O discurso e as ações do pastor carioca Henrique Vieira, da Igreja Batista do Caminho, de Niterói (RJ), estão embasados, acima de tudo, nos textos atribuídos a Mateus, Marcos, Lucas e João, os quatro evangelistas. Foi lendo a Bíblia que ele despertou para uma visão progressista e menos conservadora da vida de Jesus. "Já na adolescência, a partir da leitura bíblica, especialmente dos evangelhos, eu percebi que Jesus tem tudo a ver com justiça social, com o compartilhar, com o amor ao próximo, que é a essência do seu ensinamento, da sua mensagem", ensina.
O ex-vereador de Niterói pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), entre os anos de 2012 e 2016, garante que não será candidato a outro cargo público. "Mas eu acho muito importante pesquisar, votar com consciência, votar com sensibilidade, buscar mesmo a democracia e a justiça social", defende. O pastor também organiza reuniões entre as igrejas, protestantes e católicas, para discutir os rumos da política. "Acho que vivemos um momento perigoso em que a nossa frágil democracia está ainda mais sob risco", diz.
Com a declaração de uma oração pela felicidade no programa Amor & Sexo, em 2018, o pastor ganhou os holofotes nacionais. "Que todas as crenças religiosas sejam respeitadas, e até mesmo a não crença religiosa. Que possamos comungar na crença da humanidade, da diversidade, do bem comum. Que seja declarada justa toda forma de amor", disse ao participar do talk show já extinto.
Vieria bebe da Teologia da Libertação - corrente teológica cristã nascida na América Latina, que parte da premissa de que o Evangelho exige a opção preferencial pelos pobres, e especifica que a teologia, para concretizar isso, deve usar também as ciências humanas e sociais. Confira os principais pontos da conversa com O POVO antes da pandemia, em fevereiro último.
O POVO - O senhor nasceu em um lar protestante. Era um lar conservador? De que forma despertou para o chamado da evangelização?
Pastor Henrique Vieira - Sim, nasci numa família de perspectiva mais conservadora. Na minha adolescência, já era muito envolvido com a igreja. Era membro da Primeira Igreja Batista de Niterói, uma igreja histórica, com mais de 100 anos de existência. E, quando adolescente, comecei a me envolver muito com a igreja, especialmente, com o ensino e a pregação da Bíblia. Pregava na igreja, fazia visita nas casas e nos hospitais, pregava em atividades fora da igreja. Em acampamentos de juventude, organizava um ministério de jovens e adolescentes. Foi nesse contexto que eu me senti vocacionado para o ministério pastoral. E, na minha cabeça e no meu coração, esse ministério sempre esteve relacionado à pregação do evangelho, por um lado, e ao cuidado das pessoas por outro. Cuidado no sentido do servir, do caminhar junto, de estar perto, especialmente das pessoas que mais sofrem. Quando terminei o ensino médio, fiz Ciências Sociais, na Universidade Federal Fluminense (UFF) e, paralelamente, fiz Teologia, um seminário na Faculdade Batista do Rio de Janeiro.
OP - Qual a contribuição que esses dois cursos trouxeram para a sua vocação e para a maneira como o senhor compreende o mundo?
Pastor Henrique - São cursos que me ajudam a compreender mais a realidade da sociedade, os conflitos sociais, a origem da desigualdade social, das injustiças. Foram cursos que ampliaram a minha visão e a minha compreensão de mundo.
OP - De que maneira o senhor despertou para uma visão progressista e menos conservadora da vida de Jesus?
Pastor Henrique - Lendo a Bíblia (risos). Já na adolescência, a partir da leitura bíblica, especialmente dos evangelhos, eu percebi que Jesus tem tudo a ver com justiça social, com o compartilhar, com o amor ao próximo, que é a essência do seu ensinamento, da sua mensagem. A partir da leitura do evangelho comecei a me perguntar o que fazer diante da desigualdade social, da realidade da fome, da miséria na minha cidade, no meu estado, no meu País; o que fazer diante da violência que os negros sofrem, que as mulheres sofrem. Depois veio a reflexão sobre a minha pauta de gênero e sexualidade, o que fazer diante da violência que LGBTs sofrem. Fui participar de cursos ecumênicos, conheci a Teologia da Libertação, que eu considero até hoje a minha referência principal. Depois eu percebi a dimensão da leitura comunitária da Bíblia, a Bíblia relacionada às lutas e aos dramas do povo. No próprio curso de teologia, tive um embasamento teológico muito amplo. Não era um curso de perspectiva conservadora, na época, então pude estudar várias correntes teológicas diferentes, mas o que você chama de perspectiva progressista, na verdade, tem relação com o meu encontro com Jesus, a minha compreensão do evangelho.
