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"O homem que vai vacinar o país é o Bolsonaro"
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"O homem que vai vacinar o país é o Bolsonaro"

Dirigente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira conversou com O POVO 48 horas depois de Bolsonaro realizar uma dança das cadeiras ministerial e substituir o comando das Forças Armadas
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Brasilia em 21 de outubro de 2020,  bancada, em pronunciamento, senador Ciro Nogueira (PP-PI). (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado) (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Brasilia em 21 de outubro de 2020, bancada, em pronunciamento, senador Ciro Nogueira (PP-PI). (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Há quem diga que, nos corredores do Planalto, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) tenha sido rebatizado informalmente de "05", numa mostra de que sua relação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é mais do que partidária: é quase filial. Exagero ou não, o predicado embute um recado: o centrão agora exerce influência inédita nas decisões do Governo, talvez só comparável à que os filhos do presidente têm.

Dirigente nacional do Progressistas e um dos líderes do bloco de legendas entre as quais se encontram PSD, PL, DEM e o próprio PP, Nogueira conversou com O POVO 48 horas depois de Bolsonaro realizar uma dança das cadeiras ministerial e substituir o comando das Forças Armadas.

Na entrevista, o senador negou que tenha havido qualquer pretensão de uso político das forças militares por parte do chefe do Executivo. Pelo contrário. "Trocou-se toda a cúpula militar, e nós estamos com nossa democracia completamente consolidada. Não tem a menor situação, por mais que alguns queiram chegar a dizer que isso cheira a golpe. Nada", defendeu.

Em seguida, perguntou: "Quem já fez isso no passado, de ter a coragem de trocar toda a cúpula militar? Só ele. Hoje nós temos um ministério melhor do que nós tínhamos dez dias atrás".

Entusiasta da campanha de reeleição de Bolsonaro, o parlamentar do Piauí também avaliou as probabilidades de sucesso do casamento entre o centrão e o presidente.

"Ele tomou a atitude de governar ao nosso lado porque viu que partidos de centro são os que verdadeiramente têm coragem de fazer as transformações no nosso país", contou.

Questionado sobre 2022, disse que apoia Bolsonaro e que a convergência com o militar da reserva hoje é maior do que a que o PP teve com as gestões do ex-presidente Lula, de quem Nogueira foi aliado.

Sobre o petista, o senador foi mais duro: "Seria um retrocesso do tamanho do mundo o Lula voltar ao poder". E projetou uma vitória de Bolsonaro na esteira da campanha de vacinação contra a Covid-19: "No final das contas, quem vai imunizar a população é o presidente".

O POVO - Como o senhor avalia essa dança das cadeiras ministerial que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez na estrutura de governo? O PP passa a integrar o governo, com influência numa pasta central.

Ciro Nogueira - Nós tivemos ao longo de dez dias uma série de mudanças importantes e significativas na composição ministerial do presidente Bolsonaro. A primeira delas, acho até que foi a mais importante, foi a questão do Ministério da Saúde, por conta do momento que nós estamos vivendo de pandeia. Eu sou um admirador do trabalho do general Pazuello no início da sua gestão. Acho que foi muito importante para levar a logística, equipamentos, abertura de UTIs em todos os estados. Tiro como exemplo o meu estado do Piauí, que, depois da chegada do general, ganhou uma série de instrumentos para combater essa pandemia, coisa que não acontecia na época do Mandetta (ex-ministro da Saúde de Bolsonaro), que passava mais tempo dando entrevista. Passava a tarde inteira ali sentado dando entrevista, e não fazendo a gestão do Ministério da Saúde. Agora, o ministro Pazuello (demitido há duas semanas), já no final, pecou muito, principalmente nessa questão da aquisição de vacinas. Foi uma falha. Nós tínhamos que ter nos preparado bem para isso. O Brasil não está atrasado no que diz respeito à maioria dos países, pode olhar. Exceto os países que são produtores de vacina, que são especificamente Índia, Estados Unidos, China, a maior parte do mundo está com dificuldades de aquisição de vacina. E nisso nós pecamos. Acho que a mudança foi mais do que salutar neste momento. O doutor Marcelo Queiroga é um grande médico, professor que está tendo a coragem de fazer uma gestão completamente independente no ministério e tenho que certeza de que vamos ter bons resultados.

