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Roberto Proença de Macedo. Este é o cara
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Opinião

Roberto Proença de Macedo. Este é o cara

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Pedro Jorge Vianna, professor aposentado da UFC
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Pedro Jorge Vianna, professor aposentado da UFC

Escrevo este artigo para homenagear um grande homem. O verbo está no presente e não no passado, por que o que ele deixou como ensinamento para nós não se apagará. Eu tive a honra, enquanto era economista do INDI (Instituto de Desenvolvimento da Indústria (Fiec), de trabalhar com o Senhor Roberto Macedo como Assessor de Economia.

Este cargo me permitiu, muitas vezes, discutir com ele sobre os aspectos econômicos do Estado do Ceará, do Nordeste e do Brasil. E, naturalmente, sobre os aspectos da política econômica que afetavam a indústria cearense.

O primeiro aspecto que me chamou a atenção foi seu interesse em conhecer os meandros da ciência econômica para melhor compreender os fatos pertinentes à política econômica dos governos, seja federal, estadual ou municipal. Isso me chamou a atenção para um outro aspecto relevante de sua personalidade: a simplicidade.

Aqui eu relembro o fato de ele ter pedido, publicamente, desculpas a uma funcionária da FIEC por ter julgado mal um ato daquela funcionária. Este foi um exemplo cabal de sua simplicidade. Me lembro que na oportunidade o parabenizei pela sua coragem.

O Senhor Roberto Macedo jamais usou da empáfia (fato comum dentre aqueles que ocupam cargos relevantes) para justiçar suas posições. Quando havia alguma conferência ou palestra de algum técnico e ele não entendia o ponto defendido pelo expositor, sempre nos encontrávamos para discutir o que foi apresentado pelo conferencista.

O fato de ele ter dado apoio ao INDI para que nossas análises fossem cada vez melhores é um exemplo da sua preocupação com o saber. Outro aspecto que me chamou a atenção sobre sua personalidade foi o primar pela bem querência, pela amizade, pela harmonia no trabalho.

Aqui me vem à memória um fato muito importante em sua vida de empresário. Estavam em seu gabinete algumas pessoas da Fiec e conversávamos sobre as dificuldades das indústrias cearenses, em termos gerais, inclusive do problema de administração. Ele, então, contou como resolveu um problema que ocorreu em sua empresa.

Em reunião da Diretoria e examinando os dados financeiros ele concluiu que a empresa estava indo para a falência. E ele disse: "Vou chamar o japonês". Ele não deu o nome do "japonês". Mas era um especialista em administração empresarial. E o problema da empresa foi resolvido.

O que isso demonstra? Primeiro sua capacidade de pensar, primeiro, no sucesso da empresa; segundo, a sua capacidade em admitir erros. Se o caminho da empresa não estava indo para o sucesso, que algo fosse mudado.

Hoje sua empresa é uma das maiores empresas do Ceará, empregando milhares de pessoas. Termino este trabalho com uma frase do Amarílio Macedo "Era gostoso gostar dele"!

 

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