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Justiça, o Exército e o capitão
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Justiça, o Exército e o capitão

Em livro-reportagem, Luiz Maklouf Carvalho revisita episódio central na trajetória militar de Bolsonaro: o julgamento que o absolveu da acusação de elaborar plano de ataque terrorista
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Foto: arquivo pessoal .

Era 1987 quando o Superior Tribunal Militar (STM) absolveu o então capitão Jair Messias Bolsonaro da acusação de haver planejado uma série de atentados a bomba em quartéis no Rio de Janeiro.

Por 9 votos a 4, os ministros entenderam que o hoje presidente não era o autor dos esboços do ataque terrorista, revelado em reportagem da revista Veja.

Liberado, Bolsonaro ingressaria na reserva um ano depois, pouco antes de se eleger vereador pelo Rio de Janeiro e, em seguida, deputado federal, função que desempenhou por sete mandatos consecutivos, interrompidos apenas com sua vitória na disputa ao Planalto, em 2018.

Em O cadete e o capitão, a vida de Jair Bolsonaro no quartel, o jornalista Luiz Maklouf Carvalho recua até o dia em que, numa sessão secreta, os membros do STM inocentaram o oficial. A partir de documentos inéditos, como um áudio de mais de cinco horas em que ministros discutem o processo, Carvalho conclui: o tribunal cometeu um erro ao absolver Bolsonaro.

O episódio é contado em detalhes na obra, lançada agora pela editora Todavia. Nela, Carvalho refaz a trajetória militar do presidente, dos primeiros passos até a publicação de artigo explosivo na mesma Veja, pelo qual Bolsonaro seria preso por 15 dias.

Em conversa com O POVO, Maklouf esboça um perfil de Bolsonaro e reflete sobre o papel da imprensa nestes tempos de acirramento.

O POVO - Em que momento o senhor descobriu que havia uma história para ser contada sobre a trajetória militar do então candidato Jair Bolsonaro? Foi ainda no ano passado?

Luiz Maklouf Carvalho - No momento em que eu tive acesso à documentação que estava no Superior Tribunal Militar (STM). Eu e outros jornalistas, quando o Bolsonaro se posicionou como possível candidato à Presidência da República, em 2018, corremos atrás de informação sobre ele e todos os demais postulantes. Quando vi essa papelada, ou seja, quando o STM me mandou, foram três volumes de PDF ou quase 700 páginas cheias, eu vi, apenas ao folhear o material, que ali havia uma bela história. Isso foi um lado. O outro lado é que é uma história mal contada. Acho que, até o meu livro, sem falsa modéstia, era uma história mal contada, confusa, não se sabia como tinha sido direito. As pessoas confundiam os dois episódios, o da revista Veja (reportagem de 1987 mostrando plano de ataques com bombas em quartéis do Exército, do qual o então capitão Jair Bolsonaro seria o mentor) e o artigo (também publicado na Veja, mas em 1986, texto assinado por Bolsonaro criticava os baixos soldos na caserna). Então tinha tudo que um repórter gosta: uma baita história e uma documentação farta. Depois foi que tive a ideia de solicitar um áudio. Como houve um julgamento e uma sessão secreta, veio a ideia de perguntar se tinha o áudio, e tinha. Quando o STM me mandou aquele áudio, foi a cereja do bolo, digamos assim.

OP - O senhor farejou a história durante as eleições? Como conseguiu os documentos, foi em contato direto com o STM?

Luiz Maklouf Carvalho - Qualquer pessoa que mandar uma mensagem para o STM agora, eles enviam o material de arquivo sobre qualquer pessoa que tenha sido processada lá. Felizmente, estamos numa democracia, o arquivo está aberto, acessível. Seja sobre militares, seja sobre civis, todos os processos relacionados à época da ditadura militar, ou de militares que passaram por julgamento, está tudo lá. A primeira reportagem que publiquei em cima dessa papelada, no "Estadão" (jornal Estado de S. Paulo), o Bolsonaro não era nem candidato. Foi em abril de 2018, bem no começo, acho que ele não tinha nem sido formalizado ainda. No caso dele, colocada a possibilidade de que fosse candidato à Presidência, obviamente que era uma pauta obrigatória. Antes do livro, publiquei algumas reportagens, quatro ou cinco, sobre ele e sua vida militar onde eu trabalho. Mas o acesso foi simples. Eu pedi e o STM me deu. O grande diferencial do meu livro foi o acesso à íntegra desse áudio. Isso fui eu que obtive. São cinco horas e trinta minutos de uma sessão secreta em que 13 ministros militares atuaram, há mais de 30 anos. É um tesouro para qualquer jornalista.

