Em 18 anos como jogador de futebol profissional, ele nunca se envolveu em polêmicas ou confusões. Fez da discrição a característica chave para o sucesso da carreira, construída boa parte na Europa. Por onde passou - no Brasil atuou por Vitória, Atlético-MG, Goiás, Fortaleza e Botafogo, além de equipes em outros cinco países - carregou junto ao nome a naturalidade, mesmo que só tenha atuado pouco tempo no futebol cearense. Soube ser atleta e gestor de si mesmo.
Talvez por isso, Dudu Cearense, que anunciou o pendurar das chuteiras em março deste ano, tenha escolhido a carreira de agente de atletas. Ele já começa com uma experiência de dois anos, uma vez que montou a empresa antes e deixou o sócio ganhar mercado enquanto jogava. Acredita que tudo que viveu dentro de campo lhe dá bagagem para cuidar de quem ainda sonha viver algo parecido.
Aos 36 anos, casado, pai de duas filhas, residente em Salvador e com um patrimônio sólido, o jogador muitas vezes campeão (são 21 títulos) e com passagens pela Seleção Brasileira, conversou com O POVO sobre a carreira e o novo momento.
O POVO: Você é cearense, mas iniciou carreira no Vitória-BA. Chegou a jogar por algum clube do nosso Estado antes?
Dudu Cearense: Eu comecei em um time de bairros de Fortaleza, na escolinha do senhor Paiva, depois passei pela BNB Futsal, pelo AABB, pelo União, em seguida fiz um teste no Ceará, com 15 anos, mas não tinha (competição) juvenil e como eu era muito novo ainda, não tive muita oportunidade na base e resolvi sair para fazer um teste no Vitória, por meio do torneio do Raimundo Fagner, na época. Acabei passando, fui campeão da competição e depois teve um convite e acabou dando certo no Vitória e segui minha carreira.
OP: Mas você chegou a jogar no Ceará?
Dudu Cearense: Joguei pelo juvenil, nos interiores (em amistosos), mas não segui no clube.
OP: No Vitória você teve uma ascensão rápida, mas depois teve que retornar para a base. Como foi isso?
Dudu Cearense: Eu subi muito novo para o profissional, com 17 anos e a imprensa e torcida fazem pressão, o torcedor é muito passional, muita paixão, não quer saber se você é jovem, se tem problema em casa, se treinou bem, ele quer o resultado em campo e eu já tinha recebido uma pressão muito grande e o treinador da época disse 'vou descer você para os juniores, vou te blindar dessa pressão e você volta um pouco mais maduro'. Eu continuava treinando com o time profissional, ia no banco de reservas, mas só jogava na base. Eu sofri um pouco, mas depois voltei mais forte mentalmente. Voltei depois de seis meses.
OP: E foi jogando pela base do Vitória que você conseguiu convite para a Seleção Brasileira Sub-17?
Dudu Cearense: Exatamente. Fui convocado também pelo que apresentei no profissional, já com maturidade e experiência.
OP: Você jogou também na Seleção Brasileira principal e naquela época não era comum jogadores muito jovens serem convocados. Você acha que aquele momento foi seu auge?
Dudu Cearense: Não, o atleta de futebol tem 15 anos de carreira. Dos 20 aos 27 é o pico máximo do auge da carreira, depois disso ou você consolida a carreira ou... se bem que mudou muito, a questão física mudou muito, tem gente que chega ao auge com 30 ou 32, depende da equipe que você vai jogar, mas o meu auge foi dos 20 aos 28, que eu estava na Europa ainda. Quando voltei pro Brasil, com 28 anos, não foi fácil.
OP: Você esteve na Seleção em 2002, depois foi prata nos jogos Pan Americanos de 2003, ganhou o Mundial Sub-20 como artilheiro do time em 2004 e participou da Copa América naquele mesmo ano. Depois jogou com o Dunga alguns amistosos em 2006 e 2007 e era cotado para a Copa de 2010, mas acabou não indo por conta de lesões. Por que você não teve mais convites depois?
Dudu Cearense: Se fosse hoje eu teria muito mais chance de voltar, mas naquela época foi muito difícil estar na Seleção porque poderiam fazer até quatro seleções. Eu disputava minha vaga com Emerson, da Roma, Gilberto Silva, do Arsenal, Fernando, que estava no Bordeaux, Júlio Baptista no Real Madrid, então minha concorrência era muito forte, jogadores de altíssimo nível, então estar dentro dessa constelação não é fácil. E para mim foram muito importantes essas convocações porque me deram mais respaldo também. Foi na época de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho. Fui campeão pela Copa América, participei do Pré-Olímpico no Chile. Mas uma lesão em 2007 me prejudicou muito. Fiquei três meses recuperando e acabei perdendo espaço. E eu estava no CSKA, que não tem uma visibilidade como Real Madrid, Roma, então foi mais questão de visibilidade associada à lesão. Tentei voltar para o Brasil para poder voltar à Seleção, mas a readaptação não foi tão bem quanto eu esperava e acabei perdendo espaço.
