Em 2019, o ator baiano Antônio Pitanga completará 80 anos. Apesar de ser figura essencial para a cultura brasileira, tendo protagonizado diversos filmes do importante movimento do Cinema Novo, o artista demonstra um constante espírito em formação. "Estou vivendo na década de vocês. Se eu não souber ouvir, não vou crescer, não vou me humanizar", afirmou em dado momento da entrevista, concedida nos jardins do O POVO.
Relembrando a vivência no Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), a ditadura e uma viagem de descobertas pelo continente africano, Pitanga demonstrou, em especial, a preocupação que tem pela história - de si e do País. Na honesta conversa, o ator falou sobre trajetória pessoal, memórias de ancestralidade, cinema e identidade.
O POVO - O senhor descreve sua infância quase como um modelo 'Capitães de Areia', no melhor estilo Jorge Amado, correndo no Pelourinho. O que levou o senhor a se aproximar do mundo do cinema, do teatro?
Antônio Pitanga - Minha mãe, Maria da Natividade, muito rápido entendeu que eu deveria ter uma disciplina mais cuidadosa e me colocou no colégio interno, o São Joaquim. Estando lá, pude muito cedo entender o grau de pobreza da nossa família e aprendi todas as profissões que esse colégio nos proporcionava, tendo toda uma educação e um acompanhamento dos franciscanos que cuidavam da gente. Eu, por exemplo, entendi muito cedo que a gente só podia tomar café depois que passasse pela Igreja. Fui ser sacristão lá no colégio, aprendi a ser marceneiro, alfaiate, sapateiro. Eu já tinha, nesse primeiro momento que entrei nesse colégio, um cuidado maior na minha formação. Claro que eu não sou adivinho, não tinha essa preocupação de dizer 'tô fazendo isso porque amanhã eu vou…'. Não, se eu viria a viver de ser sapateiro, alfaiate, marceneiro ou tipógrafo, era só depois que eu saísse do colégio. Tanto que quando saí, não fui praticar nenhuma dessas profissões, fui fazer um concurso. A partir daí (da saída do colégio), pude ver pessoas fazendo teatro na rua onde eu morava e me fascinei com esse movimento dessa cultura, desses jovens da minha idade praticando, fazendo teatro. A minha aproximação é exatamente isso, fora do colégio eu entendi que esse veio que a cultura poderia me proporcionar seria uma oportunidade. Com certeza, foi o caminho que eu escolhi e aí não saí mais.
OP - O senhor começou fazendo filmes ainda na Bahia, o primeiro sendo Bahia de Todos os Santos (dirigido por Trigueirinho Neto em 1959), já filmou com o Glauber Rocha e depois foi para o Rio.
Antônio Pitanga - Na Bahia, eu fiquei um bom tempo fazendo filme. (Foi) onde foi criado o Cinema Novo e onde eu fiz vários filmes, inclusive O Pagador de Promessas (1962), do Anselmo Duarte, que é a única Palma de Ouro (prêmio máximo do Festival de Cannes) que nós temos até hoje.
OP - Eu queria falar um pouco do papel do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes na sua formação, após chegar ao Rio de Janeiro.
Antônio Pitanga - Nós tínhamos o movimento da Bahia, do Cinema Novo. Quando a gente chega no Rio, evidentemente chegamos de certa maneira órfãos. Você sai da sua terra e vem para outra terra com outras pessoas, outro movimento. O movimento que a gente se identificou era o do CPC, porque os nossos estavam lá: Cacá Diegues (diretor de filmes como Bye Bye Brasil e Ganga Zumba), Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988, diretor de Macunaíma e Os Inconfidentes), Solano Trindade (1908-1974, poeta, teatrólogo e um dos fundadores do Teatro Experimental do Negro), o músico Carlinhos Lyra, o historiador Joel Rufino dos Santos (1941-2015), Eduardo Coutinho (1933-2014, diretor de filmes como Cabra Marcado Pra Morrer e Jogo de Cena), Augusto Boal (1931-2009, dramaturgo, diretor e fundador do Teatro do Oprimido), Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974, ator e dramaturgo), Ferreira Gullar (1930-2016, poeta e um dos fundadores do neoconcretismo). Era um movimento de jovens. Um movimento, também, em que esses jovens estavam trabalhando para resgatar uma cultura genuinamente brasileira, cortar o cordão umbilical de uma cultura colonizadora, colonizada. O CPC foi onde eu fiz Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come (espetáculo teatral de Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho que tinha no elenco, ainda, atores como Agildo Ribeiro, Hugo Carvana, Ilva Niño, Odete Lara e Sérgio Maberti, entre outros). Eram cabeças que pensavam o Brasil fora dos escritos feitos pelo colonizador. Nós queríamos escrever a história do Brasil real. O prédio era da UNE e a gente habitava, mais o pessoal da Escola Villa-Lobos (escola de música no Rio de Janeiro). Era um movimento muito bonito, efervescente. A gente sai do Cinema Novo e se engaja num movimento que toma um corpo muito maior. O Cinema Novo aconteceu porque nós tínhamos na Bahia, na época, um reitor chamado Edgard Santos (reitor da Universidade Federal da Bahia de 1946 a 1961) que faz a gente entender que a arte é uma só, seja artes plásticas, poesia, dança, teatro, música, música clássica. Quando a gente vem para o Rio, vem com todo esse ensinamento, essa formação. Onde a gente pôde dar guia e esse pulmão continuar sendo oxigenado? No CPC. O CPC tem uma história linda, e ainda não foi contada a história real desse movimento. (Então) Veio a ditadura no dia 1º de abril (de 1964), incendeia, dá tiro na gente.
