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Oficiais de Justiça na luta por concurso
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Opinião

Oficiais de Justiça na luta por concurso

Solicitamos à administração do TJ a realização de um concurso público para oficial de Justiça robusto, com muitas vagas de imediato e um amplo cadastro de reservas, para que a categoria possa dar vazão às ordens judiciais, cujo volume cresce de forma exponencial no Ceará
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Vagner Lima Venâncio (Foto: Arquivo pessoal )
Foto: Arquivo pessoal Vagner Lima Venâncio

Oficiais de Justiça do Ceará pedem socorro. Sem a devida reposição, o quadro de oficiais e oficialas do TJCE está com 92 servidores a menos do que há dez anos. Eram 723 em 2015, enquanto hoje são 631. O resultado? Demora no trâmite processual, sobrecarga de trabalho, cobranças com ameaças de PAD (Processo Administrativo Disciplinar) e uma categoria exausta, com a saúde mental afetada.

A resposta veio: a categoria deliberou em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) pela realização de campanha na mídia por melhores condições de trabalho e por mais oficiais de Justiça no Poder Judiciário cearense.

Queremos mostrar à sociedade que o profissional responsável por efetivar as ordens judiciais está sobrecarregado, atuando no seu limite. Muitas comarcas, inclusive, Fortaleza - onde há dez anos não é realizado concurso de remoção -, estão carentes desses servidores.

Solicitamos à administração do TJ a realização de um concurso público para oficial de Justiça robusto, com muitas vagas de imediato e um amplo cadastro de reservas, para que a categoria possa dar vazão às ordens judiciais, cujo volume cresce de forma exponencial no Ceará.

O oficial de Justiça é o servidor do Poder Judiciário que efetiva as ordens judiciais. É ele quem materializa o fechamento da tríade processual: a parte autora entra com a ação, o juiz manda citar a parte demandada e, ao realizar a citação, o oficial completa esse ciclo entre autor, Estado-juiz e parte promovida. Portanto, somos nós que damos início efetivo ao processo.

Cabe ao oficial de Justiça cumprir todos os atos decorrentes do processo - desde a citação, que é o ato inicial e essencial para movimentar a ação, até a intimação da sentença, seja ela condenatória, absolutória (em sede penal) ou declaratória/constitutiva (em ações cíveis), exercendo papel fundamental na rede de enfrentamento à violência doméstica.

Dessa forma, os oficiais de Justiça são fundamentais para o exercício da democracia e para que a sociedade tenha assegurado constitucionalmente o acesso à justiça de forma célere e produtiva, atuando como agentes de pacificação social.

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