OP - E sobre a troca mais recente nos ministérios e na cúpula militar?

Ciro Nogueira - Depois, nós tivemos, no início desta semana, a mudança de seis ministros. Mais importante foi a mudança na cúpula militar e na Secretaria de Governo. Por alguns aspectos elas se tornam muito positivas. Primeiro, está chegando uma mulher (a deputada federal Flávia Arruda, do PL do Distrito Federal). Muita gente dizia que o presidente Bolsonaro tinha algumas restrições ao trabalho das mulheres. Mas colocou para fazer articulação uma jovem de primeiro mandato, desempenhou um papel e por isso foi credenciada para essa função. Ela teve um papel extraordinário na Comissão Mista de Orçamento. Muitos achavam que não era possível, mas, fruto de muita articulação, foi capaz de votar esse Orçamento em pouco tempo, quando foi instalada. Tenho certeza de que vai desempenhar um grande papel. Quanto a essa questão da cúpula militar, como tudo na vida, podemos olhar por dois enfoques. A oposição vai dizer que é instabilidade, ditadura militar, trocar os três agora... Eu olho por outro aspecto. Sou um otimista por natureza. Quebrou-se um paradigma no nosso país. Trocou-se toda a cúpula militar e nós estamos com nossa democracia completamente consolidada. Não tem a menor situação, por mais que alguns queiram chegar a dizer que isso cheira a golpe. Nada. Ele teve a coragem, o presidente Bolsonaro. Quem já fez isso no passado, de ter a coragem de trocar toda a cúpula militar? Só ele. Nenhum outro presidente da República fez isso. Era um tabu que existia, não se mexe nos militares senão vai haver um golpe. Eu acho que não. Se o presidente trocou, é porque está legitimamente com esse poder que foi conferido pelo povo brasileiro quando o elegeu há dois anos, que deu essa legitimidade para trocar ministro do Exército, da Aeronáutica, da Economia, da Fazenda, o que for. Quem deu esse poder ao presidente foi o povo. E eu só tenho a aplaudir porque temos uma democracia completamente consolidada, que não houve nenhum tipo de quebra de qualquer situação ou de preceito democrático no nosso país e isso se consolida como nossa mudança. Hoje nós temos um ministério melhor do que nós tínhamos dez dias atrás.

OP - O senhor concorda com a avaliação de que o presidente tentou fazer uso político das Forças Armadas?

Ciro Nogueira - De forma nenhuma. Ele é o comandante-geral das Forças Armadas, da nação, não houve essa utilização. Em quê? Qual foi a atitude que foi feita? Ficou tudo em torno da especulação, do boato, da maldade de algumas pessoas que querem colocar fake news por aí e disseminar boatos pela nossa nação. O presidente é um homem que sempre disputou no voto e sempre foi vencedor no voto. Não tenha dúvida de que não vai ser através do presidente Bolsonaro que nós vamos afrontar a democracia no nosso país.

OP - O PP chega a um posto central do Governo cinco dias depois daquela bronca pública que o presidente Arthur Lira (AL) endereçou ao Bolsonaro. Que papel o partido tem a partir de agora, já que se trata de nome próximo de Lira, a legenda exerceu pressão e o presidente acabou cedendo?

Ciro Nogueira - Mas quem foi para a Secretaria de Governo não foi nenhum membro do nosso partido.

OP - É a Flávia Arruda, do PL, que é próxima do presidente Arthur Lira.