OP - O último desfile da Escola de Samba Mangueira trouxe Jesus nas mais diversas formas: como menino negro baleado, uma mulher trans. O senhor acredita que eles mostraram as faces que Jesus assumiria hoje?
Pastor Henrique - Sim, porque Jesus andou especialmente com os oprimidos da época. Ele disse assim para os seus discípulos: "Quando eu tive fome, vocês me deram de comer; sede, vocês me deram de beber; quando eu estava nu, vocês me vestiram; quando eu estava enfermo ou preso, vocês me visitaram; quando eu era um refugiado, vocês me deram uma casa, uma terra. E os discípulos perguntam: mas, senhor, quando foi que fizemos isso? E ele responde segundo o texto de Mateus, capítulo 25: "Quando fizeram a um desses meus irmão, vocês fizeram para mim". Ou seja, quais as imagens que Jesus escolheu? Imagens de sofrimento, fruto de injustiça. Fome, sede, de privação de liberdade. Então essa foi a opção de Jesus. É como se ele dissesse: "Quer me encontrar? Você vai me encontrar olhando para as pessoas alvo de violência e de justiça na história". O corpo de Jesus se conecta diretamente com os corpos oprimidos ao longo da história. Jesus foi também um corpo vigiado, perseguido, um corpo difamado, um corpo executado sob tortura. Do ponto de vista do Evangelho, faz muito sentido perceber o rosto de Jesus hoje no rosto dos negros, das mulheres, das LGBTs, dos indígenas, dos quilombolas, dos sem terra, dos sem tetos, dos refugiados. Isso não é uma forçação de barra, não é mera ideologia. Isso é o Jesus da Bíblia mesmo, do Evangelho, que é o Jesus que caminhou o tempo inteiro do lado dos pobres e das pessoas estigmatizadas socialmente.
OP - O senhor recebe críticas por essa visão progressista do meio conservador evangélico?
Pastor Henrique - Sim. Recebo críticas de determinados setores conservadores, setores poderosos porque resgatar o Jesus do Evangelho incomoda os donos do poder, os donos da religião, aqueles que se alimentam dessa lógica intolerante, bélica. O maior problema para esse fanatismo religioso cristão é o próprio Jesus, porque ele desmonta essas estruturas de poder e de privilégio. Acabamos incomodando, sim, mas não pela gente. Mas porque o próprio Jesus de Nazaré incomoda aqueles que preferem o dogma à vida, uma moralidade vazia que o compromisso com a dignidade humana. Daqueles que destilam preconceito em nome de Jesus. Aí você resgata o Jesus da Bíblia, evidentemente, isso incomoda.
OP - Foi pela oração da felicidade, no programa Amor & Sexo, que o senhor ficou conhecido em todo o País. O que a oração reflete?
Pastor Henrique - Ela reflete a utopia, a esperança do reino de Deus. Jesus o tempo inteiro proclamou esse reino. E esse reino não tem opressão, não tem desigualdade, maiores e menores, ricos e pobres, porque todos são irmãos e irmãs. Nesse reino, as fronteiras estão abertas e a violência não é mais uma solução. Nesse reino, a paz não vem das armas, mas ela é fruto da justiça. E a justiça é o fim de toda opressão. Pelo menos na minha fé, a oração da felicidade traduz a mensagem de Jesus. Em um lugar onde não há mais injustiça, opressão, onde existe verdadeiras irmandade e liberdade, respeito à diversidade, onde o pão é partilhado, onde a vida é multiplicada, onde as pessoas podem ser efetivamente mais felizes socialmente e dentro do próprio coração. Na minha fé, a oração da felicidade traduz a esperança de um mundo melhor, com pessoas melhores, que foi a proposta da vida de Jesus.