OP - O senhor tinha em mãos 700 páginas de documentos e esse áudio. O que tudo isso mostrava?

Luiz Maklouf Carvalho - O áudio é extremamente revelador do que aconteceu nessa decisão que acabou absolvendo Bolsonaro por 9 votos a 4. Tudo isso permitiu contar a história didaticamente, com começo, meio e fim. Qual é o começo? Bolsonaro tinha quase 15 anos de Exército, foi cadete da Academia Militar das Agulhas Negras e chegou a oficial. Era um oficial do Exército como outro qualquer. Era um ilustre desconhecido, até que, em setembro de 1986, ele assinou um artigo na Veja reclamando de baixos salários. Foi um ato de rebeldia, de indisciplina, assim considerado pelos superiores hierárquicos dele. Essa foi a fase um. Por causa desse artigo, Bolsonaro ganhou uma prisão disciplinar. Foi punido pelos superiores, que consideraram que assinar esse protesto público desrespeitava o regulamento do Exército, e ele recebeu 15 dias de prisão. Ficou famoso, ganhou seus minutos de fama, essa história deu muita mídia, fez barulho. Passados alguns meses, ali em dezembro do mesmo ano, não se falava mais do assunto. Um ano e um mês depois, a Veja acusou o então capitão Bolsonaro de lhe ter revelado, numa entrevista a sua repórter, que tinha um plano para soltar bombas em unidades militares em protesto contra os baixos salários. Esse plano era um plano terrorista chamado Beco sem Saída. Veja o acusou diretamente disso. Bolsonaro negou, e Veja reafirmou a sua denúncia publicando então um desenho, que atribuiu ao Bolsonaro, que simulava a explosão de uma bomba no túnel que abastecia o Rio de Janeiro. Bolsonaro continua a negar. Como se resolve isso? Ele foi alvo de uma acusação pública, como autor de um plano terrorista, e negou. Quem mentiu, Veja ou o capitão Bolsonaro? Só tinha um jeito de resolver essa dúvida, que é o que eu chamo de a judicialização militar do caso. Foram três fases para apurar isso. Bolsonaro tinha o plano ou não tinha? A revista inventou essa história?

OP - Ao final desse processo, o STM acabou tendo entendimento favorável ao então capitão Jair Bolsonaro. A que o senhor atribui essa mudança de postura do tribunal militar em relação ao resultado anterior (pela condenação de Bolsonaro), tomado por conselho pelo qual o processo tinha passado?

Luiz Maklouf Carvalho - Primeiro houve uma sindicância, que não deu em nada. Depois houve um Conselho de Justificação em que Bolsonaro perdeu por 3 a 0, ou seja, esse conselho entendeu que ele tinha, sim, desenhado os dois croquis e o considerou culpado. Depois o ministro do Exército ordenou que isso subisse para o STM, onde o capitão chegou lá com 3 a 0 e saiu de lá com absolvição por 9 a 4. Meu livro questiona essa decisão que considerou Bolsonaro não culpado. Na minha pesquisa, a partir da documentação, qual era a argumentação para considerá-lo assim? Que havia quatro laudos grafotécnicos sobre esses croquis, um deles com o desenho da bomba, e que, conforme Bolsonaro entendeu, levou ao tribunal e ele acatou, esses laudos empatariam em dois a dois: dois favoráveis ao capitão e dois acusatórios (incriminando-o). Havendo empate, o princípio jurídico é "in dubio pro reo". Baseado nesse empate, o tribunal o absolveu. Eu provo no meu livro, com documentos - os laudos estão todos integrais nos anexos do livro - que nunca houve empate algum. O que há, houve e continuará a haver são dois laudos conclusivamente contrários ao capitão, ou seja, dois laudos afirmativos de que foi ele, sim, que desenhou os croquis, entre eles o da bomba. Então, dois a zero contra o capitão. Questiono isso e afirmo que o STM cometeu um erro e deveria, baseado na prova dos autos, ter considerado o capitão Bolsonaro culpado, e não absolvê-lo. O STM julgou contra a prova dos autos e cometeu um erro.