OP: Sua carreira foi muito atrapalhada por lesões?
Dudu Cearense: Isso aí é mentira, até achei estranho quando li sobre isso uma vez. Eu só tive uma lesão no Botafogo, uma no Olympiakos, e lesões normais, de edema muscular, que qualquer atleta tem. Falam isso, acho que porque perdi jogos importantes na Seleção por causa de uma lesão e acham que eu tive várias lesões, mas meu histórico está aí. Deixei o Botafogo com 35 anos e praticamente sem lesão alguma. Foram situações pontuais que passam e você perde espaço, mas muitas não.
OP: Você foi um dos poucos cearenses que jogou na Seleção Brasileira. É muito difícil para alguém do Nordeste e do nosso Estado alcançar isso? Existe algum tipo de preconceito ou falta de olhar para o lado de cá?
Dudu Cearense: O atleta hoje, independente de qual Estado ele esteja, não tem que pensar que é menosprezado, que é discriminado pelo seu Estado, pela cor, pela raça. O que vai convocá-lo é a equipe onde ele está e o desempenho dele. Ele precisa confiar nele. Se um atleta sair do Ceará para o Grêmio, por exemplo, a possibilidade dele ser convocado é muito maior. Tem também a questão do que disputa este clube. Se o Ceará e Fortaleza estiverem sempre brigando para serem campeões brasileiros, por exemplos, os atletas deles tem grandes condições de serem convocados. Isso é natural.
OP: O fato de você ter mais possibilidade de ser convocado quando atua em um clube do sul/sudeste do que quando atua no norte/nordeste não é um tipo de preconceito?
Dudu Cearense: Não, vou te dar um exemplo. O Gustavo foi artilheiro do Brasil ano passado, mas o Fortaleza estava na Série B e é muito diferente o nível. Você como treinador convocaria um jogador que fez 20 gols na Série B, onde o nível é baixo, a exigência é baixa, os estádios não estão lotados, ou convocaria um jogador que fez dez gols na Série A, jogando com pressão, da torcida, da imprensa, com estádios sempre lotados? O treinador não vai convocar só pela quantidade de gols, são vários fatores, a maneira como se comporta, dentro e fora de campo, o nível da competição da qual ele disputa, enfim, são vários fatores. Para eu chegar na seleção, tive que fazer uma grande carreira na base e depois estar no elenco que foi campeão da Copa América.
OP: Qual a chance de um jogador ser convocado pela Seleção atuando em ligas menos badaladas, como foi o seu caso?
Dudu Cearense: Hoje seria muito mais fácil devido a internet. Hoje a informação chega mais rápido, passa (na televisão) jogo da Rússia, do Japão, da China. É como estou falando, é o desempenho dele na equipe. A Rússia é uma competição muito disputada, apesar de ter menos visibilidade que Inglaterra, Espanha e Itália, mas a competitividade é a mesma. Hoje existe análise de desempenho e programas que dão todas os seus detalhes em campo. Os sites te dão todos os detalhes, o que o treinador pesquisa. E dentro disso, quem joga nas principais ligas sai na frente, pelo nível técnico das competições.
OP: Você tem uma fama de volante artilheiro. Antigamente, quando se pensava em volante, imaginava-se um jogador de contenção. No futebol moderno, os volantes ganharam outras funções. O que você pensa sobre isso?
Dudu Cearense: Hoje não existe mais volante de contenção, existe volante de qualidade que sai pro jogo e marca também, a gente costuma dizer que é "box to box" (gíria do futebol que significa de uma intermediária a outra). Hoje a exigência é muito grande no futebol e se você só marcar não vai a lugar nenhum. Hoje todo mundo precisa de atletas de meio de campo que pensem, que saibam jogar, chutar no gol. Nas equipes do mundo todo hoje, os volantes sabem jogar. Tem que ser moderno.
OP: Você jogou em muitos países de menos tradição no futebol. Rússia, Grécia, Israel. Há muita diferença do futebol praticado nos principais centros ou o mundo globalizado nivela tudo?
Dudu Cearense: Futebol europeu hoje é muito parecido, todo mundo joga da mesma maneira, a mesma forma tática, o mesmo pensamento. No Brasil é um pouco diferente, cada treinador quer fazer do seu jeito, mas hoje já estão copiando times da Europa, como se joga. Porque é bom e é bonito. Cada vez mais vai se globalizar.
OP: Você construiu sua carreira quase toda na Europa. Foi oportunidade de mercado ou opção?
