Com a pandemia, a sociedade se redescobriu como um todo, especialmente as favelas. Os empresários, por sua vez, passaram a ter um novo o olhar para periferia, incentivando e participando dos negócios de impacto social.
E a presidente do Conselho de Administração Fundação Tide Setubal, Maria Alice Setubal, mais conhecida como Neca Setubal, afirma que isso é uma tendência. ”Lógico, isso não está desenvolvido em todas as periferias e nem todas as empresas ou empresários têm essa visão, mas estou dizendo é que é uma tendência e as empresas que são mais líderes e as periferias que têm um protagonismo mais forte puxando e trazendo esse novo olhar para sociedade”.
Neste entrevista ao O POVO, destaca, ainda, a preocupação com o olhar “fora da caixa” e sistêmico conectando e estimulando todos os atores da sociedade – governo, comunidades, favelas e empresariado.
E, também, com o impacto que a pandemia e a ausência de políticas educacionais nos últimos anos trouxeram para a educação. Além de pontos específicos, como o Ensino Médico e a formação e a qualificação dos jovens para esse novo momento do mercado de trabalho que exige muito conhecimento, tecnologia e adaptação as transformações rápidas.
E conta sobre a sua experiência como coordenadora de educação para toda a América Latina e Caribe pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a percepção do Brasil, após ampliar seus conhecimentos com outros modelos.
O POVO - O que é fundamental hoje, tanto por parte da iniciativa pública, como da privada, para que exista, efetivamente, uma mudança em relação a políticas de desenvolvimento social e sustentável nas grandes cidades?
Neca Setubal - Os problemas são muito complexos e no meu entendimento pensar as periferias e pensar o social envolve um olhar sistêmico, não dentro de uma caixinha isolada de algum setor, com uma atuação que leva em conta parceria de diferentes setores, enfrentando questões que são centrais no mundo contemporâneo e no Brasil. Como, por exemplo, parcerias entre o setor privado, as políticas públicas, as organizações sociais de base e as universidades, por exemplo. Eu sempre destaco quatro problemas fundamentais, as desigualdades sociais, as mudanças climáticas, a questão da democracia e do trabalho.
OP – Como a senhora enxerga a participação econômica das periferias nas capitais dos grandes centros e o novo olhar que o investimento privado está dando para esse segmento?
Neca Setubal - As periferias sempre foram consumidoras, obviamente, é um mercado muito grande, pois infelizmente temos muitas favelas e comunidades no Brasil de grande vulnerabilidade. Como consumidores eles sempre tiveram um papel bastante importante, mas com a pandemia, as periferias se redescobriram e a sociedade como um todo. Os empresários passaram a ter um novo olhar para as periferias.
Porque as lideranças das periferias conseguiram se mobilizar de uma forma muito rápida com as doações que chegavam, num momento em que se fechou toda a economia, conseguiram se organizar numa logística rapidamente e sabiam quais eram as famílias mais vulneráveis.
Então, a sociedade meio que acordou e enxergou que a gente tem periferias muito grandes, com grande vulnerabilidade, mas ao mesmo tempo com lideranças muito fortes que foram capazes de organizar o trabalho e prestar contas e passaram a falar quais eram as principais necessidades das periferias.
"Eu acho que hoje as periferias não querem ser tratadas como passivas, apenas como consumidores ou apenas como beneficiários de políticas públicas. As lideranças das periferias querem sentar-se junto com o poder público e com as fundações para desenharem os projetos que vão estar nas periferias. "Neca Setubal, presidente do Conselho de Administração Fundação Tide Setubal
Houve uma mudança muito importante no olhar das pessoas para as periferias e como elas estão se afirmando. Lógico isso não está desenvolvido em todas as periferias e todos as empresas ou empresários têm essa visão, mas estou dizendo é que é uma tendência e as empresas que são mais líderes e as periferias que têm um protagonismo mais forte puxando e trazendo esse novo olhar para sociedade.