OP - Nesse julgamento há outro aspecto interessante, que é uma animosidade dos ministros militares em relação à imprensa. Em alguns momentos, parece que a repórter e a Veja é que estavam sendo acusadas, e não Bolsonaro. A que se deveu isso?

Luiz Maklouf Carvalho - Essa é uma boa questão. A disputa toda, enquanto esse caso durou, tinha a maior revista brasileira da época fazendo uma denúncia grave e dizendo que um capitão do Exército da ativa havia feito revelações sobre um plano terrorista, e esse capitão negava. Veja foi peremptória do começo ao fim, ontem como hoje. O que se vê, principalmente depois de ouvir os áudios, é que o réu do julgamento, na verdade, foram a revista, a repórter Cássia Maria e nós, a imprensa. A imprensa foi bastante atacada e bastante desrespeitada no julgamento. A repórter foi ofendida, a revista igualmente. Também questiono esse resultado porque, fazendo a contagem dos 13 ministros que participaram do julgamento, fica claro pelos fatos que nove deles haviam sido indicados ainda durante o período da ditadura militar e cinco pelo primeiro governo democrático, que foi o governo Sarney. Essa maioria indicada à ditadura, espírito ao qual pertence o capitão Bolsonaro, prevaleceu no julgamento, numa espécie de combinado: a gente não expulsa, preserva, mas ele sai do Exército. Como efetivamente aconteceu. Meses depois, ele se candidatou (a vereador pelo Rio), virou político, deixou as Forças Armadas, onde a carreira militar dele estava comprometida. Jamais iria longe, seja pela prisão, seja por esse caso barulhento, seja mesmo pelo currículo apenas razoável. A imprensa é que sai como culpada da história. E meu livro mostra, ao fim e ao cabo, que Veja acertou. Os laudos que constam dos autos mostram que ele realmente desenhou esse plano.

OP - A publicação do artigo na Veja foi um ponto de virada na carreira do Bolsonaro? Como era a vida dele antes disso?

Luiz Maklouf Carvalho - Sim, é a questão central. Ele era um militar do Exército como outro qualquer, como centenas e centenas. Até esse artigo causar esse barulho todo e ele ser punido com a prisão. O que a gente tinha até então? Um militar que se destacava principalmente pelas atividades atléticas, físicas. Bolsonaro tinha o apelido de "Cavalão" no Exército porque gostava de pentatlo, de corrida, fazia montanhismo, mergulho, educação física. Todos os elogios que recebeu por causa disso estão no livro. E tinha notas razoáveis, uma nota alta aqui e ali. No geral, notas médias. Estava ali se esforçando, mas reclamava muito dos salários baixos, segundo a gente vê nos depoimentos. E, de repente, uma coisa inteiramente inusitada, um capitão da ativa assina uma crítica contundente e pesada contra a política salarial do governo Sarney e ao ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, que era a maior autoridade militar da época. Não foi o único ato de rebeldia e de indisciplina militar desse período. Houve outros pontuais, como o caso de Apucarana, no Paraná, em que um capitão invadiu a prefeitura para divulgar um manifesto contra os baixos salários. Eram atos isolados. O do Bolsonaro se enquadrou nesse momento de rebeldias militares que desafiavam a autoridade. Mas foi ali que uma parte das pessoas passou a saber que existia alguém chamado Jair Messias Bolsonaro, que representava então essa parcela militar descontente e dava a cara para bater. Um militar que vem a público, assina um artigo pesado, como eu já disse, é preso e ganha alguma fama. Deve ter gostado disso, porque ele tinha plena consciência de que seria punido, o próprio artigo sugere isso. Depois Bolsonaro sumiu, ninguém mais falou do capitão. Pouco mais de um ano depois, tivemos o episódio da ameaça de bomba.