Ciro Nogueira - Muito próxima. E os partidos de centro têm uma unidade muito grande. Temos responsabilidade pela indicação da Flávia. Foi uma escolha muito pela ligação dela com o ministro Ramos (Eduardo Ramos, hoje na Casa Civil, mas antes ocupando a Segov) pelo trabalho que fez na Comissão de Orçamento. O ministro escolheu a deputada pessoalmente, mas conta com nosso aval e conta com nossa confiança. O presidente Arthur Lira, naquele famoso discurso que fez em torno de dez dias atrás, quis, como ele disse, ligar um "botão amarelo". Nós tínhamos que mudar algumas situações, e a mais importante delas foi o Ministério das Relações Exteriores. Temos que ter um Ministério das Relações Exteriores patriota e não ideológico, um ministério que coloque o nosso país em primeiro lugar, independentemente das relações que nós temos outros países. Não temos que estar aqui priorizando relações por questões ideológicas. Temos que priorizar os interesses do país, seja para fazer negócios com a China, Índia, Estados Unidos ou qualquer outro. Temos que colocar os interesses nacionais acima de tudo. Por isso o Arthur queria, naquela época, um papel mais decisivo nesse ministério, principalmente para a aquisição de vacinas. Foi um ministério completamente ausente dessas negociações e, além disso, ainda fez foi atrapalhar para que o país adquirisse as vacinas tão importantes para imunizar a nossa população.

OP - O senhor foi um dos se pronunciaram e criticaram publicamente o então chanceler Ernesto Araújo, que depois foi trocado. Acredita que, com a saída dele, essa política se modifica também ou vai ser preservada pelo substituto?

Ciro Nogueira - O novo chanceler, o embaixador França, é um homem equilibrado. Eu conheço ele. É muito próximo ao presidente da República. Não tenho dúvida de que ele vai modificar essa situação e transformar nossas relações em relações patrióticas, que pensem mais em nosso país do que em questões ideológicas ao fazer tratativas utilizando o Ministério das Relações Exteriores.

OP - O presidente Jair Bolsonaro foi eleito com discurso de que não negociaria com o centrão nem faria jogo de toma lá, dá cá - não que isso esteja ocorrendo agora. Mas, passados dois anos, o presidente tem de sentar e conversar com o Congresso e negociar com os partidos. Como avalia esse novo cenário político, com participação mais efetiva do PP, e essa recusa inicial do presidente em negociar com as legendas?

Ciro Nogueira - Eu acho que isso foi evolução não só do presidente, quanto de nós mesmos do centrão. Eu mesmo era um crítico ferrenho, durante a campanha eleitoral, do presidente. Dei até algumas declarações de que me arrependo, algumas declarações duras. E o presidente também. Mas o presidente tomou a atitude de governar ao nosso lado porque ele viu que partidos de centro são os partidos que verdadeiramente têm coragem de fazer as transformações no nosso país. Não teve uma reforma ou um projeto importante na história do Brasil e do Congresso Nacional, desde a redemocratização, passando por Collor de Melo, Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer e agora Bolsonaro, que não tenha tido apoio decisivo ou o comando desse processo dos partidos de centro. Então o presidente viu que não tem como governar. Vejam antes desse processo, a instabilidade que nós tínhamos no país, antes dessa aproximação. Era todo dia manifestação na porta do Congresso. Fecha Supremo, fecha Congresso, uma instabilidade que não ia terminar bem. Acho que foi uma evolução tanto do presidente quanto dos partidos de centro, que viram que essa aproximação é importante para o país para que a gente dê estabilidade, principalmente num momento de tanto problema que foi causado por essa pandemia, seja para a saúde pública, seja para a economia.

OP - O que o senhor espera que mude, a partir de agora, na condução do presidente em relação à pandemia?

Ciro Nogueira - Nós queremos estabilidade. Queremos que as pessoas que têm a responsabilidade de gerir, como o Ministério da Saúde, tenham autonomia para tomar as medidas corretas. Eu sou um aliado e defensor do presidente, mas eu não concordo com tudo.

OP - O senhor discorda de quê, por exemplo?

Ciro Nogueira - Essa questão do distanciamento, do uso de máscara, que, graças a Deus, ele mudou. A questão da vacina, que, no início, ele não era muito favorável e agora está completamente favorável. A imunização da população, enfim, uma série de situações com que eu não concordei desde o início e que, graças a Deus, ele está num processo de transformação para melhor e tenho certeza de que ele será decisivo nesse papel de enfrentamento da pandemia. No final das contas, quem vai imunizar a população é o presidente Bolsonaro. Veja aí no Ceará se o governador adquiriu alguma vacina ou no Piauí, que o governador sai pelo Brasil afora falando de vacina. Nunca adquiriram uma vacina. Quem vai imunizar a população do nosso país, com alguma ou outra exceção, é o presidente Bolsonaro. Isso é que é importante, é quem vai imunizar a população brasileira.

