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Uma busca pelo nome de Carlos Jereissati Filho (46) no Google e é possível vê-lo falando sobre uma bem sucedida carreira como CEO do Grupo Iguatemi. Empresário reconhecido não só pelo talento nos negócios, mas também pela leveza com que toca seus projetos, ele também está sempre falando sobre moda e o próprio estilo elegante de se vestir. Ainda sobre o assunto, o contato com as maiores estrelas da moda internacional é uma pauta frequente. E seja luxo, roupas, trabalho, gestão, dinheiro, a tudo ele responde citando aquilo que considera como o maior patrimônio: a família.

“Aprendi que, se realmente você quer acontecer na vida, você tem que trabalhar muito e isso é um valor de família que se mostrou muito cedo para mim”, resume Carlos, em entrevista por telefone. Assim como o pai cearense (Carlos Jereissati), ele, que é paulistano, também começou cedo a vivenciar a rotina das empresas da família. Iniciou ainda adolescente como estagiário, acompanhando as obras do Market Place, em São Paulo. Em 1997, ingressou na Iguatemi Empresa de Shopping Centers, onde, em 2005, chegou à presidência. Hoje comanda um conglomerado envolvendo 17 shopping centers, dentre os quais estão alguns dos mais modernos e luxuosos do  Brasil, além de 1 Premium Outlet e torres comerciais.
 

Com as décadas que acumula no ramo, ele diz que a maior lição que aprendeu foi a conciliar inovação e tradição. “É preservar a cultura da empresa, os valores que você acredita. Preservar uma cultura que deu certo. 

E a inovação é um dos valores que se perpetua. Meu pai também fez isso em relação ao meu avô”, aponta Carlos, que foi eleito um dos Jovens Líderes Globais em 2007, título concedido pelo Fórum Econômico Mundial a jovens empreendedores com menos de 40 anos de idade, que têm entre seus objetivos gerar conhecimentos e experiências transformadoras para uma próxima geração de líderes. “Minha família sempre teve um cuidado de pensar além de si mesmo, de olhar a situação como um todo. Meu avô dizia que quem tem sucesso na vida tem que olhar pelos outros”. 

Essa lição costuma ser percebida entre os que trabalham com Carlos Jereissati Filho. Reconhecido pelo jeito assertivo e tranquilo de conduzir decisões, sua serenidade também tornou-se um assunto comum nas conversas. E isso ele faz se policiando. “Eu tenho pai e mãe cearense. Ele é mais durão, mais objetivo. Eu tento buscar um equilíbrio entre os dois, mesmo buscando uma excelência. Tento ser lógico e justo. As pessoas só acreditam no que a gente acredita”, destaca ele acrescentando que essa serenidade é algo que vai além do trabalho. “Está faltando razoabilidade hoje no Brasil. Um grande erro. A gente está vendo as pessoas sendo radicais de um lado e de outro”.
 

E é da família também que vem uma das características mais reconhecidas de Carlos Jereissati Filho: bom gosto no vestir. “A elegância está na atitude e no conhecimento. Minha mãe diz que gosto não se discute, mas se educa”, comenta, adiantando que ninguém orienta seu guarda-roupa. “Acho que estilo é muito pessoal e você tem que desenvolver o seu. As pessoas têm que entender o seu eu. Sempre que você se expressa de maneira verdadeira, passa a ser elegante”, avalia ele que costuma atuar como anfitrião, no Brasil, de ícones mundiais da moda como Stella McCartney, Domenico Dolce e Stefano Gabbana, dentre outros nomes.
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É por meio da boa relação com Carlos e, por consequência, com o Grupo Iguatemi, que cabeças das grifes de luxo resolveram abrir lojas próprias no Brasil. Neste hall estão Saint Laurent, Diane Von Furstenberg e Christian Louboutin. Ano passado, o Grupo realizou o primeiro Iguatemi Talks, trazendo ao País figuras poderosas da cena fashion internacional para debater os rumos e conceitos deste mercado. Dentre os convidados estavam Marco Bizzarri (CEO da Gucci, que redesenhou e deu visibilidade à Bottega Veneta) e Tim Blanks (editor do Business of Fashion). 

Voltando à elegância de Carlos Jereissati Filho, esta característica vai além das marcas e, na verdade, combina despojamento com uma personalidade bem formada. “Sempre fui educado pra estar tanto num lugar pequeno, num boteco com amigos, quanto esquiando com a família real. Pra mim, eu sempre vou buscar os valores que eu aprendi. Pra mim é posar adequadamente onde você está”, explica dizendo que o mundo está ficando mais brasileiro. “Várias marcas de luxo estão usando tênis, jeans na vitrine. O mundo informal ganhou do outro mais pomposo. O mundo gosta do estilo brasileiro, que é mais casual”. E nessa gangorra entre o luxo e o despojamento, pergunto qual é o hábito mais sofisticado e o mais simples que ele mantém. O primeiro ele desconversa e o segundo... “Sei lá! 

Comer chocolate vale?”.

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