OP - Em 1964, o senhor sai em uma missão cultural para o continente africano, é isso?
Antônio Pitanga - Eu estava achando que podia ser preso. Pessoas nossas foram presas, outras fugiram, outras morreram, outras foram torturadas… Eu tinha dois amigos no Itamaraty que me fizeram um convite. O Mário Dias Costa (então conselheiro do Itamaraty) tinha acabado de chegar de Berlim onde o Barravento (filme de 1962 dirigido por Glauber Rocha e com Antônio Pitanga no elenco) tinha feito o maior sucesso. Ia acontecer um festival em Beirute (capital do Líbano) e ele me faz o convite em abril, na primeira semana, se eu iria querer ir para esse festival que só seria em outubro e eu falo: 'Eu tenho que sair daqui amanhã!'. E eu consigo. Eles me fazem a proposta de levar três filmes, o do Sérgio Ricardo que nós fizemos em 1963, Esse Mundo É Meu, para Beirute; e mais dois, Ganga Zumba (filme de 1963 dirigido por Cacá Diegues) e Barravento, para a África. Meu desejo era ir para lá, eu queria saber de que África eu tinha vindo. Um continente de 54 países. Não me basta dizer 'eu sou afrodescendente'. De onde? De que tribo? De que cidade? De que país? Pode ser de Angola, do Congo, da Nigéria. Fui nessa missão de buscar minhas raízes. Eu saí do Brasil dia 16 de abril de 1964 e fui para a Europa, para a França, e depois para Beirute. De lá eu sigo, vou para Damasco (capital da Síria), para o Egito, Líbia. Bamako (capital do Mali), Ouagadougou (capital de Burkina Faso), Yaoundé (capital de Camarões), Nigéria, Gana. Onde eu pude ir, eu fui.
OP - E o quê o senhor descobriu de fundamental sobre a sua ancestralidade?
Antônio Pitanga - Coisas muito próximas a mim eram de Daomé (Reino de Daomé, região conhecida hoje por Benim). Através dos ritmos, da culinária, da estrutura, da estatura, do dialeto, da língua, eu pude entender que eu estava mais próximo… Podia até não ser, mas eu acho, tudo me levava a entender ali toda uma formação baiana, brasileira. A família da mãe dos meus filhos (a atriz e modelo Vera Manhães, de quem Pitanga se separou em 1986) tem uma árvore que é muito bem definida. A minha, não. Tive que procurar nos meus retalhos, nos guardados, na oralidade, juntando e entendendo de onde eu vim. Eu pude fazer um desenho possível da minha família. Tenho quase que certeza absoluta, porque eu conheci outros países da África e o que se aproximava mais era Daomé, no Norte da África. Houve lotes que vieram dessa região para se tornarem escravos no Brasil, eram tribos que perderam as guerras tribais. Os colonizadores, sejam eles franceses, belgas ou portugueses, levavam para a América do Norte, para o Brasil. Tenho quase certeza que faço parte deste movimento. Era uma condução muito cruel do colonizador português. Quando chegava (no Brasil), eles separavam (os africanos) para não ter a mesma língua (no mesmo lugar), um lote ia para Pernambuco, outro Rio de Janeiro. Dizimava a família. Eu vou fazer um filme sobre os malês (termo usado para se referir a negros muçulmanos), que vinham já na entrada de 1800. Os malês fizeram o levante mais importante que aconteceu nesse País. O Brasil não conhece o Brasil. Se você perguntar a um universitário, a um reitor, sobre a questão dos Malês, ninguém sabe nem que existiu. (A principal Revolta dos Malês aconteceu em 1835, na Bahia, quando um grupo de cerca de 1500 homens armou um levante pela libertação dos negros islâmicos e contra a imposição da religião católica).
OP - Antes do senhor fazer essa viagem, a procura pelas suas raízes já era uma questão importante para a sua vida?
