Sim... parte da minha infância foi vivida sem ter uma janela no quarto...
Mas eu desenhei com um pedaço de tijolo branco, um quadrado representando a janela e um sol no cantinho. Assim nosso quarto tinha luz, muita luz.
Mas vamos falar das janelas que a gente coleciona em gavetas afetivas:
É que, por sorte, na casa das minhas avós tinham diversas janelas, e isso dava uma alegria imensa.
Na vovó Adauta, a janela que dava pra rua, parecia tão grande... alí, se ouvia os burburinhos da rua... vizinhos saudando o dia.
Ah... e lá na Vó Nair... que tinha janela até no pequeno corredor. Lembranças que levam a gente para um tempo tão bom. Nosso domingo ficava marcado pelo doce olhar de sempre e pela preocupação da gente não ir para o quintal.
Essa janela preenchia nosso olhar de admiração pela força da vó Nair... puxando água e quarando as roupas no varal.
As janelas, todas elas, traduzem sorrisos, levezas e muita luz... E sabe porque eu digo isso? Porque no ano de 1975, exatos cinquenta anos, no dia 21 de dezembro minha mãe passou a ser nossa estrelinha. Minha mãe tinha apenas 32 anos e deixou 7 meninas que sentem o amor presente diariamente.
Depois da partida da mamãe, dois anos depois, o papai fez uma reforma no quarto da gente, trocando as redes por camas beliches e para nossa surpresa, uma janela e com certeza a mais linda que já debruçamos até hoje.
Lá naquela janela a gente viu pela primeira vez uma árvore de Natal de um prédio perto de casa e também o brilho daquela estrelinha chamada mãe.
Agora, o Natal tem um brilho a mais iluminando nossos caminhos. São nossos docinhos Davi e Maria Esther, uma geração que chega para acender a chama da esperança.
Maria Esther nossa guardiã de luz, fica no portão de casa como portadora de boas notícias.
Davi, nosso príncipe da paz, abrindo caminhos de prosperidade, assim como a Jade nossa pedra preciosa.