OP - A indisciplina não era uma marca da carreira até então.

Luiz Maklouf Carvalho - Sim, era disciplinado e elogiado por essa performance atlética, era um oficial que dava curso de instrução sempre na área de educação física em vários lugares do País, serviu na fronteira entre Acre e Mato Grosso do Sul, fez escola de paraquedismo. Quando assina o artigo, Bolsonaro já é um capitão paraquedista, da ativa, casado, tinha três filhos.

OP - Tinha perfil exemplar.

Luiz Maklouf Carvalho - Sim, tinha. O que se percebe lendo os documentos todos é que ele reclamava muito da questão dos soldos baixos. Um comandante dele chega a dizer que ele virou uma pessoa chata de tanto que reclamava. Bolsonaro também usava de certos expedientes no Exército para ganhar dinheiro. Mandava fazer bolsas com paraquedas usados pra vender no quartel, o que era proibido. A gente fica sabendo disso durante o processo. Tem o episódio do garimpo também, que aconteceu em 1983, quando Bolsonaro tirou alguns dias de férias, convidou alguns colegas soldados, uns subordinados e outros oficiais, e foram a uma cidadezinha chamada Saúde, no interior da Bahia, num garimpo de ouro. Não conseguiram nada. O comandante dele na época, o coronel Pellegrino, considerou que isso demonstrava excessiva ambição. O coronel entendeu isso, não vou entrar no mérito. Garimpo é uma atividade econômica como outra qualquer, foi o que Bolsonaro disse na defesa dele. Disse que o pai também garimpava, qual era o problema? Mas o comandante entendeu que era um problema e viu nisso um lado de excessiva ambição. Deixou isso registrado na parte da ficha dele. Cinco anos depois, quando Bolsonaro foi processado, o comandante do inquérito pediu essa ficha e viu esse conceito desabonador feito pelo coronel Pellegrino. Na época do processo, Pellegrino foi chamado, prestou depoimento e não só confirmou esse conceito, como ainda carregou nas tintas, dizendo que Bolsonaro era isso, vivia com uma série de fantasias sobre ganhar dinheiro, sobre garimpos e que tinha dificuldade de lidar com subordinados. Enfim, pintou um retrato mais feio durante o depoimento.

OP - Durante o julgamento, o ministro relator se refere ao capitão Bolsonaro como imaturo e alguém que comete infantilidades. Outro ministro faz uma comparação e diz que ele era um "touro forte", pelo vigor físico. É um trecho importante do livro porque os ministros traçam um perfil do hoje presidente. Qual é o retrato do Bolsonaro que emerge da obra?

Luiz Maklouf Carvalho - O meu livro é sóbrio, baseado na documentação, no áudio, nas entrevistas e na pesquisa que eu fiz. Eu evito ficar dando opinião. O livro tem pouquíssimos adjetivos. Eu procurei apenas ser didático e contar a história ponto a ponto, detalhada, e ficasse agradável, com uma certa tensão na história. Então o retrato do capitão no livro é o retrato que os autos e o áudio mostram do capitão, é o que essas pessoas dizem dele. E é também o que ele próprio diz dele. O livro contempla todas as muitas defesas que Bolsonaro fez dele, ele se considerou inocente até o final, ele argumentou. No caso do garimpo, por exemplo, fez uma defesa objetiva de que não havia problema nenhum. O retrato surge de todos os lados, do que ele diz, do que os ministros dizem. Cada um dos ministros faz um retrato diferente dele. Tem um que pergunta: seria Bolsonaro um maluco? Não, não seria. Seria um terrorista? Não, não seria. Boa parte dos ministros conclui que ele seria uma pessoa afetada, num determinado momento, por essa questão da vaidade. Quer dizer, entendendo que, a partir do momento em que a revista Veja o tornou famoso, perdeu um pouco o critério das coisas. Alguns magistrados vão nesse sentido, de achar que ele queria mandar mais do que o ministro, queria ser um líder e não era e por aí vai. E o leitor tem diversas partes. A revista participou desse processo, alguns jornalistas prestaram depoimento. Há uma entrevista no livro muito esclarecedora com o editor-assistente da Veja no período, hoje diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, sobre como a redação viveu aquele momento. Eu ajudo contando as diversas partes dessa história.