OP - O senhor citou os governadores, e essa tem sido uma trincheira do presidente. Acredita que Bolsonaro tem razão nas críticas que faz?

Ciro Nogueira - Muita razão. Os governadores receberam um volume de recursos que nunca tinham recebido na história desse país e, em vez de prepararem os seus estados para o enfrentamento da pandemia, principalmente na rede hospitalar, fizeram foi salvar suas contas. Nunca se recebeu tanto recurso que, em vez de ter sido utilizado para o combate à pandemia, foi para as contas dos estados. Tenho como exemplo o meu estado. O Piauí estava numa situação financeira muito ruim antes da pandemia e agora se equilibrou. Só que deixou de investir, deu calote nos prefeitos, na parte de financiamentos, fechou UTIs, e agora o estado está numa situação difícil fruto da incompetência do governador do Piauí. E isso tenho visto em praticamente todos os estados da federação.

OP - Há uso político da vacinação?

Ciro Nogueira - Quem é o governador que diz que a vacina que está chegando foi paga pelo Governo Federal? A maioria aparece como sendo eles que vacinam a população, mas não têm coragem de dizer que essas vacinas foram pagas pelo Governo e foram adquiridas graças ao trabalho do Governo.

OP - Depois das críticas de Arthur Lira, Bolsonaro criou um comitê interinstitucional, do qual o Congresso e governadores participam, além do Ministério da Saúde e outras pastas. Lira e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) defenderam medidas de isolamento após a primeira reunião, mas o presidente voltou a questionar a permanência de ações como lockdown. O país deveria relaxar medidas de restrição agora?

Ciro Nogueira - De jeito nenhum. Nós temos é que ter um pouco mais de inteligência ao fazer essas restrições, não é simplesmente fechar tudo. É ver quais são os setores que estão levando maior risco à população. O comércio, como um todo, não é problema para a Covid, porque as pessoas estão dentro das lojas, com máscaras, álcool gel e se protegendo. O problema é nos transportes públicos, em que os trabalhadores estão em ônibus completamente lotados, metrôs completamente lotados, os deslocamentos etc. Os diversos ambientes não têm riscos à população, mas aglomerações, festas, lógico que é um risco absurdo. Temos que ter inteligência e coibir aqueles setores que estão levando risco, não é simplesmente fechar. Temos uma pandemia que está com mais de um ano. Nem a pessoa mais pessimista imaginou que nós íamos levar tanto tempo, e a economia está sofrendo muito. As pessoas têm que trabalhar. É muito triste ver um trabalhador sendo preso, algemado, como eu vi no Maranhão, um sujeito sendo agredido pela polícia. É muito triste a pessoa querer trabalhar e não poder. Mas, ao mesmo tempo, nós temos que respeitar. Sou uma pessoa que é defensor radical do uso da máscara, do distanciamento, dos cuidados que temos que ter consigo e com os outros. Isso é importante, e não tenho sintonia com o presidente em relação a isso, não. Tenho um posicionamento mais próximo do que foi colocado pelo Arthur Lira e pelo presidente Rodrigo (presidente do Senado).

OP - Nesse ponto o senhor concorda com os governadores.

Ciro Nogueira - Concordo, mas o que falta às vezes é inteligência do Governo do Estado ao implementar essas medidas. Não é simplesmente fechar, é fazer um fechamento seletivo por setores que estão realmente trazendo perigo para a população.

OP - Hoje o PP apoia a reeleição de Bolsonaro?

Ciro Nogueira - Não tenha dúvida. Nós estaremos com ele, confiamos no seu projeto. Eu costumo dizer que tenho uma sintonia total com esse projeto, muito mais do que eu tive quando apoiei o Partido dos Trabalhadores. Eu sou um eleitor do presidente Jair Bolsonaro já consolidado para o próximo ano e vou lutar para que o meu partido siga esse caminho.

