenagens em logradouros públicos que lhe são devidas; no entanto, são bem poucos os cidadãos cearenses que, a exemplo dele, possuem suas histórias de vida narradas em livros ou artigos, fato que concorre para reavivar nossas recordações nos 25 anos de saudades incontidas, desde quando foi acolhido nos braços do Pai Eterno.