OP – Qual o valor do capital humano no mundo hoje?
Neca Setubal - É fundamental. Nós vivemos numa sociedade e num mundo do conhecimento. Então cada vez mais o conhecimento é fundamental e cada vez mais as situações são muito complexas. Porque as tecnologias se desenvolvem muito rapidamente e a gente quando aprende uma tecnologia ela já virou está ultrapassada, já tem outra chegando.
É a sociedade do conhecimento, a informação é tudo, é pela informação e pelo conhecimento que as empresas se desenvolvem, aportam novas tecnologias que chegam a novos mercados. Nessa interconexão de tudo é muito rápido.
OP – Avançar com o processo de digitalização no Brasil, então, é fundamental?
Neca Setubal - Hoje nós temos que fazer muita formação, porque é isso o capital humano envolve conhecimento e você precisa formar estas pessoas e é um ativo fundamental para as empresas, para universidades, para sociedade e para as organizações sociais. Onde está o ativo mais importante nas empresas? Nas pessoas.
OP – O que a pandemia evidenciou de problemas nos setores sociais, educacionais e laborais do Brasil?
Neca Setubal - Nós vivemos numa crise civilizatória, uma crise ambiental, uma crise política em diferentes; países, uma crise do trabalho, pois as tecnologias vão mudando, várias funções e empresas deixaram de existir, mas outras estão abrindo e novas funções aparecem. E uma sociedade que apesar de termos uma riqueza enorme, existe uma concentração desta riqueza que gerou uma desigualdade muito grande.
Todas estas questões estão no mundo contemporâneo e, no Brasil, muitas delas se acentuam pela nossa condição do contexto brasileiro que é um contexto de um País ainda emergente. A pandemia acelerou todos esses problemas e essas questões do mundo contemporâneo que já existiam antes, mas após acelerou as desigualdades, as perdas de empregos e do trabalho, questões ambientais.
Eu acho que a pandemia acelerou os problemas muito fortemente, podemos dizer que viemos 20 anos em dois anos. E ainda vou acrescentar mais um problema que é a saúde mental. Ela passa a ser um elemento e um fator de muita preocupação nas empresas e é muito importante, pois estamos vendo um enorme aumento da depressão.
Todos os dados estão medindo isso de Burnout, depressão por conta do trabalho, muita pressão e demanda. Infelicidade. Tudo isso gere um olhar desesperançoso e traz uma carga emocional negativa que é muito substancial, porque o que vejo hoje são as empresas muito preocupadas com isso. Buscando de alguma forma atuar para diminuir e trazer mais proposito, buscar descontrair ou tirar a pressão dos seus colaboradores.
OP - E o que melhorou?
Neca Setubal – O lado positivo é a ampliação de todos estes problemas, pois quando a gente amplia a consciência é um passo importante para enfrentá-los. Passamos para a ação. Quando a sociedade pensava, desigualdade e mudança climática estão longe de mim isso vai passando, quando a pandemia traz isso de uma forma muito contundente as pessoas não conseguem não enxergar e tudo gera a capacidade de ação e implementação.
"Eu ou otimista e tenho esperança, eu acredito que, é difícil, é complexo e não é de um dia para o outro, mas a gente enquanto ser humano planetário a gente vai conseguir reconstruir e enfrentar."Neca Setubal
OP – Desde 1990 a senhora frequenta o Ceará para o desenvolvimento projetos de educação. Quais as principais evoluções percebidas pela senhora de lá para cá? O que ainda é preciso focar para um desenvolvimento ainda maior?
Neca Setubal - Não quero ser uma doutora da educação cearense, pois não acompanho tão de perto, mas acompanho, mas eu acho que o Ceará é um dos estados que mais se destacaram na área de educação. Eu acredito que são vários fatores que levaram a isso, um deles é a continuidade das políticas, porque apesar de partidos diferentes e de gestão, de alguma forma a educação passou a ser prioritária ao longo destes vinte anos como prioridade.