OP - Nessa oração, o senhor fala do respeito às orientações sexuais e aos gêneros. Como o senhor entende essas questões?
Pastor Henrique - Entendo como uma dimensão da humanidade. A sexualidade é uma dimensão humana, potente, constitutiva da experiência humana. E acho que tudo que é vivido em amor é sagrado. Tudo que é vivido em amor é divino, é maravilhoso. A orientação sexual diz respeito ao desejo. Os gêneros diz respeito à identidade, à autocompreensão. E não podemos encaixar, enclausurar e aprisionar as pessoas numa dimensão heteronormativa. A realidade não dá conta. As pessoas são diferentes, sentem diferente, desejam diferente. Isso é legítimo, é verdadeiro, é humano, é potente. Em todo o ponto de vista cristão o que qualifica, o que dignifica, o que santifica? O amor. Tudo que é vivido na ética do amor é permitido. E num país em que em cada 28 horas um LGBT é assassinado por crime de ódio, no País que mais mata transexuais e travestis no Mundo, no país em que a expectativa de vida de transexuais é de 35 anos, uma vida curta porque há muita precariedade e vulnerabilidade, há muita violência, muito preconceito e muito ódio. Como cristão e discípulo de Jesus eu me sinto no dever (enfático) de estar ao lado dessas pessoas para defender o direito delas de viverem em paz. De viver com liberdade e sem medo, sem exposição à violência, sem chacoalhamento na rua. De viver com seus direitos garantidos porque se trata de uma democracia. Então, do ponto de vista do Evangelho e da democracia, eu sou um parceiro, alguém que se coloca ao lado da pauta LGBT. Uma pauta por vida, por dignidade, liberdade, direitos. O que me escandaliza é o preconceito, é o ódio, é a discriminação. Duas mulheres ou dois homens se beijando, ou uma transexual, isso não me escandaliza. O que me escandaliza é que essas pessoas podem morrer por causa disso.
OP - No livro O Amor como Revolução (Editora Objetiva), o senhor define o fascismo como "modelo comportamental que se alimenta estruturalmente da intolerância, da incapacidade de convívio com as diferenças e da necessidade permanente de controle e domínio sobre os outros". O Brasil já se transformou um país fascista ou está caminhando para isso?
Pastor Henrique - Está caminhando para isso. Especialmente por causa do governo. Não gosto de banalizar esse termo (fascismo), que é muito sério do ponto de vista histórico e historiográfico. Só estou usando porque acho que esse governo é perigoso mesmo. Eu acho que esse governo rompe com demarcações democráticas, persegue as diferenças, humilha as minorias, usa o Estado para impor uma determinada doutrina fundamentalista. Acho que vivemos um momento perigoso em que a nossa frágil democracia está ainda mais sob risco. Porque não se trata de uma direita liberal, defendendo legitimamente as suas pautas. Se trata de um extremo, que namora o tempo inteiro com o autoritarismo, o totalitarismo e a ditadura. Portanto, é um momento perigoso porque autoridades demonstram uma vocação autoritária, antidemocrática, antilaica, antipovo, antidiversidade, antivida, antijustiça. Tem um cheiro de ditadura na fala dos governantes, com atravessamento fascista.
OP - Em que medida o fundamentalismo religioso pode incitar o ódio?
Pastor Henrique - Pode incitar porque ele trabalha com uma verdade absoluta que não consegue dialogar com as diferenças. O fundamentalismo pode se traduzir em um extremismo, que é nada menos que o fundamentalismo levado ao extremo, gerando atitudes de violência e poder para se apropriar do estado. É um diferença didática entre fundamentalismo e extremismo.
OP - As sociedades ocidentais estão cada vez mais plurais. Como a democracia pode conviver com interesses cada vez mais conflitantes?
