Iza é muito mais que o hit “Pesadão”, parceria com o cantor Falcão que domina as emissoras de rádio brasileiras. A voz potente, o visual bem pensado, o carisma e a articulação de seus shows mostram que a cantora de 27 anos não será uma artista “de uma música só”. No palco, ela passeia pelo próprio repertório e surpreende ao transitar - sem medo e sem melindres - por canções consagradas da música pop. Durante passagem por Fortaleza - quando participou do Festival Vida&Arte, no encerramento do evento - ela conversou com a reportagem do O POVO sobre futuro da carreira, inspirações e transição capilar.

Você passou recentemente pelo processo de transição capilar e está exibindo uma super cabeleira. Foi uma jornada tranquila? Conseguiu encarar com leveza?

Acho que a transição nunca é uma coisa muito tranquila para as meninas e para os meninos que estão passando por isso. A partir do momento que você fica com o seu cabelo que você não sabe para que lado ele vai, não sabe se está crespo, não sabe se está liso. Ou quando ele está misto - misturado com a raiz crespa - a gente sente um pouco de dificuldade para se adaptar ao dia a dia, para fazer um penteado, pois a gente não está nem lá nem cá. nem do jeito que a gente costumava ser e nem do jeito que a gente vai ser. Então, realmente, é um período muito complicado.

Mas o resultado valeu o esforço?

Hoje eu me sinto muito feliz de ter sido forte o suficiente para poder passar por isso. E é o que eu falo para todo mundo que me segue nas redes sociais e está fazendo transição também: “tenha paciência, pois depois da transição as coisas melhoram e tudo volta para o lugar”. hoje estou me sentindo muito mais feliz. meu cabelo natural está cada vez maior, assim. Ele está misturado. Tem cabelo natural, tem aplique, tem várias coisas juntas, pois gosto desse volumão. mas o meu cabelo está cada vez mais saudável. Foi difícil, mas super vale a pena.

O recurso das tranças foi usado por você durante um período...

As tranças têm um visual incrível. E eu me sinto muito eu quando estou com as tranças. Elas foram uma ferramenta para passar pela transição. E ao mesmo tempo acho super estiloso, acho incrível. mas também pesa muito, né? Com esse cabelo também estou me sentindo um pouco mais leve no palco para brincar e dançar.

Você tem um apelo forte com as crianças, inclusive o show do Festival estava lotado de pais com seus Filhos. Como é a relação com o público infantil?

Sinto que eles têm uma identificação bem legal. Eles acabam apresentando meu trabalho para os pais, muitas vezes. Outras vezes encontro gente no aeroporto e nos lugares que eu vou e falam “poxa, meu filho é seu fã, foi ele que me mostrou seu trabalho”. E essa geração é incrível! Eles consomem muito a internet. Estão sempre com smartphone na mão, computador na mão ou com o tablet, brincando. É uma geração diferente da minha. E eles têm um contato muito direto com o que está aparecendo aí de novo. Então, nossa, me sinto muito feliz. Eu amo crianças. É legal ver como a música, realmente, não tem barreiras e acaba chegando a todas as pessoas.

Como você se sentiu levando tantas pessoas para o Centro de Eventos do Ceará em um domingo à noite?

Muito feliz. Principalmente sabendo que hoje (domingo, 24 de junho) teve a parada LGBT. Foi em frente ao meu hotel.

Pude acompanhar da janela. não sabia muito bem como estaria o evento, mas saber que está todo mundo aqui para me prestigiar me deixa muito feliz. Eu gosto muito de voltar para Fortaleza. Passei minha infância no nordeste e voltando para cá me sinto em casa. E, nossa, é muito lindo!

E quais os planos para o futuro próximo?

É o lançamento do show do meu álbum (Dona de mim, Warner music). Vai ser dia 10 de agosto em São Paulo, e em breve vamos ter também datas em outros estados. Estou planejando aos pouquinhos. As coisas têm acontecido de forma muito surpreendente, sabe? Esse ano tem sido um presente com música boa e com tudo o que está acontecendo na minha vida. Vai ser um ano de muita divulgação do meu trabalho.