OP - O livro também disponibiliza muitos trechos da documentação obtida, quase todos com carimbo de "reservado". Por que essa escolha?

Luiz Maklouf Carvalho - Eu estou afirmando no livro, de fato, uma coisa grave. Estou dizendo que o Superior Tribunal Militar, um órgão da última instância, cometeu um erro. Entendeu que havia um empate quando não havia empate nenhum. Eu achei importante, para que o leitor possa formar a sua convicção (a mesma a que eu cheguei), que esses documentos, como os quatro laudos, estivessem integrais no livro. Os papéis essenciais, como o documento em que o ministro do Exército endossa a posição contrária ao Bolsonaro naquele 3 a 0, estão todos lá, além de um conjunto bastante grande de fotografias do período. Acho que soma "lé com cré". A minha narrativa detalhada, da infância do capitão até chegar ao Exército, os elogios, os episódios que viveu, a forma exagerada e às vezes não verdadeira com que algumas dessas histórias são contadas. E mais essa documentação que resolvi inserir nesse caderno de imagens. As matérias da Veja também estão integrais. Quanto mais números, quanto mais evidências e quanto mais fatos, melhor.

OP - Como tem acompanhado as mudanças no jornalismo e como avalia o papel da grande reportagem?

Luiz Maklouf Carvalho - Eu sou apenas um repórter. O que eu fiz, e o que o jornalismo deve fazer, ontem como hoje, é, onde houver uma história obscura, uma história mal contada, nosso papel é jogar luz, esclarecer, é transparência máxima possível. Quando tem documentação, áudio, abundância de fatos, fica melhor. São momentos complicados, mas acho que a imprensa não deve jamais abrir mão da sua obrigação de questionar, perguntar o porquê, de não ter receio da contrapergunta. Parece que hoje tem uma coisa meio ruim de a resposta sempre ser considerada a última palavra. A gente tem obrigação de contrapor com outras perguntas e questionamentos. O jornalismo não pode perder a capacidade de crítica, não pode aceitar absurdas sem contra-argumentação. O leitor é que vai decidir. Eu ainda sou dessa época em que se levava bastante a sério essa questão de que, do outro lado dessa intermediação, está ali um cidadão que quer saber quais foram os fatos. Acho que, apesar de momentos ruins, jornalistas e imprensa não podem perder de vista os seus objetivos, as suas tarefas principais e o seu compromisso com a sociedade. Num caso desses, que envolve a autoridade maior, o presidente da República, os jornais têm que contar, aprofundar, investigar e não ter o menor problema em relação a eventuais posições antidemocráticas. A gente deve repelir isso, sempre em cima de objetividade, de fatos. E de poucos adjetivos. A adjetivação não ajuda ninguém em absolutamente nada. Acredito nesse espírito da sobriedade.

Livro

Reportagem O cadete e o capitão, da editora Todavia, traça um perfil biográfico do militar Jair Bolsonaro. A obra é acrescida de grande parte dos documentos consultados, entre eles papéis com carimbo de "reservado", classificados como sigilosos pelo Exército em 1987

Perfil

Trajetória Luiz Maklouf Carvalho nasceu em Belém, no Pará, em abril de 1953. É jornalista e bacharel em direito pela Universidade Federal do Pará. Mora em São Paulo desde dezembro de 1983

Obra

Trabalhos Maklouf é autor de Mulheres que foram à luta armada e Já vi esse filme: reportagens e polêmicas sobre Lula e o PT (1985-2005). Atualmente é repórter do jornal O estado de S. Paulo

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