O Projeto de Lei da licença menstrual, aprovado na Câmara e que agora vai para tramitação no Senado, representa um avanço em direitos trabalhistas para as mulheres, uma vez que não se trata de um privilégio, e sim de um ato de respeito à dignidade feminina e ao reconhecimento de uma condição biológica que merece atenção e compreensão.
Durante o período menstrual, muitas mulheres sentem cólicas intensas, fadiga, enxaquecas, náuseas e variações de humor causadas pela oscilação hormonal. Para algumas, esses sintomas são leves e permitem a manutenção da rotina de trabalho. Para outras, no entanto, o fluxo é tão intenso e a dor tão forte que o simples ato de levantar-se da cama se torna um desafio.
Essa diferença ocorre porque cada organismo reage de forma distinta às variações hormonais, à presença de doenças como a endometriose ou a síndrome dos ovários policísticos, e até mesmo a fatores emocionais e genéticos.
A licença menstrual não é sinônimo de fragilidade, mas de humanidade. Permitir que uma mulher se ausente do trabalho nos dias em que estiver impossibilitada de exercer suas funções por conta do ciclo menstrual é reconhecer que o corpo feminino tem seus limites e que respeitá-los é um gesto de empatia.
As empresas que adotarem essa medida não estarão fazendo um favor, e sim cumprindo um dever ético e social, o de promover um ambiente de trabalho mais inclusivo, saudável e acolhedor.
O período menstrual não é apenas “mau humor” ou “exagero”, mas manifestações fisiológicas reais, é um passo essencial para desconstruir preconceitos e construir uma cultura mais justa. Quando a mulher é acolhida e respeitada em sua integralidade física, emocional e profissional, todos ganham: ela, a empresa e a sociedade.
É importante lembrar que o acompanhamento periódico com um ginecologista é essencial para que cada mulher compreenda melhor o próprio corpo e previna doenças ginecológicas. Consultas regulares ajudam a identificar condições que podem intensificar os sintomas menstruais e interferir na qualidade de vida. Cuidar da saúde é também um ato de empoderamento e de autoconhecimento.