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Isadora Machado: Intestino permeável e o alerta oculto
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Isadora Machado: Intestino permeável e o alerta oculto

.O que parece ser um problema digestivo localizado pode, na verdade, afetar o corpo inteiro. O desafio é que os sintomas são difusos, o diagnóstico ainda é controverso em algumas esferas da medicina convencional
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Isadora Machado

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Pouco conhecida do grande público, a Síndrome do Intestino Permeável — ou leaky gut — começa, aos poucos, a ganhar espaço nas rodas de conversa entre profissionais de saúde. E não é para menos.
Trata-se de uma condição que pode estar por trás de inúmeros sintomas que afetam a qualidade de vida de milhões de pessoas, como distensão abdominal, diarreia, constipação, dores articulares, enxaquecas, fadiga crônica, alergias e até problemas de pele.

Em casos mais graves, há indícios de que essa disfunção esteja associada ao desenvolvimento de doenças autoimunes e desequilíbrios no sistema imunológico. Mas afinal, o que é o intestino permeável? De forma simplificada, é quando a parede intestinal — que deveria funcionar como uma barreira seletiva — se torna excessivamente porosa, permitindo que toxinas, microrganismos e partículas mal digeridas escapem para a corrente sanguínea. Essa falha desperta uma resposta inflamatória do organismo, criando um cenário de sobrecarga que impacta diversos sistemas do corpo.

Ou seja: o que parece ser um problema digestivo localizado pode, na verdade, afetar o corpo inteiro. O desafio é que os sintomas são difusos, o diagnóstico ainda é controverso em algumas esferas da medicina convencional, e muitos pacientes convivem por anos com os efeitos da síndrome sem sequer saber de sua existência. Isso reforça a importância de uma abordagem mais ampla, integrativa e preventiva da saúde.

Fatores como má alimentação, estresse crônico, uso prolongado de medicamentos (como antibióticos e anti-inflamatórios) e desequilíbrios na microbiota intestinal são apontados como gatilhos. A boa notícia é que é possível reverter o quadro por meio de mudanças no estilo de vida: uma dieta anti-inflamatória, suplementação de nutrientes como glutamina, ômega-3, probióticos e o fortalecimento da saúde intestinal como um todo.

O intestino não é apenas o “segundo cérebro”, como já reconhece a ciência — ele é, talvez, o ponto de partida para uma vida com mais equilíbrio. Precisamos parar de tratar os sintomas e começar a ouvir o que o corpo está tentando dizer.

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