Dudu Cearense: Foi opção minha. Eu era muito fascinado pelo futebol europeu, sempre quis jogar lá. Não me arrependo de ter voltado para o Brasil, porque teve questões familiares. Minha filha foi alfabetizada em inglês, na época. Eu queria voltar para jogar a Copa do Mundo, voltei em busca de visibilidade. Na época eu tinha possibilidade de ir para a Roma ou pro Manchester City, mas preferi o Brasil. O que me encantava na Europa era que tinha-se uma idolatria muito grande, um respeito muito grande. No Brasil é muito volátil, você tem que ser muito forte mentalmente aqui, por causa das pressões no dia a dia. O mais gostoso aqui é falar sua própria língua. Tem que colocar na balança o que você prefere. Lá na minha folga eu passeava em Londres, em Roma, na Espanha. E tava perto de um mundo padronizado. Era maravilhoso.
OP: Você foi sempre muito discreto na sua carreira. Para jogar futebol hoje, tem que ser melhor com os pés ou com a cabeça, no sentido de ter foco?
Dudu Cearense: Eu estou montando uma palestra, quero até estar em Fortaleza futuramente para falar da minha carreira, como foi. Vai se chamar "Do Ceará para o mundo". E eu costumo dizer que futebol é mental. Por que? Quando se fala em alta performance, querem resultado. Hoje o atleta tem que entender que ele é um produto e produto tem validade. No futebol você tem dez ou quinze anos de carreira. Se você não aproveitar esse tempo, vai perder a oportunidade de construir uma carreira consolidada no mercado e ser respeitado. A pressão que eu falo é a seguinte: o atleta que vai jogar futebol hoje tem a família, os amigos, a torcida, a imprensa, o clube e o resultado do campo. São cinco fatores que se ele não os tiver controlado na mente, se uma questão dessas não estiver bem resolvida, ele vai sofrer lesões, criar dúvidas, questionar o treinador. No Brasil, o cara é contratado e acha que tem que ser titular absoluto, 100%. Não é assim. Atleta de futebol tem que entender que é um empregado como qualquer outro. Ele tem que dar o seu melhor a cada dia, independentemente se vai jogar ou não, para quando surgir a oportunidade estar pronto. Então eu trabalhei sempre na minha carreira a parte mental para não me envolver em confusões, sempre ser discreto fora de campo porque eu estava construindo minha imagem. Eu não queria estragá-la porque estava no banco, ou porque tinha brigado com a minha mulher ou com meus pais ou irmãos, nunca coloquei isso a público até porque o público não quer saber disso. O público quer saber dos seus resultados em campo. O torcedor não comparece ao treinamento todos os dias. Ele não sabe se você tá com problemas em casa, não sabe se você foi mal no treinamento, ele quer curtir o domingo, ele vai pro estádio para ficar feliz, porque é muito passional, é só paixão. Então, o atleta de futebol precisa entender isso e ter esses valores todos gerenciados nos seus pensamentos. Se isso não acontecer, ele se perde no meio do caminho.
OP: Você construiu sua carreira em um período de mudanças no futebol, inclusive financeiras. Esse esporte hoje paga valores astronômicos por jogadores bem jovens. Você acha que isso mexe com a cabeça dos atletas da atualidade?
Dudu Cearense: É exatamente isso. Hoje os pais acabam projetando nos filhos tudo que eles queriam, projetam a vida deles em cima dos filhos, então jogam pressão, controlam a vida deles, o filho tem que fazer isso, aquilo, comprar isso, aquilo, então imagina a cabeça desses garotos, além de toda a pressão para poder vencer e depois ajudar seus pais. Isso é muito complicado e perigoso. Hoje a mudança de salários nos clubes é algo natural, o mercado está crescendo muito e vai crescer cada vez mais, então os pais têm que entender que não podem projetar a carreira nos filhos. O moleque pode passar por uma situação que o treinador não goste (do futebol dele) e se não tiver cabeça pode acabar se perdendo. Minha agência hoje faz todo um trabalho com os pais, de imagem, parte tributária, financeira, questão futura. O atleta tem que trabalhar com a cabeça em paz, sem pressão dentro de casa, porque essa já existe quando você é profissional. Se não tiver cabeça boa para suportar tudo isso vai se perder no meio do caminho. Depois vai querer voltar a é difícil.
OP: Por que você decidiu ser agente de atletas e não técnico de futebol, por exemplo?