Antônio Pitanga - Claro, sempre foi. Eu não sabia que eu teria essa chance, essa oportunidade. Nada é por acaso, não sou desses que trabalha com isso. Ou cai a ficha ou não cai, ou você entende ou não. É que nem a morte. Você não é dono do seu nascimento, mas é dono da sua morte. A morte é um mistério, se fala da vida após a morte, mas ninguém quer morrer. Quando você está sensível a entender os sinais, você entende e aceita esse novo movimento. Viver é estar em trânsito. A morte é um pequeno detalhe da existência. Se você achar que tudo acaba aqui, tudo acaba aqui. A têmpora da vida, para mim, é igual à da morte. É esse o entendimento que eu tenho da vida. Eu quero estar aberto para, humildemente, poder compreender a minha razão de estar aqui. Não estou aqui de carona. O mínimo que eu posso ter é informação.
OP - O Cinema Novo surgiu quebrando uma série de preceitos. Como foi entender essa quebra, entender o senhor, um ator negro, protagonizando essas histórias?
Antônio Pitanga - Eu não entrei para quebrar nada. Eu sou o Brasil. Eu não entrei com essa pecha. Eu sou brasileiro igual ao Glauber, ao Cacá, e trabalho igual a eles essa brasilidade. Se eu entendo que eu estou entrando no movimento para dizer que estou ocupando um lugar porque 'estão me dando chance', está errado! Nós estamos juntos, entendendo qual Brasil a gente visualiza, trabalha e cria. No movimento em que nós estávamos, Ganga Zumba é o primeiro filme que conta a história de um herói negro. Quantos negros estavam fazendo? Só de principais, tinha eu, Luiza Maranhão, Léa Garcia, Zózimo Bulbul, Jorge Coutinho, Eliezer Motta. Todos liderando o movimento contra a Casa Grande, o colonizador. Você vai ver o Barravento, era eu e a Luiza Maranhão contando uma história de brasileiro, contra a escravidão, contra a exploração do homem pelo homem. Eu não vim com uma bandeira dizendo 'eu sou negro'. Eu sou brasileiro. Não existe ator negro, existe ator. Se eu ficar discutindo o meu pedaço, eu vou ficar discutindo só o meu pedaço, o meu quinhão. Quantos somos? Por que somos só tantos assim? Se nós somos 55% da população, tá faltando negro. Quando eu apareço, quando Léa Garcia aparece, quando Abdias Nascimento aparece, a mulher que tá no fogão com o filho cheio de remela no colo vai dizer: 'eu quero que meu filho seja dona Luiza, dona Ruth de Sousa, seu Jorge Coutinho, seu Milton Gonçalves, seu Pitanga'. São referências que o audiovisual te dá. A fotografia imprime. Isso é autoestima, e autoestima é muito caro. Quando eu digo que sou um negro em movimento é porque eu quero ter o direito de ir, avançar, recuar, parar, olhar, desistir. Essa é a leitura que eu faço. Eu não tenho cabresto, não vim criar um cabresto. Na minha formação, eu não vim um negro alforriado. Na minha cabeça, eu já vim liberto. A minha discussão passa de igual para igual com você, com a sociedade. Não tem isso de estar satisfeito com o meu quinhão. Não, não tô satisfeito. (Mas) Quem não quiser me acompanhar, eu não condeno. Era para eu fazer uma novela na TV Globo, chamada A Cabana do Pai Tomás (1969), onde eu ia ganhar mais do que o dobro que ganhava na Excelsior. Foi quando eu soube que o Sérgio Cardoso (ator branco que protagonizou novelas na Tupi e na Globo entre os anos 1960 e 1970) ia fazer três personagens, (entre eles) fazer o Pai Tomás, botar dedal, engrossar os lábios, eu falei 'tô fora'. Agora, não condeno quem tá fazendo, não. Eu (diz com ênfase) tô fora. Não vou condenar os negros que fizeram. Cada um sabe onde aperta o sapato, onde dói o calo. Eu penso mais ou menos assim, (ter) uma cabeça que eu tento - e gosto - que seja arejada, sem amarras. Se eu sou um negro em movimento, não posso ter amarras. Não sou o dono da verdade, estou na vida para entender, para falar. Se tiver que ser anarquista, eu sou anarquista. Nada para mim está no lugar. Não tem que estar tudo no lugar. Às vezes é bom a coisa estar fora do lugar.
OP - Em casa, você convive com mulheres muito fortes, a Benedita (da Silva, deputada federal pelo PT no Rio de Janeiro) e a Camila (Pitanga, atriz). De algum modo, elas te ajudam a se desconstruir, se descobrir menos machista?