Com ajustes, com diferenças, mas as diferentes gestões trouxeram a centralidade da educação. O que isso é muito inovador em termos de Brasil, então, isso é um dos sucessos do Ceará. Outro ponto muito importante como a relação que o Estado tem com os municípios, a Secretaria Estadual tem um departamento de apoio aos municípios de uma forma muito concreta, de apoio de formação, mas também prêmios, acompanhamentos e monitoramentos, isso também é um outro fator de sucesso.
Trazer as avaliações e o IDB (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica) sempre na centralidade para premiar e buscar melhorar as escolas e aí grande estrela do Ceará que é Sobral com índices acima da média. Tem o Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC) que virou referência nacional, tem outros municípios que se destacam, mas não saberei nomear.
Tem um programa na secretaria de escolas profissionalizantes que é muito importante. O grande desafio ainda é o Ensino Médio, tem escolas profissionalizantes que são lindas e de conteúdo, mas o percentual de alunos que frequentam é baixo, pois elas são poucas.
Também tem o foco no Enem com notas muito boas, mas acho que o desafio está em que mais alunos se formem. Mas estamos vendo neste momento nova lei do EM que implementada e tenho esperança que isso alavancador da qualidade da educação e principalmente poder trazer a escola mais próximas dos alunos, estar mais alinhadas com as questões contemporâneas.
OP – Qual a análise da senhora atualmente sobre a educação pública brasileira? Ela é a principal ferramenta de transformação?
Neca Setubal – A educação pública brasileira já vinha enfrentando vários desafios nos últimos tempos, a gente passou de um patamar muito baixo no início da década de noventa com muitas crianças fora da escola, com níveis de aprendizagem muito baixos.
Então, houve um enorme esforço desde os governos Fernando Henrique, Lula e mesmo Dilma, de colocar primeiro todas as crianças na escola e depois trabalhar com a questão da aprendizagem, da qualidade da educação. Acho que nós tivemos sucesso no acesso, mas ainda temos muitos desafios na questão da permanência das crianças na escola. Evasão é alta.
Nesses anos, nesse último governo, a gente não teve nenhuma política educacional nenhuma. Isso descoordenou muito toda a área de educação, agrava-se a esta situação a pandemia. Com a falta de uma decisão centralizada, cada estado e município tivesse que encontrar os seus meios. Nós ainda vamos ver os resultados que são consequências desta pandemia.
Em São Paulo que já temos uma primeira avaliação compacta da pandemia, os resultados foram bem ruins, houve um retrocesso bastante grande. A educação é uma mola fundamental para transformação social, para transformar a social, mas sozinha não dá.
Não vamos avançar como país. Mas a educação sozinha não consegue avançar em questões como emprego e renda. É preciso uma série de políticas, mas a educação como a centralidade de transformação social.
OP – A senhora atuou por 30 anos e foi uma das fundadoras do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Poderia fazer uma análise das conquistas e transformações que proporcionou para população no sentido de capacitação e formação?
Neca Setubal - Nessas três décadas ele atuou em várias regiões Brasil, tive a oportunidade de conhecer as diferentes realidades brasileiras, não só nas capitais, mas dentro do interior, nas regiões praianas, algumas vezes, como no caso de Icapuí, aqui no Ceará.
O Ceará sempre foi um parceiro muito importante do Cenpec, porque a gente atuou com junto com a Unicef no início dos anos noventa e nesse momento nós escolhemos vários municípios que poderiam estar fazendo, implementando uma educação de qualidade. E aqui no Ceará a gente mapeou Icapuí, Iguatu, como municípios que estavam desenvolvendo uma educação inovadora e buscando o acesso e qualidade de todas as crianças.
Depois nós realizamos no Cenpec um projeto que foi muito importante na trajetória do Cenpec que se chamou “Raízes e Asas”. Nós lançamos esse projeto em 1994 e ele era uma série de vídeos e cadernos de formação dos professores, mas com o foco na escola.