Dudu Cearense: Há dois anos tenho meu sócio, ele tava por trás trabalhando com isso e eu apenas orientando. Ele ficou entendendo o mercado (da bola) e sofreu até um pouco porque eu não podia aparecer, porque eu ainda estava jogando e é antiético exercer as funções de atleta e agente (ao mesmo tempo), então eu não aparecia. Falei pra ele ir na frente, avisei que ele ia tomar volta (ser enganado), porque o mercado é perigoso também, mas eu sempre tive o sonho de ser agente. Treinador eu nunca quis porque é uma segunda vida de atleta, talvez pior. Muito instável, perde três partidas está desempregado. Além disso, deixa a família, fica longe dos filhos, sua carreira não fica legal, então não tive essa vontade. Venho trabalhando minha cabeça há dois anos para ser agente, queria ter encerrado minha carreira no Vitória (clube onde ele começou), estava praticamente acertado, mas acabou não dando certo pelo treinador que estava lá (Marcelo Chamusca). Eu até queria jogar mais um ano, mas como a empresa está formada decidi encerrar a carreira. Quero ajudar os mais jovens, deixar um legado. E sonho também em ser palestrante, para tentar passar uma mensagem. E não apenas para jogadores, quero falar para pessoas. Às vezes o atleta precisa de uma ajuda que não pode vir de casa. E falo isso como alguém que viveu pressões durante 20 anos.
OP: O treinador do Vitória era o Marcelo Chamusca e você foi jogador dele no Fortaleza…
Dudu Cearense: No Fortaleza ele não me vetou porque eu já tinha contrato, mas eu praticamente não jogava com ele. Então, ficou bem claro (que foi ele que vetou a ida para o Vitória).
OP: Você conseguiu sua independência financeira no futebol?
Dudu Cearense: Graças a Deus tenho um patrimônio e estou trabalhando para mantê-lo. Porque agora só vai sair (dinheiro). Então, tem que trabalhar para manter, porque o dinheiro um dia acaba. Então eu penso em pegar meu patrimônio e duplicar. E não é ambição por dinheiro, é ambição de trabalhar e vencer em outra profissão totalmente diferente. Não posso pegar meu patrimônio e viver de história. Não existe isso. Agora tenho minha carreira de agente e quero brilhar, trabalhar muito para conseguir meu respeito após o futebol.
OP: Que análise você faz sobre o futebol nordestino e brasileiro hoje?
Dudu Cearense: No nacional, o nível está evoluindo, não está como a gente imagina ainda, em altíssimo nível, mas já temos algumas equipes que caminham para isso, Porém o nosso futebol ainda precisa evoluir bastante. Se pegar uma equipe européia e colocar contra uma nossa (do Brasil) parece covardia. Talvez seriam interessantes torneios com times da Europa e daqui. Mas vejo que o Brasil tá evoluindo a cada ano. E o futebol do Nordeste tem a questão financeira, vende jogadores muito bons por um preço muito barato, para sanar dívidas e o poder aquisitivo das equipes não é muito grande. Até que ponto podemos evoluir nisso? Talvez, fortalecer a base, montar equipes fortíssimas. A Copa do Nordeste hoje é muito boa também. E o que vai fortalecer os times do Nordeste é ter mais representantes na Série A. Com mais equipes da região na elite, futuramente poderemos ser uma potência nacional.
OP: E o futebol cearense?
Dudu Cearense: Estou muito feliz em ver Ceará e Fortaleza na Série A, são os times da minha cidade e os dois não têm que pensar em título, mas pensar em consolidar essas duas marcas na divisão principal. Eles precisam dizer "aqui é minha série". Precisam formar equipes fortes, com cara de Série A. Fincar a bandeira mesmo. Porque a probabilidade de crescimento é muito maior. Isso é gradativo, não é coisa pra daqui a dois ou três anos.
OP: Planeja voltar a Fortaleza?
Dudu Cearense: Eu tenho residência em Salvador e não quero sair pra lugar nenhum, porque passei por sete países, seis Estados, é muito ruim ficar trocando de lugar. Minhas filhas passaram por mais de 15 escolas. É como se eu tivesse voltado para casa, porque eu não vivi isso muitos anos, agora estou vivendo.
OP: Qual foi sua principal alegria sua dentro do futebol?
Dudu Cearense: O primeiro hino nacional que cantei na Seleção Brasileira
OP: E a maior frustração?
Dudu Cearense: Não tive nenhuma. Tudo que vivi no futebol vejo como aprendizado.
OP: Qual o time que mais te deu alegrias?
Dudu Cearense: É difícil falar porque fui feliz em todos. E são épocas diferentes.
OP: De onde partiu convite para vir para o Fortaleza?
Dudu Cearense: Em outubro de 2014, tive o convite do Marcelo Paz, presidente hoje. Eu tava aqui, praticamente ia encerrar minha carreira e ele me chamou. Topei porque ia jogar na cidade que nasci e cresci. Fiquei realizado.
OP: E qual técnico mais te marcou?
Dudu Cearense: Mário Sérgio, porque me deu a primeira chance como profissional. Joel Santana também foi excepcional na minha carreira. Parreira, Dunga. Depois Marquinhos Santos, que me ajudou demais no Fortaleza. E um cara que me fez evoluir muito como profissional foi Ernesto Valverde, que hoje está no Barcelona. Trabalhei como ele no Olympiakos-GRE.