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'Aos que sempre dedicarei algo'
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'Aos que sempre dedicarei algo'

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E já se vai 2018, passou rápido, né? Foi um ano um tanto turvo e parece apontar sinais (positivos, não sei) que será mais extenso que ele mesmo.

... e nesta carta dos últimos dias deste 18, começo este rascunhar de ideias da mesma forma que meu livro (que pulsou minha vida neste 2018) começa: sem título, sem nome, a começar pela página 3, a dedicar aos que sempre pontuaram (e espero pontuarem pr'além) meus seguidos dias. A dedicatória é a mesma.

 

Sim, sim, assumo, que é um tanto sem criatividade repetir a mesma ideia e coisa e tal, peço desculpas, isso acontece talvez pela falta de mão neste ofício, que assumo ser distante pra mim.

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Pois bem...

 

2018 foi um ano de labuta, experimentações e um tanto de coisas novas. Aqui por Varjota, consolidei junto da CIA Criando Arte, um projeto arquitetado há tempos, o de nossa Casa de Arte CriAr - um espaço cultural singular por cá, com a presença de uma biblioteca comunitária e uma sala de espetáculos e exposições pequenininha mais que recebeu tanta, mais tanta coisa e gente legal, que se tornou maior que o mundo! Recebemos de todos os cantos do Ceará: artistas, grupos, além de muitos 'cidadãos comuns desses que se veem nas ruas', que só me afirmam o que tanto acredito e sempre apresentei: que arte se faz em todo lugar, inclusive aqui no meio do meu sertão.

 

No entanto, 2018 só começava. Algumas circulações de espetáculos com a CIA de teatro. Leituras e o rascunhar de um ou outro escrito cá, acolá. E sem qualquer motivo, mandei para análise meu poema-livro à cidade, sem a mínima crença que pudesse vir algo além (como nunca veio nada das zilhões inscrições em editais e prêmios literários).

 

Era 4 de outubro. Estava junto de meu grupo de teatro indo para a montagem de um espetáculo numa cidade vizinha, quando o celular começa a pipocar de mensagens. Yane (minha esposa) vê: à cidade está na final do Jabuti. Quase que coloco o carro pra fora da estrada! Meu Deus! Minha poesia chegava ao Jabuti, e pouco mais de um mês, seria parte dele e vice-versa. Meu poema-livro à cidade, livro do ano do Prêmio Jabuti 2018.

 

E tudo mudou. Tudo. Nunca havia visto, sentido, a arte pulsar tanto em minha vida, no meu lugar como neste novembro quente-âmbar, e talvez também nunca havia estado tão feliz. E estou ainda!

 

Assim, nesta oportunidade de ofertar uma mensagem a alguém, é esta alegria (é o que posso oferecer) àqueles de quem falo, os que dão o motivo central do que trago - o viver e o cotidiano. Estas linhas vão àqueles que sempre dedicarei algo: Você!

 

Obrigado. Feliz ano.

 

Mailson

 

QUEM ESCREVE

 

Mailson Furtado Viana é formado em Odontologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Escritor cearense morador de Varjota, ele foi vencedor em duas categorias da última edição do Prêmio Jabuti: poesia e livro do ano. A obra em questão, à cidade, é a quarta na carreira de Mailson, que recentemente publicou o livro Passeio pelas ruas de mim [e de outros] e integrou a coletânea Cinco inscrições da mortalidade. Ele é casado com Yane Cordeiro, com quem tem um filho, Fernando, de dois anos. Mailson também desenvolve trabalhos como ator, diretor e dramaturgo e, atualmente, lidera a Companhia Teatral Criando Arte - sediada em Varjota.

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