Então ele foi muito inovador naquele momento porque o foco estava na escola. A importância da escola e a formação dos professores a partir da escola. Foi um projeto que teve muito sucesso no Brasil todo, mas no Ceará especialmente ele foi bibliografia de concurso para professores, ele foi adotado pelo secretário da época de educação, a partir disso fizemos muita formação de professores aqui no Ceará e ao longo dos anos.
OP – Como foi sua experiência como coordenadora da Unicef?
Neca Setubal - Foi um momento bem marcante foi um pouco depois do “Raízes e Asas”. Fui convidada para ir morar em Bogotá porque o escritório regional para América Latina e Caribe da Unicef era lá. Na época a Marta Maurás, que era a diretora do escritório regional, conheceu esse projeto “Raízes e Asas” aqui no Ceará.
Ela ficou encantada e falou queria conhecer a coordenadora. Aí ela foi para São Paulo e me convidou para ser coordenadora de educação para toda a América Latina e Caribe. Eu aceitei, fiz essa loucura.
"Foi uma experiência incrível, poder conhecer as diferentes realidades, mas da América Latina. Para mim ficou muito claro como o Brasil era muito fechado para dentro, como eu ainda acho que a gente é até hoje."Neca Setubal
E todos os países da América latina olhando para o Brasil e nós olhando para nós mesmos. Quando eu viajava para os outros países as pessoas sabiam os nomes dos nossos ministros. Foi final dos anos 1990 e Brasil tinha uma imagem muito boa. Era muito bem recebida.
OP - Que pontos a senhora destacaria?
Neca Setubal - Primeiro destacaria conhecer as diferentes realidades da América Latina e entender a importância, e hoje ainda mais, da gente estar conectado enquanto continente. O segundo ponto foi eu conhecer a realidade indígena da América Latina, foi bem interessante.
Porque alguns países da América Central, como a Guatemala, o México, Bolívia e Peru a questão do indígena já naquele momento, década de noventa, já era muito importante. Isso para mim foi absolutamente novo, pois é uma realidade muito diferente das nossas comunidades indígenas.
E o terceiro ponto foi a centralidade na educação para a democracia, já naquele momento. Eu como coordenadora de educação eu deixei como produto do meu trabalho, fiquei só dois anos, uma coletânea que se chamava “Educação para a democracia”. Vários cadernos discutindo a importância de manter esse democracia e ter na educação uma centralidade na democracia.
OP – Conte um pouco da sua experiência visitando a comunidade do Barroso com o Preto Zezé (presidente global da Central Única das Favelas)...
Neca Setubal – A comunidade conseguiu se reestruturar e hoje tem um núcleo de liderança muito forte e importante da Central única das favelas (Cufa), alguns acho que são contratados, mas a maioria são voluntários, líderes daquela comunidade e que fizeram todo um trabalho de logística, de entrega das doações chegaram e que continuam chegando, agora muito menos, mas continuam chegando.
Vi também que eles estão com um projeto de um centro de inteligência das comunidades, onde eles vão ter eixos de formação de liderança e lideranças das comunidades, acho isso é fundamental. Com formação em política, em tecnologias. O Preto Zezé comentou sobre os problemas que as lideranças terão que resolver como a presença das facções dentro das favelas.
OP – Sua mãe foi pioneira e visionária ao entender a necessidade de uma das principais periferias de metrópoles do mundo, em São Paulo. Como você via, na época esse trabalho dela e no que isso te inspirou na vida?
Neca Setubal – Está é uma história interessante. Na época que meu pai foi prefeito eu estava na USP estudando ciências sociais, eu era muito ativa politicamente. E a minha mãe, quando ela criou o corpo municipal de voluntários, começou a atuar muito fortemente, eu achava que era bacana, importante e tudo, mas eu não tinha dado o devido valor.