Pastor Henrique - Com mais democracia. O remédio para a democracia é a ampliação da democracia. O problema da democracia não é o conflito. O conflito faz parte do julgo democrático e da convivência humana. O que busca suprimir conflito é ditadura por meio de arbitrariedade e de mecanismos violentos. A democracia não é supressão de conflitos, ela cria o espaço para que os conflitos sejam debatidos. Para que as decisões sejam tomadas, para que minorias sejam respeitadas. A democracia não é supressão de conflitos. Ela é o espaço aberto para que os conflitos sejam colocados. Quanto mais participação popular, mecanismos de debate, de diálogo e de decisão, melhor para a democracia. Quanto mais se democratizar os meios de comunicação - isso é um ponto fundamental para uma democracia. Meios de comunicação mais diversos, para que a pluralidade da sociedade brasileira seja vista, seja percebida. E só acredito em democracia de fato quando acabamos com a desigualdade social. Como falar em uma democracia madura com pessoas passando fome, sem teto, sem terra? O remédio para a democracia é a democracia. Democracia não é supressão de conflito, mas a administração deles de forma transparente. E democracia tem haver com ampliar canais de participação do povo e de debates sobre os grandes temas do País. E tem a ver com superação dessa desigualdade econômica e social brutal, aviltante, desumana, pecaminosa que existe no Brasil.
OP - Dorothy Stang, freira assassinada em 2005 por defender direitos de agricultores no Pará, e dom Helder Câmara, que pregava uma igreja simples, voltada para os pobres, e à não-violência, personagens do Catolicismo contemporâneo brasileiro, de alguma maneira lhe influenciam. O diálogo inter-religioso pode ser uma porta para este amor revolucionário?
Pastor Henrique - Com certeza. Temos que valorizar nossos pontos comuns (entre catolicismo e protestantismo). Toda expressão genuinamente religiosa está buscando o bem da vida, o bem do outro, o bem comum, o bem da mãe terra, da nossa querida natureza da qual fazemos parte. Não somos donos, mas somos também natureza. O diálogo inter-religioso é semente de um mundo melhor. Porque nos coloca em comunhão para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. O diálogo inter-religioso combate a intolerância, o racismo e celebra a diversidade. Eu sou um entusiasta do diálogo para que possamos construir uma sociedade melhor.
OP - Jesus teria deixado uma mensagem do amor, da igualdade, da fraternidade. Como o senhor avalia o discurso de ódio embasado em Jesus?
Pastor Henrique - Como algo anti-Jesus. Como algo que mataria Jesus de novo em nome de Jesus. Como uma incoerência bíblica, como uma traição ao espírito amoroso do evangelho. Todo o discurso de ódio é uma crucificação permanente de Jesus, é o contrário da mensagem de Jesus. Trai totalmente a mensagem de Jesus. Esse ódio que banaliza a vida, deseja a morte, que comemora a morte, que elege um inimigo, faz sinal de arminha, que zomba das mulheres, dos negros, dos indígenas. Esse ódio que vai dizendo quem pode e deve morrer, que vai dizendo quem são os seres desprezíveis que não merecem viver. Esse ódio é a mais verdadeira traição da mensagem do evangelho de Jesus. É crucificar Jesus de novo.
OP - As pastorais da igreja católica tentam cumprir esse papel de lutas sociais, como a do povo de rua e a pastoral carcerária. No mundo evangélico também existe alguma organização que tente suprimir essas desigualdades?
Pastor Henrique - Mas muitas. O campo evangélico é diverso. Tem várias igrejas comprometidas com a justiça social, com a promoção dos direitos humanos, com a defesa dos pobres. Posso citar a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, o Movimento Negro Evangélico, o Coletivo Esperançar, a Aliança de Batista do Brasil. E muitas igrejas espalhadas por aí com movimentos Cristãos contra o fascismo muito forte em Porto Alegre, tem o Cristãos pela Democracia, em vária áreas do Brasil. E esses dois movimentos são evangélicos em sua maioria. Muita coisa dentro do campo evangélico voltado para a promoção da justiça e pela causa dos pobres e trabalhadores desse País.
OP - De que forma a Teologia da Libertação, e os nomes Leonardo Boff e Frei Betto, influenciaram o senhor?