Antônio Pitanga - Eu sou uma pessoa que foi agraciada no entender do saber ouvir. Eu estava fazendo o lançamento de um projeto chamado "Saberes Passados" e a gente estava muito maravilhado com esse título, porque são saberes que você passa para outra pessoa. É essa a vida que eu vivo. Elas me lubrificam. São fontes como vocês, jovens. Eu vou para os 80 anos, estou vivendo na década de vocês. Se eu não souber ouvir, não vou crescer, não vou me humanizar. Meus filhos (Antônio Pitanga é pai, ainda, do também ator Rocco Pitanga) são referências muito grandes. A gente tem discussão e eu sou daqueles que acredita que da discussão nasce a luz. Se não houver discussão, você passa só a balançar a cabeça, mas tem que ter seus argumentos, seu pensamento, seu convencimento. Eu gosto de viver, sou apaixonado por gente. Eu durmo uma média de quatro horas porque eu quero acordar, ir à feira, jogar minha pelada. Eu jogo futebol com o Chico (Buarque) há 40 anos e muitos daqueles com quem a gente joga são da comunidade, que a gente viu praticamente nascer, que é a do Terreirão. A gente joga com os meninos do Terreirão que já são pais, que têm a idade do meu filho - que tem 38 anos - e da minha filha, que tem 41. Quando a gente jogava lá, a Camila tinha dois e o Rocco não tinham nem nascido. Jogamos com os amigos que estão vivos, ainda, porque alguns já foram. Que nem no CPC, alguns já se foram, como o Ferreira Gullar, o Eduardo Coutinho, o Ruy Faria (1937-2018, cantor e fundador do grupo MPB 4). A família da Benedita é grande, os netos e bisnetos dela são meus também. E hoje eu estou com vocês aqui. Esse som novo nos meus ouvidos me oxigena. Eu bebo nessa fonte. Por isso eu digo que estou vivendo a década, o momento, de vocês. Então, tenho que saber ouvir, se não souber vou ficar no passado. Aí eu vou ficar 'saberes do passado'! As relações entre mim e a Benedita, a Camila, o Rocco, meus netos, são coisas que vão lubrificando. Dão clareza de dizer que vale a pena viver, com todos os percalços. A vida, como dizia Vinícius de Moraes, é a arte dos encontros, mesmo com tantos desencontros. A paixão pelo ser humano resume tudo. Se você tem paixão pelo ser humano, tem pela vida. Amar as pessoas, a vida, não é demagogia. Eu quero ser isso porque eu tenho certeza que é a maneira que vai nutrindo em mim. Eu ainda sou um ser humano em formação.
OP - O projeto dos Malês vem para tratar a história do Brasil por outro ângulo, dando protagonismo à história desses negros escravos que se rebelaram. O senhor acredita que nossa história ainda pode e deve ser recontada a partir de outros prismas?
Antônio Pitanga - Antônio Carlos Jobim dizia que o Brasil não conhece o Brasil. Se você falar em malês, se você falar sobre o maior levante que aconteceu nesse País, ninguém sabe. Tem O Segundo Sol (novela das 21 horas exibida na TV Globo entre maio e novembro de 2018 cuja trama se passava em Salvador). A Bahia é um estado onde nós, ontem e hoje, ainda somos 90% da população e você não vê nem 30% de negros na novela. Você não sabe quais foram os movimentos. A gente sabe pouco da história. Os malês, pra mim, são uma história que, se fosse em outro lugar mais sério que não o Brasil, você teria todo o apoio para fazer e entregar nas Universidades, passar em praça pública um pouco da história do Brasil. Como é que eu posso contar a história? É a mesma história que a gente queria contar lá no Cinema Novo, nas décadas de 1950 e 1960. Eu ainda tenho ânimo para continuar, como um griô (termo que vem da tradição oral africana e designa indivíduos que são guardiões da memória e dos saberes orais de um povo ou comunidade), contando a minha história, a história do meu País, a história da minha gente. É contar, para que você possa discutir se é verdade, se não é verdade, possa procurar nos livros. É essa a vontade que eu tenho e essa vontade me faz vida.
Carreira
TV
Pitanga é reconhecido também por diversos personagens da televisão. Entre as novelas das quais participou, estão A Próxima Vítima (1995), O Rei do Gado (1996), O Clone (2001) e Lado a Lado (2013).
PROJETO
No dia seguinte da ocasião da entrevista, Pitanga iria se encontrar com o cineasta cearense Rosemberg Cariry, para discutirem a participação do ator no novo projeto do diretor, Os Escravos de Jó. Pitanga adiantou à reportagem que seu papel será o de um judeu. "Vai ser um desafio", afirmou.
DOCUMENTÁRIO
Em 2016 foi lançado documentário sobre Pitanga, dirigido por sua filha, Camila Pitanga, e Beto Brant. O longa foi estruturado a partir de encontros do ator com diferentes figuras da cultura brasileira, como Maria Bethânia, Zezé Motta, Paulinho da Viola, Zé Celso e outros.
HOMENAGEM
Antônio Pitanga foi o homenageado do 28º Cine Ceará, em agosto do ano passado.