A minha arrogância de jovem estudante das Ciências Sociais não se encaixava e via o diferencial dela. Ela morreu em 1977. Muitos anos depois, final de 2004 eu conversei com os meus irmãos e falei que nossos filhos não conheceram a nossa mãe, sempre foi uma figura muito forte eu queria escrever um livro sobre ela.
Ela escrevia muito. Todo mundo achou legal e eu mergulhei. Ela tinha muitos diários, cartas. Eu sempre brinco que falei que que eu ia fazer isso para os meus filhos e sobrinhos e eu fiz isso para mim, porque aí eu descobri o quanto ela foi visionária para época do olhar dela no social.
Descobri isso pelos discursos que ela deixou registrado, ela falava muito claro que a gente deveria ter a centralidade do desenvolvimento humano e a importância de fazer junto com as comunidades. Todos os projetos que ela envolveu eram com voluntários do local e sempre ligada às políticas públicas, Secretaria do Bem-estar Social, Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação.
Ela tinha esse olhar muito do humano, do desenvolvimento humano, das políticas públicas e de fazer junto com a comunidade à época, anos 1970, que tinha apenas o olhar assistencialista, de cima para baixo.
Foi aí que resolvi criar a fundação. Ela morreu, meu pai ainda era prefeito e ela atua em várias outras periferias, mas especialmente ali em São Miguel Paulista. Existe uma escola, um hospital e uma creche com o nome dela.
OP – Quais os principais desafios à frente da Presidência do Conselho de Administração da Fundação Tide Setubal, desde 2006?
Neca Setubal - Desde o início essa inspiração veio da minha mãe, criamos a fundação com dois espaços na comunidade onde a gente atuava. Mas a gente chegou com alguns princípios que são valem até hoje. Primeiro vamos fazer junto com a comunidade.
Depois que o território importa, as especificidades de cada localidade, as diferenças que têm que ser levadas em conta e o terceiro é acreditar na potência das periferias e na formação das pessoas. Com esses quatro eixos foram acontecendo desde o início. Eles se traduzem muito concretamente, não é só escrito.
Nos primeiros dez anos da fundação eu ia muito para campo no São Miguel Paulista, várias vezes por semana lá. Mas se concretiza de uma forma muito relevante, porque a Fundação Tide não tem um espaço próprio da fundação, a gente atuou em dois espaços junto com a comunidade na gestão dos espaços. Isso foi muito concreto.
Tinha um clube da comunidade que chamava Tide Setubal, a gente tinha gestão com o bloco de Carnaval “Vamos que vamos” e o time de futebol “Brasil Futebol Clube”. O outro espaço que a gente atua até hoje é um galpão que a gente construiu junto com a Sociedade Amigos de Bairro do Jardim Lapena.
É uma área muito vulnerável mesmo e que a gente tem esse espaço até hoje lá. Então quando a gente fala que faz junto com a comunidade, vai junto com a comunidade mesmo. Quando a gente fala que acredita na potência da periferia, a gente tem muitos colaboradores desde o início que são das comunidades.
Lá temos biblioteca, oficina cozinha profissional, espaço de coworking, auditório que acontecem formações de cursos. Temos também programas com olhares transversais da questão urbanas, da renda, da educação e sociais.
OP – Há quanto tempo descobriu o seu propósito de vida? E como foi?
Neca Setubal - Eu busquei ter um sentido o maior para vida e esse sentido sempre esteve na área do coletivo. No espaço do social, do espaço mais amplo e sempre teve num propósito de fazer a diferença contribuindo para uma maior igualdade social.
Foi desde a época da faculdade, eu já fui escolher porque tinha essa vontade de trazer, de poder contribuir para a área social, para o País e para mobilidade das pessoas. E ao longo do tempo fui ajustando, conformando, aprofundando.
De um desenvolvimento de foco na educação e com Fundação esse olhar mais de periferia, para social. E esse olhar de desenvolvimento local dos territórios. Da educação vai para os territórios, para as periferias e aí a questão das desigualdades e, a partir daí, vou entrando nas questões de gênero e raça. Vou descobrindo novas pautas.