OP - O presidente está sem legenda. Já chegou a formalizar convite?

Ciro Nogueira - Já convidamos. O presidente tem uma dificuldade porque tem uma série de deputados que o seguem e ele teria que ter o comando nos estados, o que inviabiliza muito ele vir para o Progressistas. Ou ele volta para o PSL, que é o mais natural, ou vai para uma legenda pequena em que possa ter o comando em todos os estados.

OP - Como o senhor observa o retorno do ex-presidente Lula à cena política e como isso altera o tabuleiro eleitoral de 2022?

Ciro Nogueira - Olha, o presidente Lula é um homem por quem tenho admiração muito grande pelos oito anos em que ele foi presidente, mas seria um retrocesso do tamanho do mundo o Lula voltar ao poder. Ele não voltaria para fazer aquelas transformações que ele fez no passado. Voltaria mais no intuito de retomar o poder para o seu partido do que fazer. Hoje o PT é um partido cansado, com gestões complicadas, tiro pela gestão desastrosa no meu estado. É um ciclo que está se encerrando no Piauí e em diversos outros estados do Nordeste. Seria um retrocesso grande a volta de Lula ao poder. Eu mesmo já fui eleitor do seu conterrâneo Ciro Gomes, uma pessoa de quem sou amigo e admirador do seu trabalho. Mas acho que hoje nós temos que seguir ao lado do presidente Bolsonaro, acho que é o caminho de um homem bem-intencionado e que, nas vezes em que erra, é tentando acertar. É um homem que tem coragem de fazer todas as mudanças necessárias no país e vai contar com nosso apoio no próximo ano.

OP - O senhor falou de erro. Qual é o maior erro que Bolsonaro cometeu durante a pandemia e se isso pode lhe custar a reeleição?

Ciro Nogueira - Não, acho que não custa. No final das contas, o homem que vai vacinar o país vai ser o presidente Bolsonaro e nós vamos ter uma recuperação econômica no próximo ano jamais vista. O mundo está precisando do Brasil, com nossas commodities, o nosso agronegócio, os nossos minérios. Esses setores nunca foram tão valorizados. O que precisamos é superar esse momento. Nós tivemos na condução dessa pandemia alguns erros de posicionamento. Logo no início, aquela história da "gripezinha", do "mimimi". Aquilo foram erros de posicionamento. Mas é um homem que, quando erra, é porque ele acredita em algumas situações, mas tem tido a capacidade de mudar de pensamento ao reconhecer o seu erro, corrigi comandar a saída do nosso país dessa crise em que nos encontramos.

OP - A "gripezinha" pode cobrar um preço muito alto para o presidente em 22?

Ciro Nogueira - Acredito que não. Vamos estar com a pandemia superada, se Deus quiser, e a população vai ver nele o homem que imunizou o nosso país.

OP - Arthur Lira defendeu mudança na lei para que a iniciativa privada possa adquirir vacinas e não necessariamente destinar uma cota dessas vacinas para o Plano Nacional de Imunização. Concorda com isso?

Ciro Nogueira - Não tenha dúvida. O que a gente puder ter de esforço para adquirir vacina, para se somar ao Governo Federal... Eu mesmo sou empresário. Ah, se eu pudesse comprar vacina e imunizar todos os meus funcionários e familiares para que não passem a correr risco ao trabalharem. Eu ia fazer, isso ia ajudar; 95% desses funcionários são de baixa renda. Ao fazer isso, nós vamos estar ajudando o setor público. Acho que deveria ser liberada e até incentivada a aquisição dessas vacinas pelo setor privado.

OP - Sem cota para o SUS?

Ciro Nogueira - Essa cota para o SUS, eu sou favorável. Eu não teria problema nenhum, como empresário, em fazer essa doação. Acho que teríamos uma forma de contribuir com isso, não vejo problema. O problema é a logística, como seriam as doações? Isso aí às vezes pode até mais atrapalhar do que ajudar

 

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