Pastor Henrique - A Teologia da Libertação me ajudou a voltar à essência e a reconhecer melhor o evangelho que é o compromisso de Deus com os pobres. Compromisso de Deus com as vítimas da violência, do amor que Deus tem por nós, por todos os seres humanos indistintamente, incondicionalmente. Esse amor não é neutro. Ele é um convite à justiça, às reparações e ao fim de toda a opressão. A Teologia da Libertação tem esse mérito de reconhecer essa essência bíblica e de devolver à Bíblia a dimensão da leitura comunitária, da leitura popular, que relaciona a Bíblia aos dramas da vida, do dia a dia, especialmente dos pobres.
OP - Entrar para a vida política é uma hipótese que o senhor levanta para se conseguir uma igualdade social?
Pastor Henrique - (Pausa). Entrar à política institucional, não é? Porque política é uma dimensão da vida, do dia a dia, da preocupação com o bem comum. Referindo-me à política eleitoral, nesse momento, não. Acho muito importante, não sou neutro, tenho minhas escolhas sempre pautadas pela democracia, pela justiça social, pelos direitos dos trabalhadores. Mas eu acho muito importante pesquisar, votar com consciência, votar com sensibilidade, buscar mesmo a democracia e a justiça social. Acompanho mandatos progressistas nos parlamentos desse País, mas eu, pessoalmente, quero continuar minha caminhada pastoral e artística. Sou pastor e ator. Claro que poderia ser um deputado, um vereador, um prefeito, sendo pastor e ator. Uma coisa não desconta a outra. Nesse momento, eu prefiro essa fileira militante, pastoral e artística. Estou com um livro (O Amor como Revolução, Editora Objetiva), uma peça (homônima e baseada no livro), dou palestras, faço leitura popular da Bíblia, assessoro movimentos sociais, me encontro com (pessoas do Movimento) Sem Terra e Sem Teto (MTST), prego várias igrejas desse País. Sinto-me mais potente, politicamente falando, nessa caminhada pastoral e artística.
OP - O senhor postou no Instagram: "Vamos organizar um movimento de cristãos pela Democracia. Juntar muita gente de várias igrejas e coletivos. É necessário". Já existe algo prático?
Pastor Henrique - Sim, sim. Hoje (28 de fevereiro) temos a primeira reunião online com lideranças evangélicas no Brasil inteiro. Segunda (dia 2) já estarei em São Paulo me reunindo com lideranças. Já existem muitos movimentos. Não estou criando ou inovando em nada. A única coisa que estou criando é que esses movimentos que já existem possam se unir para termos uma reverberação maior da sociedade. E nós pretendemos fazer cultos e caminhadas em prol da democracia por todo o País, ciclos de leitura bíblicas com o povo. Não posso adiantar muito, porque tudo isso vai ser fruto de decisão coletiva. Mas queremos colocar cada vez mais a nossa voz na rua. Pessoas comprometidas com Jesus precisam defender a democracia, o estado laico, o direito à liberdade religiosa, o pão partilhado. No momento que vemos um discurso autoritário, violento, bélico, antivida, atravessado por um fanatismo religioso cristão, nós queremos dizer que, como cristãos, queremos é democracia, é liberdade, é respeito à diversidade, é uma vida digna a todos os brasileiros.
O livro
No livro O Amor como Revolução (Editora Objetiva, 2019), pastor Henrique Vieira reflete sobre o poder do amor, que se traduz em atitudes generosas com o próximo e que pode ser uma força poderosa na construção de uma sociedade mais justa e livre de preconceitos. "O amor não é destino, sorte e não pode ser uma idealização, ele é acima de tudo um caminho que se percorre, uma decisão e uma forma de se viver", escreve.
Espetáculo
Inspirado em livro, o espetáculo do pastor Henrique Vieira tem direção de Rodrigo França e produção de Vieira e Lázaro Ramos.
A política
O Pastor Henrique Vieira já foi vereador, entre os anos de 2012 e 2016, pelo Partido Socialismo e Liberdade. Mas diz que, por enquanto, a militância e a luta social devem acontecer por trás de púlpitos, palcos de teatro e em folhas de livros.